As organizações da sociedade civil não sossegam diante do elevado nível de endividamento público e, sobretudo, do facto de grande parte da dívida ter sido mantida escondida.
Indignadas, emitiram uma série de medidas a serem levadas a cabo pelo Governo, pelo Parlamento e pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no sentido de estabelecer transparência sobre os números e contornos das respectivas dívidas, durante o Fórum de Monitoria do Orçamento.
Do Governo, as organizações da sociedade civil exigem auditoria exaustiva à dívida pública, de modo a que se saiba o montante real, os credores e o período de pagamento de cada uma das dívidas; a publicação de toda a informação sobre a dívida pública, para o conhecimento dos cidadãos moçambicanos; explicação aos moçambicanos sobre as reais implicações da dívida para o país e, sobretudo, para o bolso do cidadão; esclarecimento da estratégia para o pagamento das dívidas, através de medidas concretas e responsabilização dos autores; a par da dívida pública externa, proceda a um inventário total da dívida pública interna existente, identificando os credores do Estado, bem como o período em que cada uma das dívidas tem de ser paga; recorrer ao endividamento interno apenas quando for necessário, evitando assim criar demasiados encargos financeiros para o Estado, dada a onerosidade das taxas de juro da dívida pública interna; reformular a estrutura fiscal de Moçambique, acabando com a situação de grandes empresas que não pagam impostos ou que os pagam apenas em parte, assim como a situação em que os trabalhadores pagam mais impostos do que as empresas; estabelecimento de uma matriz de prioridades para o endividamento futuro, de modo a que nenhum Governo ou dirigente do país possa contrair dívidas para projectos de viabilidade e prioridade discutíveis e duvidosos.
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