01/07/2016
A TALHE DE FOICE por Machado da Graça
A missão do FMI chegou, constatou e partiu. Se a minha interpretação do comunicado que produziu está correcta, a decisão, para já, é continuar a não libertar os fundos para o nosso país enquanto não for feita uma auditoria internacional independente às nossas contas e responsabilização dos culpados por esta situação. E, como é sabido, isso significa que todos os demais doadores irão seguir pelo mesmo caminho.
O crédito das nossas autoridades não podia estar mais baixo. O embaixador cessante alemão foi muito claro ao afirmar que a comunidade internacional não confia nas autoridades moçambicanas.
Ora, isto significa que os próximos meses vão ser extremamente difíceis para todos nós. Sem esse dinheiro não haverá importações essenciais ao funcionamento da economia, empresas vão continuar a fechar, os preços dos principais produtos vão subir galopantemente, o metical vai desvalorizar ainda mais e as pessoas comuns vão ver a sua vida bastante mais agravada.
Mas
perante isto, não se nota nenhuma tentativa por parte do governo de dar
satisfação às exigências internacionais. Dá a impressão que se está a deixar
passar o tempo à espera que aconteça algum milagre. O que não vai
acontecer.
A tentativa por parte da RENAMO de levar o Conselho Constitucional a declarar a inconstitucionalidade das dívidas contraídas está a esbarrar com a exigência daquele órgão de que lhe sejam apresentados os contratos que foram celebrados para a concessão dos empréstimos.
Mas o governo recusa-se a facultar esses contratos inviabilizando assim a declaração de inconstitucionalidade.
Mas o que é que o governo está a esconder ao não facultar os contratos assinados? E porquê? O objectivo só pode ser continuar a dar cobertura a quem, sem quaisquer poderes para isso, endividou gravissimamente o país.
Sabendo-se que o peso do FMI e dos outros doadores é muito maior do que o das nossas autoridades, adivinha-se que, mais tarde ou mais cedo, estas vão ser obrigadas a ceder.
Será apenas uma questão de ganhar tempo? E se for, ganhar tempo para quê?
Enquanto isso acontece, o nome de um país que era considerado exemplar a nível internacional afunda-se cada vez mais. E com ele, o nome do partido que o dirige.
Quando é que o partido FRELIMO se dará conta da degradação que está a sofrer para protecção duma pequena minoria dos seus membros?
SAVANA – 01.07.2016
A tentativa por parte da RENAMO de levar o Conselho Constitucional a declarar a inconstitucionalidade das dívidas contraídas está a esbarrar com a exigência daquele órgão de que lhe sejam apresentados os contratos que foram celebrados para a concessão dos empréstimos.
Mas o governo recusa-se a facultar esses contratos inviabilizando assim a declaração de inconstitucionalidade.
Mas o que é que o governo está a esconder ao não facultar os contratos assinados? E porquê? O objectivo só pode ser continuar a dar cobertura a quem, sem quaisquer poderes para isso, endividou gravissimamente o país.
Sabendo-se que o peso do FMI e dos outros doadores é muito maior do que o das nossas autoridades, adivinha-se que, mais tarde ou mais cedo, estas vão ser obrigadas a ceder.
Será apenas uma questão de ganhar tempo? E se for, ganhar tempo para quê?
Enquanto isso acontece, o nome de um país que era considerado exemplar a nível internacional afunda-se cada vez mais. E com ele, o nome do partido que o dirige.
Quando é que o partido FRELIMO se dará conta da degradação que está a sofrer para protecção duma pequena minoria dos seus membros?
SAVANA – 01.07.2016
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