"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 4 de maio de 2018

Até sempre, General Afonso!

Maputo (Canalmoz) – Morreu na tarde de ontem, quinta-feira, Afonso Dhlakama, o presidente da Renamo, vítima de doença. Fontes próximas do presidente da Renamo confirmaram ao “Canalmoz” que Dhlakama já tinha problemas de saúde, que se agudizaram nos últimos dez dias, devido à falta de condições nas matas onde vivia, no interior da Gorongosa. Apesar de o porta-voz da Renamo, José Manteigas não ter confirmado, o “Canalmoz” está em condições de confirmar o facto. O círculo restrito de Dhlakama acredita seriamente num possível envenenamento. O “Canalmoz” que, quando se solicitou a evacuação do presidente da Renamo, já era muito tarde, e entrou para o helicóptero que iria o tirar da Gorongosa já com o quadro clínico deteriorado. Dhlakama deixa a meio o processso da descentralização e da integração do efectivo militar da Renamo e consequente desarmamento e deixa uma grande incerteza sobre o futuro da Renamo, que funcionava sem uma estrutura organizacional propriamente dita, pois era ele o princípio e o fim do seu partido. Ainda não está claro quem vai substituir Dhlakama, e espera-se um processo turbulento, pois há milhares de militares armados que precisam de um comando e outros milhares de civis que precisam de comando político. Há dois nomes perfilados: Ivone Soares, a actual chefe da bancada parlamentar da Renamo e sobrinha de Dhlakama, e Manuel Bissopo, o secretário-geral. Mas fala-se também no general Ossufo Mamade, que já foi secretário-geral. Ainda não há informações concretas sobre o funeral de Afonso Dhlakama, que, à partida, deverá movimentar quase todo o país e personalidades do estrangeiro. Mas supões-se que as cerimónias se realizarão na cidade da Beira. Há cerca de oito anos que Afonso Dhlakama já não vivia na capital do país. Em 2010, abandonou Maputo, onde sempre viveu desde o Acordo de Roma, e foi fixar residência em Nampula.  Após um diálogo fracassado com Armando Guebuza, o Governo enviou forças militares
e paramilitares para as proximidades da sua residência, na cidade de Nampula, levando a que o presidente da Renamo abandonasse a sua residência na cidade de Nampula, tendo-se dirigido para o antigo quartel-general da Renamo, no povoado de Satunjira, no distrito da Gorongosa, na província de Sofala. A partir dessa data, Dhalakama escapou a quatro atentados realizados pelas Forças de Defesa e Segurança. A primeira, em 2013, num acampamento, em que morreu o deputado Armindo Milaco. A segunda tentativa de assassinar Afonso Dhlakama aconteceu no início da noite de 12 de Setembro de 2015, quando uma caravana de automóveis em que seguia foi atacada na província de Manica, ao que tudo indica por homens das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique. Registaram-se cinco feridos, mas o presidente da Renamo saiu ileso. No dia 25 de Setembro de 2015, o presidente da Renamo escapou ileso a um novo ataque, em menos de duas semanas, na província de Manica. E refugia-se nas matas.

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