Esta quarta-feira (25.05) foram encontrados mais sete cadáveres nas matas do distrito em Macossa, Manica. Os corpos terão sido abandonados há dois meses e a zona onde foram depositados foi queimada.
A descoberta foi feita por um grupo de jornalistas, incluíndo um repórter da DW África, que se deslocou ao local para investigar a existência de valas comuns. Sobe assim para 21 o número total de corpos encontrados nesta zona desde o início do mês.
Perto dos corpos foram encontradas cápsulas e botijas de plástico, com alguns restos de líquidos. Alguns dos corpos aparentam ter sido amarrados e estar sem roupa.
Segundo os testemunhos de um agricultor e de um garimpeiro que costumam trabalhar na baixa do rio Nhaduwe, a cinco quilómetros do local onde foram encontrados os cadáveres, os corpos terão sido abandonados durante a noite, por desconhecidos. “Já passaram dois meses desde que eu vi estas pessoas aqui. Acordei muito cedo para ir à minha machamba, quando vi as pessoas mortas. Fui-me embora e não voltei mais”, conta um deles.
Em
conferência de imprensa, o comandante provincial da polícia de Manica, Armando
Mude, disse que por ordem das autoridades governamentais já foram a enterrar os onze corpos
que foram descobertos debaixo de uma ponte, perto da Estrada Nacional 1 (N1)
que divide os distritos da Gorongosa (Sofala) e de Macossa (Manica).
No entanto, a DW África esteve no local esta quarta-feira (25.05) e viu quatro desses corpos ainda no local, encontrados há mais de um mês.
A mesma testemunha que viu os 11 cadáveres nas matas confirma a existência de corpos deixados ao abandono. “Não enterraram nada aqui. Estão aqui as pessoas, de qualquer maneira. Não as enterraram”, afirma.
Assassinatos e raptos em Vunduzi
A Procuradora Provincial de Sofala disse que já trabalhou no terreno, mas não achou as valas comuns nem os corpos abandonados.
Entretanto, a população de Vunduzi, no distrito vizinho de Gorongosa, denuncia assassinatos e raptos civis levados a cabo por membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
O pai de Carlitos Azarias Meque foi uma das vítimas destes atos. Foi espancado pelas tropas governamentais e viu as suas quatro casas serem incendiadas.
“Eles chegaram, pegaram no meu pai que estava ali, bateram-lhe, deram capoeira. Amarraram-no, puseram-no no carro e levaram-no, para lhe bater mais, e depois trouxeram-no de novo. No outro dia, chegaram, bateram-lhe e deram-lhe um tiro. Ele conseguiu fugir, e eles ficaram aqui a queimar as casas”, conta Carlitos Meque.
Hoje, a família de 13 membros vive debaixo de uma árvore, sem roupa ou alimentos, que foram destruídos juntamente com as casas.
No distrito de Gorongosa, várias escolas, hospitais e igrejas estão encerrados devido à insegurança. Esta quinta-feira (26.05.), mais de 10 carros blindados e várias dezenas de militares estavam posicionados no povoado de Mucodza, na única via que dá acesso a Vunduzi a partir da vila de Gorongosa.
Os pequenos agentes económicos daqueles povoados queixam-se das barreiras, que estão a dificultar a compra de produtos na vila sede.
DW – 27.05.2016
No entanto, a DW África esteve no local esta quarta-feira (25.05) e viu quatro desses corpos ainda no local, encontrados há mais de um mês.
A mesma testemunha que viu os 11 cadáveres nas matas confirma a existência de corpos deixados ao abandono. “Não enterraram nada aqui. Estão aqui as pessoas, de qualquer maneira. Não as enterraram”, afirma.
Assassinatos e raptos em Vunduzi
A Procuradora Provincial de Sofala disse que já trabalhou no terreno, mas não achou as valas comuns nem os corpos abandonados.
Entretanto, a população de Vunduzi, no distrito vizinho de Gorongosa, denuncia assassinatos e raptos civis levados a cabo por membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
O pai de Carlitos Azarias Meque foi uma das vítimas destes atos. Foi espancado pelas tropas governamentais e viu as suas quatro casas serem incendiadas.
“Eles chegaram, pegaram no meu pai que estava ali, bateram-lhe, deram capoeira. Amarraram-no, puseram-no no carro e levaram-no, para lhe bater mais, e depois trouxeram-no de novo. No outro dia, chegaram, bateram-lhe e deram-lhe um tiro. Ele conseguiu fugir, e eles ficaram aqui a queimar as casas”, conta Carlitos Meque.
Hoje, a família de 13 membros vive debaixo de uma árvore, sem roupa ou alimentos, que foram destruídos juntamente com as casas.
No distrito de Gorongosa, várias escolas, hospitais e igrejas estão encerrados devido à insegurança. Esta quinta-feira (26.05.), mais de 10 carros blindados e várias dezenas de militares estavam posicionados no povoado de Mucodza, na única via que dá acesso a Vunduzi a partir da vila de Gorongosa.
Os pequenos agentes económicos daqueles povoados queixam-se das barreiras, que estão a dificultar a compra de produtos na vila sede.
DW – 27.05.2016
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