09/02/2017
Antes de o jornal "Canal de Moçambique'' veicular a informação até aqui mais esclarecedora sobre a identidade, digamos verdadeira, porque não existe outra, de André Matsangaisse, mantinha-se o silêncio de um segmento de historiadores alinhados com o sistema. Porque convinha ao sistema que a memória colectiva continuasse adormecida da conveniência da informação oficial que trata o Matsangaisse como "bandido armado".
Manter esse sono interessa ao regime, por razões que a seguir enumeramos.
O pensamento totalitário continua a dominar o meio social, académico e intelectual, infelizmente ancora do na ortodoxia marxista leninista. Algumas mentes entorpecidas não conseguem pensar fora do âmbito da antiga Rua Pereira do Lago, por uma razão de efeito e causa: têm de sobreviver. Pensam com e para o estômago. Pois bem, dentro do academismo historiógrafo criaram-se, no passado, duas correntes para identificar as origens do grupo rebelde que lutava contra o totalitarismo: a interna e a externa.
A interna defendia que a referida guerrilha era instrumento de agressão do "apartheid", através dos seus "sequazes" da MNR, hoje Renamo.
A externa atribuía o factor à consequência da ditadura machelista. Só chegados aqui podemos compreender porque alguns historiadores oficiais se puseram em pulgas, depois da difusão, pelo nosso jornal, da entrevista escondida de Matsangaisse. E o busílis da questão é que, pela primeira vez, em quarenta anos, ficamos a saber das motivações, nem que sejam aparentes, mas pela boca do próprio Matsangaisse, dos propósitos que o levaram a juntar os seus homens e a combater o regime.
Manter esse sono interessa ao regime, por razões que a seguir enumeramos.
O pensamento totalitário continua a dominar o meio social, académico e intelectual, infelizmente ancora do na ortodoxia marxista leninista. Algumas mentes entorpecidas não conseguem pensar fora do âmbito da antiga Rua Pereira do Lago, por uma razão de efeito e causa: têm de sobreviver. Pensam com e para o estômago. Pois bem, dentro do academismo historiógrafo criaram-se, no passado, duas correntes para identificar as origens do grupo rebelde que lutava contra o totalitarismo: a interna e a externa.
A interna defendia que a referida guerrilha era instrumento de agressão do "apartheid", através dos seus "sequazes" da MNR, hoje Renamo.
A externa atribuía o factor à consequência da ditadura machelista. Só chegados aqui podemos compreender porque alguns historiadores oficiais se puseram em pulgas, depois da difusão, pelo nosso jornal, da entrevista escondida de Matsangaisse. E o busílis da questão é que, pela primeira vez, em quarenta anos, ficamos a saber das motivações, nem que sejam aparentes, mas pela boca do próprio Matsangaisse, dos propósitos que o levaram a juntar os seus homens e a combater o regime.
Como ele se explicou, para derrubar a tirania machelista. Este pedaço de cera deita abaixo a teoria advogada com unhas e dentes, até hoje, pelo regime, de que a Renamo é uma criação externa Por outras palavras, a entrevista de Matsangaisse abala totalmente com as invocações dos seus detractores, que durante quarenta anos o "ninguneam", apregoaram a mentira, o difamaram como homem despenteado, sujo, sanguinário e porco, porque interessados que se mantenha a perfídia.
E o que deixa de queixo caído os defensores da tese de que Matsangaisse era um instrumento do "apartheid” é que, na entrevista, ele revela o seu lado pessoal e auto-transcendental: o pensamento, a concepção filosófica do ser individual e social, o que ele idealizava para o país independente e para o seu povo. A sua visão política e de economia. O seu carro Mercedes-Benz. Até aqui desconhecidos de todos nós. Matsangaisse afinal, e até prova em contrário, porque não as temos, não era aquele pilantra como nos pintaram e reincidem que lhe tomemos. Tinha certa personalidade. Parece ter sido o Emílio Zapata moçambicano.
Conforme se depreende, deu o rosto de ter sido um homem capaz de liderar e mobilizar milhares de cidadãos para a sua causa. Acreditava nas suas próprias ideias. Era um homem de convicções. Alguns clones do regime tentam desconstruir esse mito. Concordemos ou não com as suas ideias, qualquer trabalho biscateiro, por cima de joelho, na rede social dominante, resulta frouxo e anedótico. Tentativa impossível e desmentir o que o jornal revelou. A idoneidade do jornal e da fonte de maneira nenhuma ficam abaladas, porque e esse tipo de trabalho que se deve prestar aos moçambicanos. Temos estado a ver que alguns historiadores não dormem, não apanham sono, e se mostram muito nervosos, estão a espernear-se e a coçar-se, por Matsangaisse nos ter vindo dizer que recebia quatrocentos rands na HCB, onde trabalhou como operador de máquina.
