As negociações de paz entre o Governo moçambicano e a Renamo foram hoje adiadas para a próxima semana por proposta do coordenador dos mediadores internacionais, disse à Lusa o chefe da delegação do principal partido da oposição, José Manteigas.
"As negociações não foram retomadas hoje, a pedido de Mário Raffaelli (coordenador dos mediadores), porque os mediadores ainda não estão todos cá e porque também é preciso reaproximar as posições entre as duas partes", afirmou Manteigas.
As negociações entre o Governo moçambicano e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) deviam ter sido reatadas hoje, depois de terem sido suspensas em 30 de Setembro, sob proposta dos mediadores internacionais, para permitir às partes consultas e elaboração de propostas visando a superação do impasse que se verifica em torno da cessação dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Renamo e dos ataques a alvos civis atribuídos ao principal partido da oposição.
O adiamento das negociações acontece depois do homicídio no Sábado de Jeremias Pondeca, membro da delegação da Renamo no diálogo político e conselheiro de Estado.
A Renamo anunciou hoje que não vai abandonar as negociações de paz, apesar da morte de Jeremias Pondeca.
"A Renamo vai continuar as negociações, ainda hoje, se houvesse uma agenda, a Renamo estava disposta a tomar parte nas negociações, a Renamo está disponível", afirmou o porta-voz da Renamo, António Muchanga, em conferência de imprensa para repudiar o homicídio de Jeremias Pondeca.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Maputo indicou hoje que o corpo de Jeremias Pondeca foi encontrado na praia da Costa do Sol "crivado de balas", num crime supostamente cometido por quatro homens, quando fazia os seus habituais exercícios matinais.
Em conferência de imprensa realizada hoje, o porta-voz da PRM em Maputo, Orlando Modumane, afirmou que as autoridades farão tudo o que estiver ao seu alcance para levar os autores do homicídio a tribunal.
Vários membros da Renamo e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, foram assassinados nos últimos meses e os dois partidos têm trocado acusações sobre a autoria dos crimes.
A morte de membros dos dois principais partidos moçambicanos acontece no contexto dos actuais confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Renamo, na sequência da recusa do movimento de aceitar os resultados das eleições gerais de 2014.
A Renamo acusa a Frelimo de fraude no escrutínio e exige governar nas seis províncias onde reivindica vitória eleitoral.
Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) já condenaram a morte de Jeremias Pondeca, encorajando o governo moçambicano e a Renamo a seguirem a via do diálogo para o fim da crise política e militar.
SAPO – 10.10.2016
A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Maputo indicou hoje que o corpo de Jeremias Pondeca foi encontrado na praia da Costa do Sol "crivado de balas", num crime supostamente cometido por quatro homens, quando fazia os seus habituais exercícios matinais.
Em conferência de imprensa realizada hoje, o porta-voz da PRM em Maputo, Orlando Modumane, afirmou que as autoridades farão tudo o que estiver ao seu alcance para levar os autores do homicídio a tribunal.
Vários membros da Renamo e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, foram assassinados nos últimos meses e os dois partidos têm trocado acusações sobre a autoria dos crimes.
A morte de membros dos dois principais partidos moçambicanos acontece no contexto dos actuais confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Renamo, na sequência da recusa do movimento de aceitar os resultados das eleições gerais de 2014.
A Renamo acusa a Frelimo de fraude no escrutínio e exige governar nas seis províncias onde reivindica vitória eleitoral.
Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) já condenaram a morte de Jeremias Pondeca, encorajando o governo moçambicano e a Renamo a seguirem a via do diálogo para o fim da crise política e militar.
SAPO – 10.10.2016
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