"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 21 de junho de 2016

Ex-Presidente de Cabo Verde defende mediação entre Governo moçambicano e Renamo

 

21 de Junho de 2016, 17:44

O ex-Presidente cabo-verdiano Pedro Pires considerou hoje ser "positiva" a presença de mediadores nas negociações entre o Governo de Moçambique e a Renamo, salientando, porém, ser "fundamental que fique claro o relacionamento entre as duas entidades".

"[A presença de mediadores nas negociações entre o Governo de Moçambique e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido da oposição em Moçambique] é positiva, mas é fundamental que, desta vez, fique claro o relacionamento entre as duas entidades", disse o ex-chefe de Estado cabo-verdiano a jornalistas na cidade da Praia.
"É preciso ficar claro que não pode haver um segundo Estado dentro do Estado, não pode haver duas polícias, não pode haver duas Forças Armadas, o poder deve ser único, as instituições únicas, quem estiver de fora deve integrar-se lealmente nas instituições nacionais", afirmou.
Moçambique tem conhecido um agravamento dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Renamo, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados.
O principal partido da oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
Mas na quinta-feira passada, o Presidente moçambicano disse que aceitará a presença de mediadores nas negociações entre o Governo e a Renamo, apontando o fim imediato dos confrontos como uma prioridade.
Em referência também à situação na Guiné-Bissau, Pedro Pires salientou que é preciso abertura para o diálogo e humildade.
"É através do diálogo que se construa consensos. A recusa do diálogo, a imposição de sentido, sem ter em conta o outro, pode-nos conduzir a um impasse", afirmou Pires, defendendo que as pessoas devem adquirir "maior maturidade" e ter em conta os interesses do país.
"Por vezes, às pessoas têm em conta os seus interesses. Mas deve-se colocar no centro das nossas preocupações os interesses nacionais, os interesses públicos, os interesses de todos nós", terminou o também antigo primeiro-ministro cabo-verdiano.
Lusa

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