24/05/2018
A Secretária de Estado para o Comércio da Tailândia está em Moçambique e, no encontro com o Sector Privado, a CTA, disse que precisava de 100 mil hectares de terra (sim, 100 mil. Tudo isso!) para o plantio de árvores para alimentar a sua indústria papeleira. Em seguida, o Sr da CTA diligentemente veio dizer que vão fazer todo esforço para ajudar a Tailândia a alcançar os seus objectivos, portanto, permitindo o país atrair esse investimento (quanto mesmo?).
Pode parecer que soa bem dizer que “vamos atrair esse investimento” para o país. Mas não soa, do todo bem. Moçambique, em particular, e África, em geral, já não são a mesma coisa e, por isso, já não podem aceitar qualquer investimento. Não podemos continuar a ser uma terra de onde os fulanos retiram para irem processar nos seus países. Queremos ser onde eles produzem, processam pagam impostos e geram empregos, que os precisamos aos montes.
Acho muito curioso e estranhíssimo, um sector privado que se queixa de falta de oportunidades de negócio, querer entregar terra para ser utilizada para plantar árvores que depois vão em bruto ser exportadas para outro país, deixando quase nada aqui. A luta diligente deveria ser no sentido de dizer aos tailandeses: vamos ajudar-vos, sim, mas queremos, em contrapartida, uma fábrica de papel aqui. Quem não usa papel aqui? O mercado da SADC não precisa de papel?
Pode parecer que soa bem dizer que “vamos atrair esse investimento” para o país. Mas não soa, do todo bem. Moçambique, em particular, e África, em geral, já não são a mesma coisa e, por isso, já não podem aceitar qualquer investimento. Não podemos continuar a ser uma terra de onde os fulanos retiram para irem processar nos seus países. Queremos ser onde eles produzem, processam pagam impostos e geram empregos, que os precisamos aos montes.
Acho muito curioso e estranhíssimo, um sector privado que se queixa de falta de oportunidades de negócio, querer entregar terra para ser utilizada para plantar árvores que depois vão em bruto ser exportadas para outro país, deixando quase nada aqui. A luta diligente deveria ser no sentido de dizer aos tailandeses: vamos ajudar-vos, sim, mas queremos, em contrapartida, uma fábrica de papel aqui. Quem não usa papel aqui? O mercado da SADC não precisa de papel?
A CTA na verdade só está a verbalizar o pensamento de um país sem agenda concreta de desenvolvimento, que pensa que ser bom parceiro, ser atractivo, é dar tudo de bandeja, que não sabe tirar benefício do contexto e muito menos do facto de ter recursos de que muitos precisam.
Os grafites valorizaram extraordinariamente no mercado internacional por causa da indústria de baterias para automóveis. Temos várias minas de grafite, pelo menos duas em exploração e tudo vai para fora. Entretanto, compramos baterias de segunda-mão!
Por favor, senhores. Acordem! Boladas só dão benefício de muito curto prazo e não garantem sustentabilidade, quer para os vossos bolsos, quer para o país. Ajudem o país e ao povo a crescerem, que vocês crescerão também.
Obrigada
Obrigada
Fátima Mimbire
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