Liga dos Direitos Humanos retira militante da Renamo do Hospital Central de Maputo

 

Após mais uma tentativa de rapto no leito hospitalar
Um membro da Renamo que se encontrava internado no Hospital Central de Maputo, depois de ter escapado a uma tentativa de assassinato por um esquadrão da morte da Polícia, foi retirado, na passada sexta-feira, 19 de Maio, pela Liga dos Direitos Humanos de Moçambique, para uma clínica privada na capital do país. Segundo apurou o “Canalmoz”, houve uma tentativa de raptar o homem em pleno hospital na passada quinta-feira à noite.
A transferência do membro da Renamo para uma clínica privada em Maputo, da qual que omitimos o nome, teve a presença de representantes da Amnistia Internacional, de jornalistas e de uma escolta policial, após contactos da Liga dos Direitos Humanos com a Procuradoria-Geral da República e com representações diplomáticas acreditadas na capital moçambicana, que aconselharam neste sentido.
Segundo a Renamo, a tentativa de assassinato ocorreu no passado dia 10 de Maio, em Catandica, sede do distrito do Barué, na província de Manica: um membro deste partido foi raptado e conduzido ao Comando da Polícia, local onde foi forçado a indicar o paradeiro de militantes da Renamo.

“Porque não indicou, foi torturado e levado para o mato na noite do dia 11 de Maio, onde foi alvejado com três tiros, tendo sido levado por pessoas de boa-fé para o Hospital Central de Maputo, para tratamentos”, declarou a Renamo, através do seu porta-voz, António Muchanga, que acrescentou que, ao tomar conhecimento de que o cidadão estava internado, a Polícia foi buscá-lo à cama, no hospital, alegando que ele era foragido da Justiça e que devia ser devolvido à província de Manica, onde, segundo diz a Polícia, ele fugiu das mãos das autoridades policiais.
Por sua vez, Alice Mabota, presidente da Liga dos Direitos Humanos, disse aos jornalistas que homens armados, que se supõem serem da Polícia, procuraram Bento Sabão na quinta-feira à noite, quando estava internado no hospital, depois de ter sido atingido a tiro a 10 de Maio, numa alegada tentativa de assassinato, na província de Manica.
Casos desta natureza têm estado relacionados com actos de terror praticados pela Polícia da República de Moçambique. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 23.05.2016