"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Cerca de 2200 camiões-cavalo de pau-ferro saíram da Reserva do Gilé


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Exploração ilegal de madeira
A Reserva Nacional do Gilé, na província da Zambézia, perdeu o correspondente a 2200 camiões cavalo carregados de pau-ferro, o equivalente a dois terços da espécie em toda a extensão da Reserva. Os dados foram transmitidos ao “Canalmoz” pelo assessor técnico da Reserva, Jean Deffontains, e resultam de um censo realizado em Agosto de 2014.
“Há dois anos, sofremos bastante com o corte ilegal de madeira, especialmente o pau-ferro”, disse Jean Deffontains.
O pau-ferro é uma madeira de primeira classe, bastante procurada no mercado internacional, sobretudo na China.
A Reserva Nacional do Gilé é um local de protecção especial. Está vedado o exercício de qualquer actividade que não seja o turismo contemplativo. A exploração desenfreada da madeira na Zambézia está a levar à extinção de algumas espécies, sendo uma delas o pau-ferro. A Reserva é o único local onde se pode apanhar o pau-ferro. Porque esta espécie está a escassear, os exploradores invadem o espaço da Reserva.
A Reserva do Gilé, situada no Norte da Zambézia, entre os distritos do Gilé e Pebane, tem uma área de 2861 km2. A maior porção da Reserva está do lado do distrito de Pebane. Devido à escassez do pau-ferro, em defeso especial durante os próximos cincos anos, segundo o diploma ministerial n.o 10/2016 de 7 de Janeiro, os exploradores ilegais estão de olhos na Reserva. Esta espécie é a de maior valor comercial e a mais procurada pelos chineses.
Para travar as incursões dos ilegais com apetite pelo pau-ferro e por outras espécies com grande valor comercial, como a umbila, a chanfuta e o jambirre, a Reserva precisa de recursos humanos e materiais.
A Reserva debate-se com graves problemas de falta de meios humanos e materiais para travar a acção dos ilegais. José Dias, administrador da Reserva Nacional do Gilé, conta que esta usa três viaturas.
São viaturas atribuídas em 2008, que já se encontram degradadas.
“A Reserva tem três viaturas.
Uma única viatura afecta à fiscalização.
Uma faz trabalho logístico”, conta José Dias, acrescentando que “essas viaturas encontram-se em estado bastante obsoleto”. “São viaturas cansadas”, diz José Dias.
A Reserva debate-se também com défice de recursos humanos. Segundo ficámos a saber, trabalham em toda a extensão da Reserva 26 fiscais. José Dias diz que “o número ideal seria de 100 fiscais”. Mas o que preocupa mais o administrador é que, para a maior parte dos fiscais, os salários são pagos por um projecto financiado pelo Fundo Francês Para o Ambiente Mundial e pela Agência Francesa de Desenvolvimento.
O projecto termina em Dezembro, e não se sabe qual será o destino desses fiscais. Com a entrada em funcionamento da Força de Protecção dos Recursos Naturais, o Estado colocou a trabalhar na Reserva 17 agentes. Mas, segundo o administrador, esse efectivo completo nunca está na Reserva.
No dia em que a nossa reportagem visitou a Reserva, estava apenas um elemento da Força de Protecção dos Recursos Naturais. O administrador diz que já reportou o facto ao Governo, mas não teve resposta adequada. (André Mulungo)
CANALMOZ – 08.09.2016
NOTA: Só quem é cego não nota que esta situação é a que altos membros do Governo querem. É a que lhes serve. Nas Alfandegas quem deixa passar a madeira? Quem fecha os olhos às dezenas de camiões carregados de madeira? Quem mais beneficia? Onde estão os camiões apreendidos e que desapareceram? Só conversa fiada!
Fernando Gil

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