09/07/2016
O voo TM 190 de 3 de Julho de 2016, com destino a Lichinga, com paragem em Nampula, estava marcado para que partisse de Maputo às 6.30h, para o que os passageiros, como é normal em voos domésticos, deviam estar no aeroporto duas horas antes.
Depois de um atraso anormal, ainda em terra, os passageiros fizeram-se a bordo e lá deparam-se com mais um, sem explicação, quando depois das 7.00 horas vem a justificação sobre o que viria a seguir. Mais ou menos nestes termos: “estimados passageiros, lamentamos informar que o atraso se deve ao movimento VIP no aeroporto. O senhor Presidente da República está para voar, por isso estaremos mais 45 minutos aqui”.
Estranho! Não que não haja encerramento de aeroportos quando se regista o tal movimento VIP. É normal, embora muitos sem perceberem na profundidade lhes pareça que isso só acontece entre nós. Não jogam com a proximidade ou partilha das mesmas infra-estruturas aeroportuárias com o que seria base aérea e o aeroporto civil.
Outros, embora percebendo tudo isso, o tom do comandante de voo, Mohamede Chalini (ou Jalini), foi peremptório que ficou nos passageiros a ideia de um presidente que parou a vida de cerca de centena e meia de cidadãos que iam viajar para Nampula e Lichinga. Presos no avião.
O
número de pessoas atingidas multiplicou-se rapidamente por duas ou mais vezes,
na medida em que a informação chegou aos acompanhantes que se mantinham no
aeroporto, de que se estaria mais 45 minutos ali retidos, por causa do movimento
VIP. A mesma informação deveria ser transmitida aos amigos ou familiares em
Nampula e Lichinga, dizendo que a viagem estava atrasada em 45 minutos pelas
razões encimadas.
Por outro lado, os turistas de diferentes proveniências, boquiabertos, iam comentando a desfavor de Moçambique e da companhia aérea moçambicana (a única). Duma só vez o comandante Chalini (ou Jalini) conseguia pintar o país e a companhia aérea com cores horríveis.
É de prever que entre os destinatários da mensagem do comandante, transmitida e retransmitida para diversos cantos geográficos, os comentários tenham sido ainda piores e expansivos em relação àquela aldeia colectiva imobilizada em Maputo à espera dos 45 minutos. Muitos votos foram retirados à pessoa do Presidente e à imagem da LAM.
Calmamente, alguns passageiros ficaram a analisar as palavras do comandante e os factos que se seguiram à sua chegada ao Aeroporto de Mavalane que objectivamente desembocaram no atraso que a LAM devia assumi-lo com honestidade, frontalidade e, quiçá, profissionalismo.
Começou tarde o “check-in”. Logo a seguir registou-se um corte de energia, ao que parece, geral, por aquelas alturas em Maputo. As máquinas pararam de funcionar e resultou disso a queda do famoso sistema, criando um embaraço, entre todos, sobretudo os funcionários dos diferentes balcões da LAM.
Nalguns casos voltou-se ao trabalho manual de lidar com o processo de despacho dos passageiros ali e acolá. É por aí que a diferença (excesso de bagagem) do autor destas linhas foi paga com recurso à aritmética com a ajuda da máquina electrónica de fazer contas. Foram 2816,00 Mt, o que levou a que a funcionária do balcão 7 perguntasse se não tinha a quem pedir ajuda para que incorporasse os seus quilos na sua bagagem de direito, desde que fosse para o mesmo destino.
Na verdade, eu trazia 16 quilos a mais e riu-se da resposta que encontrou. É bagagem para aguentar 39 dias de férias e não gosto de pedir esse tipo de favores, porque eu também não gosto que mo peçam. As regras estão claras!
A solução foi ir ao sector de emissão onde manualmente foi emitido o talão que ainda conservo, o que levou a que, já à saída para o avião, fosse outra vez embaraçado, por o pagamento do excesso não constar do sistema. Foi necessário que a funcionária do balcão 7 testemunhasse.
