"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Renamo quer descentralização e questões militares aprovados neste trimestre


Listen to this post. Powered by iSpeech.org
Arranque da V Sessão Ordinária da AR
No seu discurso que marcou o arranque, esta segunda-feira, da V Sessão Ordinária da VIII Legis­latura da Assembleia da República (AR), Ivone Soares, chefe da bancada parlamentar da Renamo, disse que o pacote legislativo sobre a descentra­lização e as questões militares devem ser aprovados antes do término da sessão que ontem arrancou.
Para Soares, dada a importância que os dois instrumentos representam para o presente e futuro do país deviam ser tratados com “muita seriedade e urgência”, ressalvando que a sua aprovação devia efectivar-se ainda no primeiro trimestre do ano em curso.
Ao que se sabe, a V Sessão Ordinária tem como previsão de enceramento, o dia 5 de Maio do presente ano.
“Gostaríamos que, com muita seriedade e rapidez, esta casa do povo, ainda neste primeiro trimestre, aprovasse o pacote legislativo sobre descentralização e sobre as questões de defesa e segurança. A Paz dos moçambi­canos não pode esperar mais”, sublinhou Ivone Soares.
Adiante, destacou a chefe da ban­cada do maior partido da oposição em Moçambique, numa clara demonstração de que ainda reina um clima de descon­fiança entre as partes, que espera que o Governo de Filipe Nyusi esteja de facto interessado a colocar um ponto final a estas questões. Aliás, Soares fez questão de deixar claro que o seu partido estava genuinamente comprometido com o restabelecimento da paz efectiva no país.
Repisou igualmente, que o seu partido quer chegar ao próximo pleito eleitoral, neste caso as Eleições Au­tárquicas de 2018, enquanto o pacote legislativo sobre a descentralização e que tem como um dos pontos mais altos a eleição dos governadores provinciais, já foi transformado em Lei pela magna casa.
“Nós, Renamo, estamos compro­metidos com a paz e esperamos que desta vez o Governo esteja a ser genuíno e sincero nas negociações. Queremos participar das eleições de 2018 já com o pacote atinente à descentralização aprovado por esta magna casa.” anotou
Ainda na sua intervenção, Soares apresentou alguns pontos que cor­porizam o pacote legislativo sobre a decentralização e as questões militares. Apesar de boa parte ser já de domínio público, a timoneira da Renamo na AR disse que a descentralização vem para acelerar o desenvolvimento das províncias, destacando desta feita que, na componente da fiscalidade, as províncias com maior base tribu­tária enviarão contribuições a serem geridas a nível central, que através do Orçamento do Estado irá ajudar a alavancar economicamente as outras províncias.
Acrescentou que no âmbito da descentralização, há serviços que serão dirigidos a nível central para garantir a unicidade do Estado e que o facto de cada círculo eleitoral, cada provín­cia eleger directamente o seu dirigente máximo (governador), jamais atentaria contra a mesma.
No que se refere as questões mili­tares, Soares reafirmou a posição do seu partido de querer ver os seus homens integrados nas Forças de Defesa e Se­gurança (FDS), isto no cumprimento do Acordo Geral de Paz e da Cessão das Hostilidades Militares.
Explicou que com o enquadramento dos comandos da Renamo nos lugares de chefia “passaríamos a ter um único exérci­to em Moçambique”, e, seria apartidário, técnico e profissional e serviria nesta lógica, somente aos interesses do país, cumprindo com o estipulado na Cons­tituição da República de Moçambique. Anotou ainda que as novas FDS estariam em guerra em caso de Moçambique ser invadido por forças externas.
Posicionamento do MDM
Por seu turno, o chefe da Bancada Parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Siman­go, disse no seu discurso de abertura que o seu grupo olhava com preocupação e apreensão o facto de até então não terem sido depositados na Assembleia da Re­pública os sete (7) princípios produzidos na mesa do diálogo.
Acrescentou Simango que a de­mora vai criar transtornos e fragilizar a capacidade de debate do mais alto órgão legislativo do país.
“Estamos preocupados e apreensi­vos pelo não depósito dos sete (7) princí­pios produzidos na mesa do diálogo. Esta demora vai criar transtornos e fragilizar a capacidade de debate da Assembleia da Republica”, lamentou Simango.
Entretanto, importa mencionar que até ao momento pouco se sabe sobre a segunda fase do processo negocial que envolve o Governo e a Renamo, senão a criação de dois grupos que em separado vão tratar da questão da decentralização e das questões militares. A estes grupos, segundo disse o Presidente da República no dia que comemorava mais um aniver­sário natalício, já haviam sido enviadas cartas para especialistas internacionais para auxiliar os dois grupos recentemente criados. (Ilódio Bata)
MEDIAFAX – 28.02.2017

Sem comentários:

Enviar um comentário