08 de Junho de 2016, 17:38
Maputo, 08 jun (Lusa) - A alta-comissária do Reino Unido em Moçambique manifestou-se hoje preocupada com a liberdade de expressão em Moçambique, alertando para uma tendência crescente de casos de violência política no país.
"Estamos muito preocupados com a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa em Moçambique", declarou à imprensa Joanna Kuenssberg, falando à margem das celebrações do 90.º aniversário da rainha Elizabeth II, que se assinalou a 21 de abril.
As liberdades de expressão e de impressa, prosseguiu Joanna Kuenssberg, são essenciais para a consolidação do Estado de Direito e devem ser observadas com minuciosidade em Moçambique.
"O respeito por estes direitos humanos é fundamental", afirmou a alta-comissária, observando que esta é a condição para a consolidação de um Estado moderno em Moçambique.
Nos últimos tempos, atentados contra jornalistas, personalidades políticas, académicos e magistrados tem abalado o país, casos que, maioritariamente, ainda estão por esclarecer.
Quando a crise política tende a agrava-se em Moçambique, com o registo de confrontações militares entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido de oposição, Joanna Kuenssberg manifestou-se preocupada com as consequências de casos de violência política, considerando a estabilidade como condição para o desenvolvimento.
A diplomata britânica congratulou-se com o Governo e Renamo por terem retomado as negociações, depois as conversações entre as duas partes terem sido interrompidas há vários meses, considerando, no entanto, que o processo precisa de produzir resultados que parem de imediato com os confrontos militares.
"É preciso que os próximos passos sobre as negociações atinjam pontos substanciais", afirmou Joanna Kuenssberg.
Moçambique tem conhecido um agravamento da crise política, com as forças dominantes a acusarem-se mutuamente de raptos e assassínios de militantes dos dois lados
As autoridades moçambicanas têm atribuído ao braço armado do principal partido de oposição a autoria de ataques a alvos civis e militares em vários pontos da principal estrada do país.
A Renamo exige governar em seis províncias do centro e norte do país onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder, de fraude.
PMA // PJA
Lusa/Fim
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