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sábado, 4 de junho de 2016

Carvão e gás natural poderão salvar Moçambique da crise?

 


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Especialistas, economistas e empresários do setor não têm dúvidas de que, apesar da redução de preços no mercado internacional, a exploração de carvão e gás natural pode ser a solução para a crise moçambicana.
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O carvão e o gás natural, apesar da descida dos preços no mercado internacional, podem ser a solução para a crise em Moçambique, que se agrava há vários meses. Vários especialistas em recursos energéticos, economistas e empresários do setor acreditam que se o país melhorar as infraestruturas os efeitos da crise podem ser menores do que o esperado.
José Saíde, especialista do setor, é um deles. Acredita que os preços destas matérias primas “não irão cair eternamente. A médio e longo prazo poderá haver uma recuperação tanto dos preços do gás como do carvão, especialmente do carvão coque. Relativamente ao carvão térmico entendemos que temos oportunidade a nível do mercado doméstico da geração de energia”.
Prakash Ratilal, economista e Presidente do Moza Banco, defende que o país precisa de fazer mais investimentos neste setor, mas com mais transparência. “A restauração global significa transparência, significa rigor, publicar balanços”, explica. “As empresas devem publicar os balanços auditados, ter o rigor das contas e o rigor no controlo das contas gastas.”
Para o economista, é importante “cumprir as regras. As regras do Estado, as leis do Estado, as normas do banco central e as normas do Ministério das Finanças”.
Investir na agricultura para combater a desnutrição
Paulo Lopes, empresário no setor da energia, destaca a importância que a exploração do gás natural pode ter para as exportações do país, porque “todo o mundo está de olhos postos em Moçambique”. “É uma aposta mundial, devido às suas grandes reservas e ao grande futuro de expansão. [Moçambique] tem um grande mercado e não duvido que neste momento será uma das principais potências a nível mundial na área do gás”.
Mas para Tomás Salomão, também economista e ex-ministro das Finanças, a diversificação da economia também deve passar pela agricultura porque “só o desenvolvimento rural integrado nos vai permitir gerar emprego, em primeiro lugar. [Também devemos] elevar a produtividade em standards, produzir comida para consumo interno, para combater a fome e a subnutrição, e repensar a maneira como olhamos para a agricultura”.
Recentemente, o Fundo Monetário Internacional e outros parceiros sociais cortaram a ajuda financeira ao país. Em causa está a não declaração de empréstimos contraídos pelas empresas EMATUM, Proíndicus e Moçambique Asset Management, num valor superior a mil milhões de dólares.
DW – 02.05.2016

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