"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Causa mais provável da morte de conselheiro de Estado em Moçambique é política, diz MDM


O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido do país, considerou hoje que a causa mais provável do assassínio de Jeremias Pondeca, membro da Renamo e conselheiro de Estado, é política, atendendo ao contexto de violência armada em que o país está mergulhado. 
"Podemos ter diversas interpretações, vários pontos de vista, mas se há, no país, violência armada e bruta, o mais provável é que o assassínio tenha motivações políticas", afirmou Lutero Simango, chefe da bancada parlamentar do MDM, em declarações aos jornalistas, no final do velório de Jeremias Pondeca, realizado hoje em Maputo.
Simango qualificou de "insuportável" a onda de violência política prevalecente no país, apelando ao Governo e à Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, para cessarem os confrontos.

O velório de Jeremias Pondeca, que além de conselheiro de Estado era membro da delegação da Renamo nas negociações de paz, contou com a presença do chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, do antigo chefe de Estado Armando Guebuza, deputados das três bancadas da Assembleia da República e titulares de órgãos de soberania.
Segundo a polícia moçambicana, Jeremias Pondeca foi baleado com vários tiros na manhã de Sábado, quando fazia exercícios físicos na praia da Costa do Sol, na marginal de Maputo, por desconhecidos, mas o seu corpo foi identificado no domingo pela família e por membros da Renamo na morgue do Hospital Central de Maputo.
A morte de Pondeca segue-se a uma onda de assassínios de membros da Renamo e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, sobretudo nas zonas onde se registam confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado do principal partido de oposição.
Os dois principais partidos moçambicanos têm-se acusado de assassinatos políticos, no contexto da actual violência militar, desencadeada pela recusa da Renamo de aceitar os resultados das eleições gerais de 2014.
A Renamo exige governar as seis províncias do centro e norte do país onde reivindica vitória eleitoral, acusando a Frelimo de fraude no escrutínio.
Governo e Renamo estão em negociações visando o fim dos confrontos, na presença de mediadores internacionais, mas ainda não lograram nenhum entendimento em relação às matérias da agenda do diálogo em curso.

Fonte: SAPO – 12.10.2016

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