Eureka por Laurindos Macuácua
Bom dia, Presidente. Com que então fez das férias de Ernesto Gove, em Miami Beach, - o que era governador do Banco de Moçambique até a manhã de quarta-feira - eternas ou prepara-lhe coisa melhor, aliás, como tem sido apanágio do clube frelimista?
Seja como for, o Presidente é que sabe. Hoje queria deixar o papel em branco.
Não lhe queria escrever nada. Queria-lhe livrar destes meus gatafunhos que jamais encontram resposta. Todavia, quando dei por mim, estava sentado à escrivaninha a gatafunhar. E as palavras que lhe escrevo me saiam em catadupa. Era como se estivesse sido apossado por um desejo desenfreado de me esvaziar. De não ter nenhuma palavra dentro de mim…
Aquele aparato policial no dia da marcha, no sábado, não me deixou sossegado. Quer dizer, a nossa vergonha já é distribuída gratuitamente. Está nas montras. Qualquer um pode ver. Vou falar só dos bairros periféricos da cidade de Maputo. O que a Polícia tem dito aos residentes quando pedem protecção dos malfeitores? Que não tem efectivos e meios suficientes…
Então, e aquele efectivo e meios que foram exibidos no dia da marcha donde vieram? Peço a resposta, Presidente. O senhor é que é o comandante-em-chefe das Forças de Defesa e Segurança. Aquele exército armado até aos dentes não era nosso? Pedimos reforço aos países amigos?
Qual é o mal, Presidente, de a população se manifestar em prol da paz? Até porque acho que o Governo devia ter dado alguma ajuda: pagar o Mr. Bow e a Liloca para animarem a manifestação. Aquela multidão só exigia o elementar para qualquer ser humano: PAZ!
O dinheiro que o Governo gastou para realizar o Festival Nacional da Cultura, em Sofala, devia ter gasto a organizar a marcha.
Abrilhantá-la, fazer ver a quem é contra a paz que o Governo está realmente comprometido com a paz.
E o seu ministro da Cultura, Silva Dunduro, perdeu a rica oportunidade de ficar em silêncio. Como se não bastasse o ter gasto o dinheiro dos contribuintes com o Festival Nacional da Cultura, ainda mentiu ao povo dizendo que o evento foi positivo e vantajoso. É o que se espera de um juiz em causa própria. Esse dinheiro teria sido proveitoso se tivesse sido canalizado à marcha. Ficavam envergonhados os que desestabilizam o País. E ainda ouvi os comentaristas de sempre na estatal RM a elogiar o Festival. Só que deles não esperava outra atitude. O preocupante é o seu Governo, Presidente. É que não só aceita o lambe-botismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional.
Imagine-se um País todo de engraxadores…quem irá atender aos doentes?
DN – 02.09.2016
O dinheiro que o Governo gastou para realizar o Festival Nacional da Cultura, em Sofala, devia ter gasto a organizar a marcha.
Abrilhantá-la, fazer ver a quem é contra a paz que o Governo está realmente comprometido com a paz.
E o seu ministro da Cultura, Silva Dunduro, perdeu a rica oportunidade de ficar em silêncio. Como se não bastasse o ter gasto o dinheiro dos contribuintes com o Festival Nacional da Cultura, ainda mentiu ao povo dizendo que o evento foi positivo e vantajoso. É o que se espera de um juiz em causa própria. Esse dinheiro teria sido proveitoso se tivesse sido canalizado à marcha. Ficavam envergonhados os que desestabilizam o País. E ainda ouvi os comentaristas de sempre na estatal RM a elogiar o Festival. Só que deles não esperava outra atitude. O preocupante é o seu Governo, Presidente. É que não só aceita o lambe-botismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional.
Imagine-se um País todo de engraxadores…quem irá atender aos doentes?
DN – 02.09.2016
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