"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Equilíbrios, avanços, engenharias políticas e que mais?


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Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Aqui está-se jogando o futuro de Moçambique numa base que precisa de ser clarificada.
Serão areias movediças, ou já se chegou à conclusão de que só o realismo é que trará a paz?
Não se deve ter medo dos generais macondes. Eles são moçambicanos como todos os outros.
Que sejam assessores do PR, é prerrogativa deste decidir.
Que se encarreguem de tutelá-lo não é, em si, problema de maior.
Se eles conseguirem debelar a paz precária, muitas vezes podre, uma denúncia feita por um agente da Polícia Municipal, que apanhou em flagrante um dos elementos a imprimir os tais documentos numa papelaria da cidade da Beira.
Francisco Majoi acrescentou que são muito bem-vindos. Os visionários de ontem revelaram-se campeões de boladas e distribuidores de rebuçados para a fauna acompanhante.
A sua ambição brutal produziu a catástrofe de hoje.
Sacudir a poeira da falsa sapiência e de heroísmos insustentados é mais importante que tudo para o renascimento de um Moçambique sólido, humano, desenvolvido, justo e democrático.
Décadas de pretensões de grandeza jamais vista ou concretizada levaram-nos ao endeusamento de figuras que agora prejudicam processos políticos essenciais para a sobrevivência da República.
Nada é perfeito e o nosso conturbado processo político precisa de clarividência de bravos. Se dizemos que não queremos a guerra, temos, ao mesmo tempo, de ser capazes de abandonar a táctica do embuste.
Sabe-se que décadas de formação de quadros “cubanizados e inclinados” têm sido determinantes para a mediocridade, mesmo em termos securitários.
As proclamações fantasistas e demagógicas de intelectuais bolsistas encostados ao poder do dia evidenciam-se e lesam o país real. Maputo afasta-se cada vez mais do resto do país. Transformada em paraíso de “lobistas” até sem astúcia dançam e passeiam a sua classe nos hotéis e corredores do poder, influenciando decisões de investimento e políticas.
Já estivemos mais longe da paz.
Esperemos que os senhores e chefes de guerra se tenham convencido da inviabilidade de uma vitória militar e que unam esforços para restaurar uma paz com justiça.
Ir descansar na cripta não deve ser o objectivo perseguido pelos “libertadores”. O mais importante é que deixem um país pacificado, estruturado e coeso, com uma moçambicanidade vibrante e vivida na sua plenitude.
Existe oportunidade de abrir espaços para a liberdade activa, para a responsabilização e cultura do respeito pela vida humana e seus direitos inalienáveis.
Sem manias de elite predestinada é possível avançar e alcançar progressos, por mais complexos que pareçam os “dossiers”.
Haverá vontade de abandonar as posições de inflexibilidade e irredutibilidade?
A ver vamos. (Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 06.02.2017

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