"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Negociadores de paz em Moçambique em silêncio sobre alegada ida de mediadores à Gorongosa


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Mário RaffaeliAs delegações do Governo moçambicano e da Renamo nas negociações de paz em Moçambique voltaram a reunir-se hoje em Maputo, mas não comentaram uma alegada tentativa de mediadores de se avistarem com o líder da oposição.
"Não há declarações hoje", limitou-se a dizer à Lusa Angelo Romano, representante da União Europeia na equipa de mediação internacional no actual processo negocial de paz em Moçambique, escusando-se a comentar as declarações do líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, sobre uma tentativa falhada de mediadores chegarem ao contacto com ele na serra da Gorongosa, centro do país.
Em entrevista ao Canal de Moçambique divulgada hoje, Afonso Dhlakama acusou o exército de ter tentado atacar no último Sábado o local onde se iria encontrar com uma delegação de mediadores das negociações, inviabilizando a reunião secreta.
"Houve uma forte troca de tiros. Levaram porrada. Eu comecei a ouvir os estrondos a partir daqui e eram 08:00. Eu Liguei para [Mario] Raffaelli [coordenador dos mediadores] e disse que as Forças de Defesa e Segurança vieram para fazer uma emboscada", declarou Dhlakama.
O líder da Renamo afirmou que se iria encontrar com Mario Raffaelli e Jonathan Powel, representante do ex-Primeiro-ministro britânico Tony Blair nas negociações de paz, algures em Gorongosa, a pedido do Presidente da República, Filipe Nyusi, mas uma movimentação do exército no local da reunião e confrontos com o braço armado da Renamo inviabilizaram o encontro.
"O combinado é que as pessoas que íamos receber estariam em segurança e livres de patrulha. Tudo foi combinado. Surpreendentemente, nas primeiras horas de Sábado, saiu um grupo fortemente armado das Forças Armadas de Defesa de Moçambique da posição de Mazembe em direcção ao local onde eu havia marcado", acrescentou Afonso Dhlakama.
Dhlakama acusou o chefe de Estado moçambicano de falso, adiantando que, contrariamente ao acordado, o exército não se retirou de duas posições próximas do local do encontro, tendo até reforçado a sua presença.
"Disse lhe [a Mário Rafaelli] que, nas posições de Mapanga e Siwa, eles [exército] estavam lá armados, a dispararem. ´não vale a pena, há perigo, há muito perigo. É melhor regressar para Maputo, porque Filipe Nyusi é falso'", declarou ao Canal de Moçambique,
Na sessão de Terça-feira, os jornalistas confrontaram Mario Raffaeli sobre a alegada tentativa de encontro com Dhlakama, que já circulava nas redes sociais, mas o coordenador da equipa de mediação, também indicado pela União Europeia, desmentiu.
"São boatos, vocês estão a ouvir boatos", limitou-se a dizer à imprensa Mario Raffaeli
Na entrevista, o líder da Renamo adiantou que continua comprometido com a via negocial para a restauração da paz em Moçambique, acrescentando também que os mediadores também estão empenhados com o processo negocial, apesar do alegado incidente.
A Lusa tentou sem sucesso ouvir a equipa do Governo nas negociações e as Forças de Defesa e Segurança.
Na sessão de hoje do processo negocial, o Governo moçambicano e a Renamo reuniram-se pela primeira vez em conjunto nesta fase das negociações de paz e não partilharam detalhes sobre o conteúdo do encontro.
As negociações de paz terão uma nova pausa de uma semana a partir de Sábado.
SAPO – 26.10.2016
NOTA: Porque será que a verdade é sempre escondida do "patrão"? Será que Dhlakama não falou, como afirma, com Mario Raffaeli? Infelizmente neste país já se não sabe quem mente ou quem diz a verdade. Triste!
Fernando Gil

EY: A Renamo e seu líder nunca mentem nos seus discursos e não escondem nada. Quando querem atacar até avisam que vamos atacar e atacam, vamos fechar a circulação rodoviária e fecham. Por isso, Dhlakama não inventaria uma noticia como esta, e os militares mortos no confronto, também é boato.
Agora se Mario Rafaelli diz ser boato, dá para desconfiar a idoneidade destes mediadores. Se eles são transparentes, não deviam ocultar a verdade ao povo. Eles estão em Moçambique não para o Governo/Frelimo, mas sim ajudar o povo a encontrar a paz. Não serão estes mediadores, continuação dos anteriores traidores Sengulane e Rosário, que entregaram o Dhlakama para ser assassinado na praça pública? Será que Rafaelli não sabia os planos da Frelimo ao tanto insistir viajar a Gorongosa?

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