Em países democráticos tudo
é claro, a justiça, a imprensa e todos os serviços públicos são independentes,
não sofrem de nenhuma coação da parte do partido no poder o que não acontece
com Moçambique. Pelo contrário, o governo moçambicano protege e defende os
corruptos, os criminosos, e toda espécie de mal, basta que não afecte os seus
interesses. É nesta perspectiva que afirmamos que a Democracia Moçambicana compadece-se
e convive com a corrupção e delinquência.
A bem poucos dias, na
sua visita a Bruxelas, o senhor Nyusi reafirmou que a democracia
não se compadece com um partido armado. Disse de igual modo que não ser de
interesse de ninguém que Moçambique continue numa situação de indefinição. Para
ganhar o apoio e confiança das instituições europeias, mentiu que toda a gente
quer a paz absoluta e a melhor maneira de resolver isso não é a violência, assim
falava perante vários jornalistas presentes.
Talvez tenhamos diferentes
percepções ou definições sobre a democracia. Mas na realidade para a Frelimo a
democracia moçambicana o pensar diferente e a oposição é e sempre será alvo de
perseguição e destruição. A democracia frelimista não se compadece com o
partido Renamo que possui armas, mas se compadece com aqueles que violam a
Constituição da República levando o país ao abismo profundo. Os corruptos, terroristas,
criminosos, violadores dos Direitos elementares do Homem, esses são os que
constituem os verdadeiros democratas da governação da Frelimo.
É claro que o povo moçambicano que a
paz menos ele e o seu colectivo. Ele pode enganar aos seus patrões brancos do
ocidente e não aos moçambicanos. Todos nós mesmo crianças sabemos muito bem que
a eles lhes interessam a guerra em Moçambique. Razão pela qual empurraram o
Dhlakama ao mato para depois acusar-lhe de não querer dialogar. O senhor Nyusi
sempre quis ver o Dhlakama morto, ele mandou emboscar-lhe por duas vezes no
mesmo mês em Manica e fracassada a tentativa usou artimanhas para trazer ao
dialogo e logo um cerco na residência dele em outubro, o que fez com Dhlakama
estivesse nas matas até hoje. Faça nos o favor de nos dar um descanso de seu
barulho discursivo de diálogo. Sabemos que não queres diálogo nenhum. Se quer
diálogo porque continua a mandar militares para morrerem com um inimigo que ele
próprio como ministro de defesa não conseguiu vencer?
No tal discurso em Bruxelas disse
que o governo já formou a equipe de três personalidades para um eventual
encontro com Dhlakama e a Renamo ainda não. Para o Sr. Presidente estas pessoas
são credíveis, mas para o povo Moçambicano ninguém quer ver essas pessoas, não
queremos ver mais o escândalo da Beira e o Sr. presidente nunca se pronunciou
sobre o assunto. O Sr. presidente no lugar de ganhar pontos, está a perder
muitos porque não quer seguir conselho dos sábios.
O presidente está a ser muito infeliz. Sempre abre a boca para falar dos
problemas do país quando está fora. Dentro do país fica muito calado, como se
fosse mudo. Tem um discurso ruim para o país. O presidente Nyusi precisa de
grande assessoria como presidente. É muito triste e grave quando o presidente
fala de mentiras fora do país. Ainda estando fora numa das suas viagens disse
não haver ninguém que lhe dá propostas concretas para a paz no país. Que tipo
de propostas quer? Propostas segundo o seu pensamento e desejo, claro que esses
não aparecem porque não conduzem a paz. Muitas propostas sábias foram dadas e
ainda continuam a serem oferecidas gratuitamente, mas rejeita tudo.
Concordo muito bem que em democracia
não há partido armado. No entanto em Moçambique temos dois partidos armados. O
partido que ele dirige, a Frelimo e a Renamo são ambos armados. A Frelimo aqui
peca duas vezes mais que a Renamo porque usa Forças de Defesa e Segurança do
Estado como propriedade dela, aliás o exercito,
a polícia, justiça são cativas propriedades privadas da Frelimo. Agora
porque o senhor Nyusi não é contundente e duro de igual maneira para o seu
partido?
A Frelimo usa militares e polícia
para intimidar a população em tudo, pilhar os pobres bens do povo, perseguir e
executar os opositores, os que pensam diferente. Para só ver, neste fim de
semana as FDS mataram quatro madjonidjonis (moçambicanos mineiros na África
do Sul) em Barué. Estas matanças é o que fez com que a Renamo voltasse a
disparar.
O problema de Moçambique não é da
Renamo armada, mas sim da Frelimo tanto armada como desarmada. Um exemplo
concreto que a Renamo armada não é problema para a população temos aqui um
extracto do artigo desta tarde que vem de Chemba:
“Atenção
de Chemba nos chegam Informações sobre as quais 7 comandos da Renamo, invadiram
o posto administrativo de Chiramba no distrito nortenho de Chemba.Para
conseguirem os seus intentos desferiram vários disparos que deixaram o povo
local em pânico, tendo se refugiado para o mato por algum tempo, e regressaram
para as suas residências depois dos comandos da Renamo terem lançado um apelo
para que o povo se mantivesse calmo pois não tinham intenções de fazer mal a
ninguém. E neste momento os homens ocupam o posto policial local e as famílias
nas suas residências, numa situação que pode-se considerar calma”.
A
democracia na óptica do presidente, “uma democracia que se compadece com roubos
e delapidação de fundos do povo por um grupo de amigos, com assassinatos de
membros da oposição, de magistrados e críticos ao vosso regime totalitário, com
o monopartidarismo, com injustiças”, isso não é e nunca será democracia. Talvez
isso pode se chamar democracia somente no seio dos camaradas da Frelimo.
Em democracia, há transparência nos atos governativos, em democracia, o
governo tem a obrigação de não prejudicar os seus governados democraticamente, em democracia o exercito não usa autocarros
civis, em democracia o pensar diferente é uma riqueza e não algo a
combater até eliminar, em democracia não
há imunidade para os criminosos. Em democracia a lei é igual para todos, não
existe cidadão da primeira nem da terceira; em democracia não se pilham as
riquezas das províncias para desenvolver numa zona em detrimentos dos
verdadeiros donos da riqueza. Repito, em
democracia, o exercito, a policia e a justiça e todas as instituições públicas
são livres e independentes, são pertenças do Estado e não do partido no poder,
como acontece com a tal democracia segundo a Frelimo. Em democracia, a
Constituição da República acomoda os interesses do povo, se haver necessidade
de revisão para o bem do povo se acerta. Ela não é Bíblia Sagrada. Em democracia,
a policia é amiga da população e trata as pessoas com carinho e o povo confia
nela, as manifestações são permitidas e não reprimidas. Em condições normais,
em democracia o senhor Nyusi e todos os seu governo se demitiam por incompetência
e incapacidade de resolver os problemas do país. Podia dizer aqui muitas outras coisas mas por
hoje paramos por aqui.
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