E desde quando a declaração/afirmação da fonte pode retirar a idoneidade das suas declarações? Quem fora de Matsangaisse para dizer da sua própria justiça? Acaso terão uma bola de cristal para dizer que com aquele ordenado nunca se podia comprar um Mercedes-Benz? Esquecemos que Mercedes-Benz era uma das marcas mais comercializadas no período colonial? Onde estavam os laboriosos historiadores(melhor diríamos rapazes contratados para trabalho sujo) durante esses anos todos em que não foram capazes de nos fornecer esses elementos escondidos de percurso de Matsangaisse, em se tratando de que a reinante desorganização da Renamo nunca colaborou no fornecimento de relevantes elementos do seu perfil? Em Fevereiro de 2008, entrevistamos, com o propósito de colhermos subsídios historiográficos, o Luís Garife Matsangaisse, irmão de Matsangaisse, que afirmou que Matsangaisse estava obcecado com Machel e prometia vingar-se caso alguém o combatesse. André era major, era comandante do paiol do Dondo, tendo então dito ao irmão o seguinte: "a pessoa que vai lutar com o Samora, eu vou matar. Tirou um revólver que tinha na cintura e lançou-o no ar e voltou a segura-lo. Luís Matsangaisse previu, naquela entrevista de 2008, que alguém iria fazer nova guerra. Ninguém o tomou a sério.
E hoje voltamos a fazer tábua rasa aos Matsangaisses. Em países sérios, seriam um caso de estudo e não de desqualificação, muito menos de trapezismo apressado com que alguns directamente interessados na mentira sobre a identidade de Matsangaisse se esforçam, desafortunadamente para tapar o Sol com a paneira.
Há anos atrás, Lina Magaia sofreu alguma ignomínia por depois de ter dito em público que Matsangaisse estava entre os elementos que hastearam a bandeira no dia da independência nacional na Machava. Para os seus caluniadores puritanistas, não podia ter sido porque estes o vêem como quem guarda naquela cabeleira monstruosos piolhos que os perseguem até aos bornais de escroto.
A história de Moçambique está por ser escrita. (Adelino Timóteo)
CANALMOZ – 09.02.2017
E o que deixa de queixo caído os defensores da tese de que Matsangaisse era um instrumento do "apartheid” é que, na entrevista, ele revela o seu lado pessoal e auto-transcendental: o pensamento, a concepção filosófica do ser individual e social, o que ele idealizava para o país independente e para o seu povo. A sua visão política e de economia. O seu carro Mercedes-Benz. Até aqui desconhecidos de todos nós. Matsangaisse afinal, e até prova em contrário, porque não as temos, não era aquele pilantra como nos pintaram e reincidem que lhe tomemos. Tinha certa personalidade. Parece ter sido o Emílio Zapata moçambicano.
Conforme se depreende, deu o rosto de ter sido um homem capaz de liderar e mobilizar milhares de cidadãos para a sua causa. Acreditava nas suas próprias ideias. Era um homem de convicções. Alguns clones do regime tentam desconstruir esse mito. Concordemos ou não com as suas ideias, qualquer trabalho biscateiro, por cima de joelho, na rede social dominante, resulta frouxo e anedótico. Tentativa impossível e desmentir o que o jornal revelou. A idoneidade do jornal e da fonte de maneira nenhuma ficam abaladas, porque e esse tipo de trabalho que se deve prestar aos moçambicanos. Temos estado a ver que alguns historiadores não dormem, não apanham sono, e se mostram muito nervosos, estão a espernear-se e a coçar-se, por Matsangaisse nos ter vindo dizer que recebia quatrocentos rands na HCB, onde trabalhou como operador de máquina.
E desde quando a declaração/afirmação da fonte pode retirar a idoneidade das suas declarações? Quem fora de Matsangaisse para dizer da sua própria justiça? Acaso terão uma bola de cristal para dizer que com aquele ordenado nunca se podia comprar um Mercedes-Benz? Esquecemos que Mercedes-Benz era uma das marcas mais comercializadas no período colonial? Onde estavam os laboriosos historiadores(melhor diríamos rapazes contratados para trabalho sujo) durante esses anos todos em que não foram capazes de nos fornecer esses elementos escondidos de percurso de Matsangaisse, em se tratando de que a reinante desorganização da Renamo nunca colaborou no fornecimento de relevantes elementos do seu perfil? Em Fevereiro de 2008, entrevistamos, com o propósito de colhermos subsídios historiográficos, o Luís Garife Matsangaisse, irmão de Matsangaisse, que afirmou que Matsangaisse estava obcecado com Machel e prometia vingar-se caso alguém o combatesse. André era major, era comandante do paiol do Dondo, tendo então dito ao irmão o seguinte: "a pessoa que vai lutar com o Samora, eu vou matar. Tirou um revólver que tinha na cintura e lançou-o no ar e voltou a segura-lo. Luís Matsangaisse previu, naquela entrevista de 2008, que alguém iria fazer nova guerra. Ninguém o tomou a sério.
E hoje voltamos a fazer tábua rasa aos Matsangaisses. Em países sérios, seriam um caso de estudo e não de desqualificação, muito menos de trapezismo apressado com que alguns directamente interessados na mentira sobre a identidade de Matsangaisse se esforçam, desafortunadamente para tapar o Sol com a paneira.
Há anos atrás, Lina Magaia sofreu alguma ignomínia por depois de ter dito em público que Matsangaisse estava entre os elementos que hastearam a bandeira no dia da independência nacional na Machava. Para os seus caluniadores puritanistas, não podia ter sido porque estes o vêem como quem guarda naquela cabeleira monstruosos piolhos que os perseguem até aos bornais de escroto.
A história de Moçambique está por ser escrita. (Adelino Timóteo)
CANALMOZ – 09.02.2017
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