Os
nossos leitores elegeram os seguintes Xiconhocas na semana finda:
Armando
Guebuza
Um
Presidente da República que jura cumprir e respeitar a Constituição mas volta e
meia contrai empréstimos milionários à revelia do povo, endividando-o por
décadas, merece cadeia e, na pior das hipóteses – desculpem-nos – ser apedrejado
em praça pública. É difícil manter o mínimo respeito por quem vai contra os seus
princípios e trai os interesses do povo que representa. Talvez, estejamos
equivocados e Armando Guebuza nunca teve princípios nem escrúpulos, por isso,
além dos 850 milhões de dólares norte-americanos da dívida da EMATUM,
ilegalmente avalizados pelo Estado, na sua governação contraiu, secretamente,
mais 622 milhões de dólares em empréstimos numa outra empresa estatal denominada
Proindicus, SA. Deste montante nem um só dólar entrou no erário e os
moçambicanos vão pagar dívidas feitas por capricho de um compatriota que
enquanto Chefe de Estado se achava dono de todas as decisões. Agora, são claros
os motivos pelos quais desde 2013 têm sido comprados novos carros blindados para
reforçar a musculatura das Forças de Defesa e Segurança (FDS). Estes senhores
preparam-se meticulosamente para a guerra e usam como capa o apelo à
paz.
Investidores
nacionais no Porto de Nacala
O
Porto de Nacala é um berço dos agentes do Estado, a quem o Governo decidiu
concessionar um dos maiores empreendimentos de África. Aquilo é uma mina
poderosa por lapidar, nas mãos do antigo Presidente da República, Armando
Guebuza; dos ex-Primeiro-Ministros, Mário Machungo e Aires Aly; antigos
deputados e juiz do Conselho Constitucional e até gestores seniores da empresa
pública dos caminhos-de-ferro. É o cúmulo de uma promiscuidade ente o Estado e a
elite política, e um exemplo das negociatas que o próprio Estado permite e
alimenta para acomodar os interesses de gente que pulula nos corredores do
partido Frelimo. Os investidores estrangeiros alinham dando corpo à ideia de que
as Parcerias Público-Privada são, regra geral, uma fantochada e o povo não é
necessariamente o beneficiário. Todos aqueles que tornam possível este estado de
coisas e coisificam cada vez mais o nosso Estado, não passam de xicos-mor e
sejam tratados como tal pelo resto das suas vidas.
Ana
Matusse Dimande
A
Directora Geral do Instituto Nacional dos Transportes Terrestres (INATTER), Ana
Manuel Matusse Dimande, é uma profissional que dadas as suas atitudes
insignificantes equipara-se àquele papel que por diversas razões atiramos ao
lixo sem procurarmos entender se pode ou não ser reaproveitado. A gula desta
senhora foi de tal sorte que achou que eram poucos os seus 168 mil meticais de
salário, acrescidos de 16 mil meticais de renda de casa, mais 7.227 meticais
para telefone e ainda 10 mil meticais para outras despesas, e sem olhar para os
lados passou a implementar uma tabela salarial que a favorece a ela própria e
aos outros directores da empresa. A visada passou a usufruir de um total de
201.227 mil meticais brutos de salário. Para tonar mais onerosos os deveres do
Governo para com os seus empregados, Ana arrastou 13 funcionários para a sua
lista de mordomias e atribui-lhes bónus salariais que resultaram em três milhões
de meticais mensais em vencimentos. Aliás, o pessoal abrangido por estas
regalias não pagavam o Imposto Sobre Rendimentos de Pessoas Singulares (IRPS).
Maldita senhora! Oxalá que a acusação do Gabinete Central de Combate à Corrupção
(GCCC) siga em frente, Ana seja condenada e expulsa do Aparelho do
Estado.
@VERDADE
- 08.04.2016
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