Por estes motivos o avião atrasou por mais de 30 minutos. Onde entra o Presidente aí? Só o comandante Chalini (ou Jalini) sabe. Se os voos presidenciais não estavam programados e se o aeroporto não estava ao corrente dos mesmos foram outras perguntas feitas sem resposta.
Mas a falta de seriedade veio ao de cima quando o mesmo comandante anuncia que o aeroporto tinha sido aberto, mas que, mesmo assim, ficaríamos mais 10 minutos. O que se viu a seguir foram dois passageiros que haviam atrasado mais de uma hora em relação ao horário a abrir-se-lhes a porta e entrarem. Numa boa! E o avião voou para chegar a Nampula, em vez das 8.30h, mas sim 9.28h, e assim sucessivamente.
Pedro Nacuo
nacuo49nacuo@gmail.com
JORNAL DOMINGO – 10.07.2016
Por outro lado, os turistas de diferentes proveniências, boquiabertos, iam comentando a desfavor de Moçambique e da companhia aérea moçambicana (a única). Duma só vez o comandante Chalini (ou Jalini) conseguia pintar o país e a companhia aérea com cores horríveis.
É de prever que entre os destinatários da mensagem do comandante, transmitida e retransmitida para diversos cantos geográficos, os comentários tenham sido ainda piores e expansivos em relação àquela aldeia colectiva imobilizada em Maputo à espera dos 45 minutos. Muitos votos foram retirados à pessoa do Presidente e à imagem da LAM.
Calmamente, alguns passageiros ficaram a analisar as palavras do comandante e os factos que se seguiram à sua chegada ao Aeroporto de Mavalane que objectivamente desembocaram no atraso que a LAM devia assumi-lo com honestidade, frontalidade e, quiçá, profissionalismo.
Começou tarde o “check-in”. Logo a seguir registou-se um corte de energia, ao que parece, geral, por aquelas alturas em Maputo. As máquinas pararam de funcionar e resultou disso a queda do famoso sistema, criando um embaraço, entre todos, sobretudo os funcionários dos diferentes balcões da LAM.
Nalguns casos voltou-se ao trabalho manual de lidar com o processo de despacho dos passageiros ali e acolá. É por aí que a diferença (excesso de bagagem) do autor destas linhas foi paga com recurso à aritmética com a ajuda da máquina electrónica de fazer contas. Foram 2816,00 Mt, o que levou a que a funcionária do balcão 7 perguntasse se não tinha a quem pedir ajuda para que incorporasse os seus quilos na sua bagagem de direito, desde que fosse para o mesmo destino.
Na verdade, eu trazia 16 quilos a mais e riu-se da resposta que encontrou. É bagagem para aguentar 39 dias de férias e não gosto de pedir esse tipo de favores, porque eu também não gosto que mo peçam. As regras estão claras!
A solução foi ir ao sector de emissão onde manualmente foi emitido o talão que ainda conservo, o que levou a que, já à saída para o avião, fosse outra vez embaraçado, por o pagamento do excesso não constar do sistema. Foi necessário que a funcionária do balcão 7 testemunhasse.
Por estes motivos o avião atrasou por mais de 30 minutos. Onde entra o Presidente aí? Só o comandante Chalini (ou Jalini) sabe. Se os voos presidenciais não estavam programados e se o aeroporto não estava ao corrente dos mesmos foram outras perguntas feitas sem resposta.
Mas a falta de seriedade veio ao de cima quando o mesmo comandante anuncia que o aeroporto tinha sido aberto, mas que, mesmo assim, ficaríamos mais 10 minutos. O que se viu a seguir foram dois passageiros que haviam atrasado mais de uma hora em relação ao horário a abrir-se-lhes a porta e entrarem. Numa boa! E o avião voou para chegar a Nampula, em vez das 8.30h, mas sim 9.28h, e assim sucessivamente.
Pedro Nacuo
nacuo49nacuo@gmail.com
JORNAL DOMINGO – 10.07.2016
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