O assassinato de Jeremias Pondeca, em plena luz do dia, em Maputo, durante a sua caminhada matinal na zona marginal da Costa do Sol, veio levantar o véu e deixar claro que os algozes de sempre continuam a agir impunemente. Pondeca integrava a delegação da Renamo no diálogo político com o Governo da Frelimo, igualmente membro do Conselho de Estado e antigo deputado da Assembleia da República.
Em Julho último, foi raptado em plena luz do dia, na sua residência na cidade de Chimoio, Manuel Francisco Lole, quadro sénior da Renamo, e membro da Comissão Política do partido, antigo deputado da Assembleia da República e ex-membro do Conselho de Estado. Desde o seu desaparecimento não se conhece o seu paradeiro e há fortes suspeitas de que a vítima tenha sido posteriormente assassinada.
Em Abril deste ano, foi assassinado, juntamente com dois acompanhantes, o quadro sénior da Renamo e membro do Conselho de Segurança do Estado José Manuel, à saída do Aeroporto Internacional da Beira.
Ainda este ano, no mês de Janeiro, em plena luz do dia, na cidade da Beira, o secretário-geral da Renamo e deputado da Assembleia da República, Manuel Bissopo, foi alvejado a tiro tendo escapado à morte, mas nessa ocasião o seu guarda-costas, que foi igualmente atingido na mesma viatura, acabou perdendo a vida no local.
O próprio líder da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, escapou, no ano passado, num intervalo de nove dias, a duas flagrantes tentativas de assassinato e nenhum dos seus autores já foi identificado.No ano passado foram assassinados o académico e constitucionalista Gilles Cistac e o jornalista Paulo Machava, em plena luz do dia, em Maputo.
O que é estranho em todos esses casos é que as vítimas representam relativamente a mesma ideologia e visão política, e a maior coincidência tem a ver com o facto de em todos os crimes os autores não são encontrados e a alegação das autoridades tem sido a mesma: “estamos a investigar”.
Quando as vítimas de assassinatos são membros da Frelimo, partido no poder, as autoridades atribuem a responsabilidade aos homens armados da Renamo, como aconteceu, recentemente, em Nhampoca, distrito de Nhamatanda, província de Sofala, com o rapto e assassinato do chefe do posto de Tica.Importa recordar que, recentemente,
dois quadros seniores da Renamo, nomeadamente Jerómico Malagueta e António Muchanga, foram detidos por motivos, aparentemente, políticos, em Maputo,
devido a pronunciamentos públicos.Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: quem é o próximo da lista?
luís nhachote
CORREIO DA MANHÃ – 13.10.2016
O próprio líder da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, escapou, no ano passado, num intervalo de nove dias, a duas flagrantes tentativas de assassinato e nenhum dos seus autores já foi identificado.No ano passado foram assassinados o académico e constitucionalista Gilles Cistac e o jornalista Paulo Machava, em plena luz do dia, em Maputo.
O que é estranho em todos esses casos é que as vítimas representam relativamente a mesma ideologia e visão política, e a maior coincidência tem a ver com o facto de em todos os crimes os autores não são encontrados e a alegação das autoridades tem sido a mesma: “estamos a investigar”.
Quando as vítimas de assassinatos são membros da Frelimo, partido no poder, as autoridades atribuem a responsabilidade aos homens armados da Renamo, como aconteceu, recentemente, em Nhampoca, distrito de Nhamatanda, província de Sofala, com o rapto e assassinato do chefe do posto de Tica.Importa recordar que, recentemente,
dois quadros seniores da Renamo, nomeadamente Jerómico Malagueta e António Muchanga, foram detidos por motivos, aparentemente, políticos, em Maputo,
devido a pronunciamentos públicos.Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: quem é o próximo da lista?
luís nhachote
CORREIO DA MANHÃ – 13.10.2016
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