"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

BANDITISMO DAS FORÇAS DA FRELIMO PERIGAM À TRÉGUA

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017


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Unay Cambuma
5 min ·



BREAKING!
As forças da Frelimo estão a cometer perigosas violações da trégua que podem descambar no recrudescimento do conflito militar ora suspenso. Com efeito, na famosa posição das "mangueiras", situada em Satungira, há um coronel de nome Aldo, considerado o comandante distrital das forças da frelimo na região da Gorongosa.
O Aldo é um autêntico bandido e "xiconhoca" militar. Ele tem um grupo especial de militares que tem a missão de pilhar os bens das populações assim como extorquir valores monetários. Os militares arrancam cabritos, porcos, galinhas, feijões, batata, etc, e tudo e feito sob sérias ameaças de morte e espancamento . Quando encontram alguém com uma mota ou bicicleta, exigem documentos que não existem e de seguida arrancam tudo que a pessoa interpelada traz, incluindo dinheiro.
Na semana passada, ou grupo de "comandos especiais do Aldo", dirigiu - se a casa de um conhecido micro - empreendedor de nome Jaquete, que também tem uma moageira. Isto na zona de Mapanga-panga, Satungira. O grupo do Aldo chegou a casa do velho Jaquete por volta das 22 horas e exigiu o dinheiro mas porque o ancião Jaquete disse que não tinha, os militares espancaram no violentamente. De seguida, os militares vasculharam as palhotas do velho e descobriram 350.000 meticais e levaram tudo, assim como malas com roupas e mantas.
Os 350.000 foram posteriormente divididos entre o grupinho de pilantras e o coronel Aldo, que ficou com 200.000, na qualidade de chefe. Por ter levado muita porrada, o velho Jaquete foi hospitalizado na vila sede da Gorongosa. Ainda na Gorongosa, isto no dia a 13/02/2017, segunda - feira, o mesmo coronel Aldo alinhou um outro grupo de 7 militares boinas vermelhas, vulgo "comando Um", e foram fazer uma "operação militar" num micro mercado conhecido por Nola, onde as pobres comunidades locais vendem açúcar, sal, bolachas, sabão, etc. Este grupo de militares ficou entrincheirado nas proximidades do tal mercado para emboscar os populares e sobretudo os temiveis rangers de Afonso Dhlakama, que a coberto da trégua têm frequentado livremente aquele local.
Esta acção das forças da frelimo equivale a uma perigosa violação da trégua, porque este mercado não ficam na "área sob jurisdição" das forças da frelimo mas sim da renamo. As bancas ficam próximas a uma base da renamo. O que quer dizer que as forças da frelimo estão a perseguir e a ameaçar as populações locais que são por natureza membros e simpatizantes da renamo e não falta muito para que os rangers tomem medidas retaliatórias. Aliás, se não houve escaramuças até agora é porque Dhlakama conteve os seus homens.
VIOLAÇÕES NA PROVÍNCIA DE MANICA
Nesta província também há problemas que podem acabar com a paz. No distrito de Barué, numa posição situada em Honde, um grupo de militares da frelimo (fademos) dirigidos pelo major Manuel Lavumó ("love more") e pelo capitão Pita, que é chefe da informação militar e do reconhecimento do batalhão independente de Chimoio, juntaram um grupo 7 militares que foram "alinhados" para a vila de Catandica, onde cometeram actos de rapina junto às populações, levando a força aparelhos de som, televisores, mobiliário diverso, roupa e outros bens valiosos. Isto já aconteceu por duas vezes e sempre pela calada da noite. Para transportar os bens pilhados, na semana passada, os militares utilizaram uma viatura pertecente a direcção provincial da educação daquela província, com a matricula AFP-006-MC.
A maior parte dos bens surripiados foram transportados para Chimoio e outra ficou em Barué e dividiram entre eles. Este grupo também pratica as mesmas acções de banditismo no distrito de Manica, isto é, uma semana actuam em Barué e outra em Manica. É uma maratona e tudo é dirigido e coordenado pelo major Lavumó e pelo capitão Pita. Ainda na província de Manica, no distrito de Tambara, concretamente no posto administrativo de Nhacafula, a polícia faz e desfaz, na localidade de Lampa em particular, onde colocaram uma cancela e mandam parar desnecessariamente viaturas, sobretudo camiões internacionais e autocarros de passageiros e cometem todo o tipo de absurdos contra gente pacata e inocente.
Também em Barué, há um grupo de militares da frelimo (fademos), na posição de Honde, que montam cancelas nas noites, no troço entre Honde e o rio Pungue, na EN1 e mandam parar carros e exigem dinheiro. Em ambos os casos os militares, com as ak-47 em riste e alguns com máscaras, fazem chantagens e ameaças, tudo com o objectivo de extorquir dinheiro e quem não obedecer fica ai retido e sob sérias ameaças de fuzilamento. Eles arrancam o dinheiro, celulares, jóias, e etc, aos motoristas e passageiros.
Em Honde os militares também cometem actos de rapina contra as populações que vivem nas proximidades da sua posição. Eles disparam de qualquer maneira com o intuito de por às populações em debandada para terem caminho livre para saquear os bens. A situação é tal que as populações estão a questionar sobre a utilidade da trégua de Dhlakama; dizem que Dhlakama deu a trégua apenas para beneficiar a frelimo, pois, os renamistas e o povo em geral continuam a ser vingados e escravizados pela frelimo.

CABO DELGADO
O distrito de Montepuez, no mundialmente famoso posto administrativo de Nhamunhumbir, onde se extrai em um dos melhores rubis da face da terra. Lá também existem centenas de garimpeiros e há dias atrás o "governo" da frelimo destacou para o local contingentes das FIR, FADM e PRM para expulsar esses garimpeiros, entre moçambicanos, tanzanianos, nigerianos e outras nacionalidades. Depois de correr com todos os garimpeiros, as forças da frelimo fixaram as suas posições no local. O problema é que os militares andam a vingar as populações locais, levando a força cabritos, galinhas, produtos agrícolas, dinheiro , agridem as pessoas e violam mulheres, e as populações estão a chorar e pedem a intervenção urgente dos rangers da renamo, que entretanto, já se encontram nas redondezas.
Aliás, a frelimo despachou estes contingentes para o local justamente devido a presença dos temíveis super comandos de Afonso Dhlakama naquele posto administrativo. Os rangers estão lá desde meados de Janeiro deste ano, embora a "frente de Cabo Delgado" tenha sido aberta a 20-22 de Dezembro do ano passado. E a frelimo contratou mercenários indianos para proteger a empresa que explora os rubis no local.
Mais uma prova de que a frelimo nunca aprende mesmo. Em Maio do ano passado em Mazembe (Satungira), 1759 mercenários de elite de várias nacionalidades e com experiência de combate foram trucidados em 8 dias enfrentando apenas 15 (quinze) rangers de Afonso Dhlakama, e não será meia dúzia de mercenários indianos que irão assustar um uma centena de hiper guerrilheiros com mais de 20 anos de experiência. Aliás, ficamos a saber que o último grande desastre militar das forças da frelimo contra Dhlakama no interior da serra em Dezembro passado, foi "graças" a intervenção de apenas em1 ranger e não três, como havíamos reportado.
E faltam cerca de duas semanas para o término da trégua, numa altura em que centenas de "novos" guerrilheiros afluiram em massa às bases, a prior, para serem reintegrados e estes já não podem e nem irão aceitar regressar às suas casas de mãos a abanar e certamente Dhlakama será fortemente pressionado para "acabar com a frelimo", caso não hajam progressos nas negociações.

UNAY CAMBUMA

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