Duas pessoas morreram em Murrotone, província da Zambézia, no centro de Moçambique, numa emboscada atribuída pelas autoridades locais a homens armados da Renamo, informou hoje a emissora pública.
Segundo o administrador do distrito de Ile, citado pela Rádio Moçambique, o ataque ocorreu na noite de quarta-feira, um dia depois de o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, ter anunciado o seu acordo para o reatamento das negociações de paz com o Governo.
O ataque, de acordo com o administrador distrital, foi dirigido contra um autocarro da transportadora Etrago que fazia a ligação entre Nampula e a Beira, deixando ainda duas pessoas feridas.
Também após o anúncio de Dhlakama, o administrador de Samoa, na província de Tete, e o chefe da secretaria da mesma localidade morreram na madrugada de quarta-feira, numa outra investida atribuída pelas autoridades do distrito de Moatize a homens armados da Renamo.
Após um período de acalmia na frequência de ataques nas estradas do centro de Moçambique, esta semana está a ser marcada por um aumento de emboscadas.
A
polícia acusou o braço armado da Renamo de atacar um autocarro e matar uma
cidadã estrangeira no domingo e ferir cinco outras pessoas com gravidade, na
mesma região da Zambézia onde na quarta-feira morreram os dois passageiros da
Etrago.
Apesar de a polícia não avançar a nacionalidade da vítima, a Embaixada das Filipinas na África do Sul disse à agência France Presse que se trata de uma professora filipina residente em Moçambique.
A polícia moçambicana imputou também à Renamo outro ataque, no sábado, em que morreu uma mulher quando viajava numa viatura de matrícula sul-africana na zona de Chinguno, Mossurize, na província de Manica.
O Conselho de Ministros moçambicano condenou na terça-feira os ataques nas estradas do centro do país, apontando novamente o diálogo como a solução para a crise política.
Após os primeiros ataques nas estradas do centro de Moçambique, no início do ano, as autoridades montaram um sistema de escoltas militares obrigatórias em dois troços da N1, a principal estrada do país, na província de Sofala.
A Renamo justifica emboscadas a autocarros de transporte público com o argumento de que estão a ser usados para deslocar militares das Forças de Defesa e Segurança para atacar posições do braço armado da oposição.
A Renamo indicou hoje três deputados para retomar o diálogo com o Governo e preparar um encontro ao mais alto nível sobre o fim da crise política e militar em Moçambique.
O anúncio da Renamo foi feito dois dias após o chefe de Estado moçambicano ter pedido ao líder do principal partido de oposição para indicar a sua equipa, ao fim de vários meses em que o diálogo entre as partes esteve bloqueado, enquanto se agravava o clima de confrontação militar no centro do país.
As negociações entre o Governo moçambicano e a Renamo estão paralisadas há vários meses, depois de o maior partido de oposição se ter retirado do processo, alegando falta de progressos e de seriedade por parte do executivo.
A suspensão do diálogo foi acompanhada por um agravamento da violência política, com relatos de confrontos entre a Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados e ainda ataques atribuídos pelas autoridades ao braço militar da oposição a alvos civis no centro do país.
O principal partido da oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
Como condição para voltar à mesa das conversações, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, tem exigido o envolvimento da União Europeia, Igreja Católica e o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
HB (AYAC/EYAC/PMA) // EL
Lusa – 19.05.2016
Apesar de a polícia não avançar a nacionalidade da vítima, a Embaixada das Filipinas na África do Sul disse à agência France Presse que se trata de uma professora filipina residente em Moçambique.
A polícia moçambicana imputou também à Renamo outro ataque, no sábado, em que morreu uma mulher quando viajava numa viatura de matrícula sul-africana na zona de Chinguno, Mossurize, na província de Manica.
O Conselho de Ministros moçambicano condenou na terça-feira os ataques nas estradas do centro do país, apontando novamente o diálogo como a solução para a crise política.
Após os primeiros ataques nas estradas do centro de Moçambique, no início do ano, as autoridades montaram um sistema de escoltas militares obrigatórias em dois troços da N1, a principal estrada do país, na província de Sofala.
A Renamo justifica emboscadas a autocarros de transporte público com o argumento de que estão a ser usados para deslocar militares das Forças de Defesa e Segurança para atacar posições do braço armado da oposição.
A Renamo indicou hoje três deputados para retomar o diálogo com o Governo e preparar um encontro ao mais alto nível sobre o fim da crise política e militar em Moçambique.
O anúncio da Renamo foi feito dois dias após o chefe de Estado moçambicano ter pedido ao líder do principal partido de oposição para indicar a sua equipa, ao fim de vários meses em que o diálogo entre as partes esteve bloqueado, enquanto se agravava o clima de confrontação militar no centro do país.
As negociações entre o Governo moçambicano e a Renamo estão paralisadas há vários meses, depois de o maior partido de oposição se ter retirado do processo, alegando falta de progressos e de seriedade por parte do executivo.
A suspensão do diálogo foi acompanhada por um agravamento da violência política, com relatos de confrontos entre a Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados e ainda ataques atribuídos pelas autoridades ao braço militar da oposição a alvos civis no centro do país.
O principal partido da oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
Como condição para voltar à mesa das conversações, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, tem exigido o envolvimento da União Europeia, Igreja Católica e o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
HB (AYAC/EYAC/PMA) // EL
Lusa – 19.05.2016
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