segunda-feira, 7 de maio de 2018
Nos finais do mês de Setembro do ano passado, aquando da realização da reunião da Comissão Política Nacional da Renamo, alargada a diversos quadros, na região de Satungira, na serra da Gorongosa, Afonso Dhlakama alertou os membros do seu partido para projectarem um sucessor.
“Os meus anos estão a terminar. Então, preciso daqueles que me irão substituir e não serei eu a indicar um amigo ou um sobrinho para o efeito. Não. Este não é o poder do régulo Mangunde. O meu pai é régulo. Quando o meu pai morrer, um dos meus irmãos ou um dos meus filhos vai o substituir. Agora, o poder político cabe a Renamo. Não vejam Dhlakama como uma pedra. E se eu morrer hoje?”, perguntou o líder da Renamo há oito meses.
Na mesma altura, Dhlakama disse aos membros do seu partido que nunca a guerra acaba com matanças, daí a necessidade de se negociar a paz por via do diálogo. “Se pegarmos em bazucas e partirmos para matar todos os membros da Frelimo, eles fogem para o mato e investem na guerrilha. Mesmo sem o apoio da população, vão impedir o nosso governo. Se calhar, depois disso, possam vencer a Renamo e nós voltamos a fazer a mesma coisa que eles. Para que isso não aconteça, é importante encontrar as soluções daquilo que sempre provoca o desentendimento. O diálogo não tem prazo e nem calendário. Vai continuar”, afirmou o Dhlakama.
No princípio da noite de ontem, a sede da Delegação Política da Renamo, ao nível da cidade da Beira, localizada no bairro da Munhava, foi bastante pequena para acolher centenas de pessoas, entre elas familiares e amigos de Afonso Dhlakama e ainda membros e simpatizantes da perdiz, que se juntaram para orar pela alma do seu presidente.
Ivone Soares, Chefe da Bancada da Renamo na AR e sobrinha de Afonso Dhlakama, disse que a última vez que falou com tio foi na manhã da passada segunda-feira. Do líder da Renamo soube apenas que ele estava com gripe, até ficar surpreendida com a notícia da sua morte na manhã da última quinta-feira.
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