"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Quem é o próximo da lista?


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SILHUETASO assassinato de Jeremias Pondeca, em plena luz do dia, em Maputo, durante a sua caminhada matinal na zona marginal da Costa do Sol, veio levantar o véu e deixar claro que os algo­zes de sempre continuam a agir impunemente. Pondeca integrava a delegação da Renamo no diálogo políti­co com o Governo da Freli­mo, igualmente membro do Conselho de Estado e antigo deputado da Assembleia da República.
Em Julho último, foi rapta­do em plena luz do dia, na sua residência na cidade de Chimoio, Manuel Fran­cisco Lole, quadro sénior da Renamo, e membro da Comissão Política do par­tido, antigo deputado da Assembleia da República e ex-membro do Conse­lho de Estado. Desde o seu desaparecimento não se conhece o seu paradeiro e há fortes suspeitas de que a vítima tenha sido poste­riormente assassinada.
Em Abril deste ano, foi assas­sinado, juntamente com dois acompanhantes, o quadro sénior da Renamo e membro do Conselho de Segurança do Estado José Manuel, à sa­ída do Aeroporto Internacio­nal da Beira.
Ainda este ano, no mês de Janeiro, em plena luz do dia, na cidade da Beira, o se­cretário-geral da Renamo e deputado da Assembleia da República, Manuel Bissopo, foi alvejado a tiro tendo es­capado à morte, mas nessa ocasião o seu guarda-costas, que foi igualmente atingido na mesma viatura, acabou perdendo a vida no local.
O próprio líder da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, escapou, no ano passado, num intervalo de nove dias, a duas flagrantes tentativas de assassinato e nenhum dos seus autores já foi identificado.No ano passado foram assassinados o académico e constitucionalista Gilles Cistac e o jornalista Paulo Machava, em plena luz do dia, em Maputo.
O que é estranho em todos esses casos é que as vítimas representam relativamente a mesma ideologia e visão política, e a maior coincidência tem a ver com o facto de em todos os crimes os autores não são encontrados e a alegação das autoridades tem sido a mesma: “estamos a investigar”.
Quando as vítimas de assassinatos são membros da Frelimo, partido no poder, as autoridades atribuem a responsabilidade aos homens armados da Renamo, como aconteceu, recentemente, em Nhampoca, distrito de Nhamatanda, província de Sofala, com o rapto e assassinato do chefe do posto de Tica.Importa recordar que, recentemente,
dois quadros seniores da Renamo, nomeadamente Jerómico Malagueta e António Muchanga, foram detidos por motivos, aparentemente, políticos, em Maputo,
devido a pronunciamentos públicos.Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: quem é o próximo da lista?
luís nhachote
CORREIO DA MANHÃ – 13.10.2016

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