DO LADO
DA EVIDÊNCIA
Por: Luís Nhachote
Se dúvidas prevaleciam de que a nossa “soberania” ainda reside nos doadores, e não no “povo”, como se convém dizer por aí, por razões de alguma “auto-estima”, estas foram dissipadas nos últimos dias.
E essa descoberta ficou mais cristalina graças à maioria da bancada parlamentar da Frelimo na Assembleia da República (AR) que votou contra a solicitação da bancada parlamentar da Renamo que pretendia obter esclarecimentos do Governo sobre as notícias que estão a ser veiculadas nas praças financeiras internacionais sobre empréstimos que foram contraídos no maior dos segredos. À margem da lei!
Moçambique está diante de uma colossal dívida pública e, por essa razão e obra da bancada maioritária e o seu veto, o Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, foi “chamado” de emergência para reuniões junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) para se explicar... o Ministro da Economia e Finanças já lá se encontrava em missão similar. Podiam tê-lo feito em sede da AR... mas como não é lá que reside a nossa soberania, foram aos nossos “patrões”!
Os valores que se veiculam têm estado a mexer não só com a racionalidade dos economistas e juristas, mas também com os mais comuns dos mortais que são encharcados com esse tipo de notícias, por tudo quanto é canto. Do “chapa” às “barracas” é esse o assunto.
Por: Luís Nhachote
Se dúvidas prevaleciam de que a nossa “soberania” ainda reside nos doadores, e não no “povo”, como se convém dizer por aí, por razões de alguma “auto-estima”, estas foram dissipadas nos últimos dias.
E essa descoberta ficou mais cristalina graças à maioria da bancada parlamentar da Frelimo na Assembleia da República (AR) que votou contra a solicitação da bancada parlamentar da Renamo que pretendia obter esclarecimentos do Governo sobre as notícias que estão a ser veiculadas nas praças financeiras internacionais sobre empréstimos que foram contraídos no maior dos segredos. À margem da lei!
Moçambique está diante de uma colossal dívida pública e, por essa razão e obra da bancada maioritária e o seu veto, o Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, foi “chamado” de emergência para reuniões junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) para se explicar... o Ministro da Economia e Finanças já lá se encontrava em missão similar. Podiam tê-lo feito em sede da AR... mas como não é lá que reside a nossa soberania, foram aos nossos “patrões”!
Os valores que se veiculam têm estado a mexer não só com a racionalidade dos economistas e juristas, mas também com os mais comuns dos mortais que são encharcados com esse tipo de notícias, por tudo quanto é canto. Do “chapa” às “barracas” é esse o assunto.
A
Constituição da República diz que é da “Exclusiva competência da
Assembleia da República: (....) autorizar o Governo, definindo as questões
gerais, a contrair ou a conceder empréstimos, a realizar outras operações de
crédito, por período superior a um exercício económico e a estabelecer um
limite máximo dos avales a conceder pelo Estado”, artigo
179.
Pelo que até agora se sabe, em nenhuma sessão plenária ou da Comissão Permanente da AR, na anterior legislatura, se tratou de matérias relativas a créditos com altas taxas de juros, que agora tudo indica que será transformada em “dívida soberana”.
Porque querem transferir a dívida, contraída no maior dos segredos, por pessoas facilmente identificáveis, com domicílios conhecidos, para o nosso nome colectivo? Qual foi o nosso pecado? Nascer aqui?
O Presidente Nyusi, que na altura da contracção das tais dívidas ocupava a principal poltrona do Ministério da Defesa Nacional, entidade que se terá municiado de uns barcos e armamento para a defesa da nossa “soberania” , quando se criou a EMATUM, deve ter uma palavra a dizer. Para a nossa tranquilidade colectiva.
Sob pena de, não dizendo, na condição de mais alto magistrado da nação, comece a ser desconfiado como cúmplice de uma golpada que nos deixou como “soberanos” de tangas, passe a expressão.
Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: E agora, Presidente Nyusi?
CORREIO DA MANHÃ – 21.04.2016
NOTA:
“Do lado da evidência” se conclui que o Presidente Nyusi nada pode fazer, a não ser demitir-se, pois, como Ministro da Defesa do Governo anterior, tinha de saber de tudo, além de, como membro do governo, também ser politicamente solidário.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Pelo que até agora se sabe, em nenhuma sessão plenária ou da Comissão Permanente da AR, na anterior legislatura, se tratou de matérias relativas a créditos com altas taxas de juros, que agora tudo indica que será transformada em “dívida soberana”.
Porque querem transferir a dívida, contraída no maior dos segredos, por pessoas facilmente identificáveis, com domicílios conhecidos, para o nosso nome colectivo? Qual foi o nosso pecado? Nascer aqui?
O Presidente Nyusi, que na altura da contracção das tais dívidas ocupava a principal poltrona do Ministério da Defesa Nacional, entidade que se terá municiado de uns barcos e armamento para a defesa da nossa “soberania” , quando se criou a EMATUM, deve ter uma palavra a dizer. Para a nossa tranquilidade colectiva.
Sob pena de, não dizendo, na condição de mais alto magistrado da nação, comece a ser desconfiado como cúmplice de uma golpada que nos deixou como “soberanos” de tangas, passe a expressão.
Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: E agora, Presidente Nyusi?
CORREIO DA MANHÃ – 21.04.2016
NOTA:
“Do lado da evidência” se conclui que o Presidente Nyusi nada pode fazer, a não ser demitir-se, pois, como Ministro da Defesa do Governo anterior, tinha de saber de tudo, além de, como membro do governo, também ser politicamente solidário.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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