O homem que fazia tremer o chão
15/05/2018
Afonso Dhlakama era um político sem filtros, sem subterfúgios, sem artimanhas e isso tornava-o diferente dos demais políticos. Era, sem dúvida, um one man show.
No momento em que escrevo estas linhas, no final da manhã de quinta-feira, uma enorme multidão rodeia o féretro de Afonso Dhlakama, o líder da Renamo, que perdeu a vida no passado dia 3 de maio, vítima de uma crise aguda de diabetes quando aguardava por uma evacuação aérea que não chegou a tempo. O chão da aldeia de Mangunde, no distrito de Chibabava, no sudoeste da província de Sofala, no centro de Moçambique, preparava-se para receber o filho ‘mais grande’, como se diz aqui às figuras muito importantes da terra, da região e do país.
O chão de Mangunde será o último que Dhlakama fará tremer com a sua presença. De facto, por onde passava, Dhlakama arrastava milhares e milhares de pessoas, sobretudo nas zonas centro e norte de Moçambique. Este carisma, este arrastar de gente, só foi comparável, ironicamente, ao seu inimigo Samora Machel, o primeiro presidente do país, contra o qual lutou desde 1977 até à sua morte, em 1986, quando o avião presidencial se despenhou nas montanhas de Mbuzini, na África do Sul. Samora, mesmo depois do Acordo de Incomati – uma espécie de pacto de não-agressão com a África do Sul, em que este país se comprometia a cessar o apoio militar à Renamo e em troca a Frelimo deixava de dar guarida aos membros do ANC –, nunca quis conversar com Dhlakama, afirmando que não negociava com macacos.
Dhlakama era um sobrevivente. Desde 1979, quando substituiu André Matsangaíssa, morto em combate, na chefia da guerrilha – tinha então 22 anos – escapou diversas vezes à morte. A mais célebre foi uma fuga de mota nos anos 80, quando o seu quartel-general, a celébre Casa Banana, foi ocupado pelas forças governamentais, após um intenso bombardeamento. Dhlakama escapuliu-se, sob intenso tiroteio, num motocrosse pelo meio do mato. Não tinha ainda 30 anos.
Com um rosto quase desconhecido do grande público até ao início das conversações de paz, em 1990, rapidamente se tornou uma figura mediática, fazendo, com as suas tiradas, as delícias dos jornalistas e de todos que o acompanhavam.
Conheci Dhlakama nas vésperas das primeiras eleições multipartidárias, em Outubro de 1994, quando o fui esperar com um grupo de jornalistas ao aeroporto de Mavalane, em Maputo. O líder da Renamo, mal pousou o pé em terra, rodeado de gente, dançou com as mamanas que o esperavam para o saudar. Das suas salientes maçãs do rosto, tipicamente ndau, sobressaía um largo, aberto, franco e afável sorriso, nada condizente com a propaganda oficial que o classificava ainda como bandido armado. Com todos interagia, num ‘tu cá, tu lá’ pouco comum para uma pessoa da sua condição, num Moçambique em que o cidadão comum é obrigado a mudar de passeio ao passar diante da residência oficial do Presidente da República.
Lembro-me que o percurso até à sua casa, no luxuoso bairro de Sommerchield, demorou cerca de uma hora e meia. Um mar de gente quis ver de perto o líder da guerrilha, o homem que havia batido o pé à Frelimo durante 16 anos, obrigando o partido no poder a ir a outra guerra, desta vez dos votos.
Recordo-me das suas sempre animadas conferências de imprensa no complexo Kaya Kwanga, então uma novidade da cidade. Numa delas, com a cabeça de um lado para outro, indagou: “Onde está a Rádio Moçambique? É o maior órgão de comunicação social do país! Vamos esperar por eles.” E esperou-se quase 20 minutos pelos repórteres que finalmente apareceram e desfizeram-se em desculpas. Dhlakama, no seu estilo informal, atirou: “Quem é o presidente do partido que espera por jornalistas? O Chissano não espera. Mas eu espero. Quero que vocês façam bem o vosso trabalho.”
Dhlakama gostava de dar espectáculo, de ser o centro das atenções. Onde ele estava não havia lugar à monotonia, à apatia ou ao aborrecimento. Era um político sem filtros, sem subterfúgios, sem artimanhas e isso tornava-o diferente dos demais políticos. Era, sem dúvida, um one man show.
Na véspera das eleições de 1994, ameaçou boicotá-las, argumentando que estava montada uma mega-fraude. Meio mundo caiu em sua casa e, após algumas horas, lá o convenceram a voltar ao jogo. Acabaria por votar só no segundo dia. À tarde convocou uma conferência de imprensa para mostrar que era fácil votar duas vezes: – “Vejam [ostentando o indicador direito] como a tinta não é indelével! Se eu não fosse o Dhlakama, se não fosse conhecido por todos, podia votar outra vez.”
Dhlakama detém ainda um recorde mundial difícil de bater: concorreu cinco vezes consecutivas à Presidência da República, acabando sempre derrotado. Em 1999, esteve à beira da vitória, perdendo à última hora para Joaquim Chissano, numas eleições muito contestadas. Ameaçou voltar às matas, cortou relações com o seu principal colaborador, Raul Domingos, o rosto da Renamo nas conversações de paz de Roma, acusando-o de estar a fazer o jogo da Frelimo, e exigiu o governo das províncias onde havia saído vencedor, ou seja, metade do país.
Depois disso, as ‘brincadeiras da Frelimo’, nas suas palavras, nunca mais cessaram, sobretudo durante o consolado de Armando Guebuza, quando obteve as mais fracas prestações eleitorais. Em 2009 foi mesmo esmagado, não atingindo os 20%.
A 17 de Outubro de 2012, foi à Gorongosa festejar, entre os seus, mais um aniversário da morte de André Mantsangaíssa. E por lá ficou, ameaçando iniciar manifestações anti-goverrnamentais por todo o país. Em Abril de 2013, ordenou um ataque a uma esquadra da polícia em Muxungwè, Sofala, ponto de partida para o recomeço da guerra. Ano e meio duraria o conflito político-militar, como lhe chamou o governo, período durante o qual Dhlakama voltou a conquistar simpatias, embora tivesse paralisado a circulação de pessoas e mercadorias na zona centro do país.
Em Setembro de 2014, saiu do mato num impecável fato do prestigiado alfaiate português Rosa & Teixeira para assinar o Acordo de Secessão de Hostilidades com Guebuza já a campanha para o pleito eleitoral de 15 de Outubro ia na terceira semana. Quando lhe perguntaram se o atraso não seria decisivo para a sua não eleição desvalorizou a questão e com um sorriso enorme disse: “Não, meu irmão – era assim que tratava os jornalistas –, isso não é nada. Todos me conhecem já”.
Por essa altura, a Frelimo, preocupada com o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), um partido que se tinha formado em 2008 a partir de uma dissidência da Renamo e que tinha conquistado um ano antes importantes municípios do país, menosprezou a força de Dhlakama. A ideia era dividir a oposição e Dhlakama, partindo com substancial atraso e sem a mínima preparação, seria a lebre ideal. Mas a lebre correu muito mais do que o previsto, enchendo tudo por onde passava.
Dhlakama falava e o povo revia-se nas suas palavras. No seu discurso transmitia solidariedade, inclusão, com ameaças à mistura que caíam sempre bem num povo cansado da pobreza e da miséria. “Não estou a ameaçar ninguém, mas se a Frelimo vier outra vez com brincadeiras – referia-se à viciação dos resultados eleitorais – vai levar porrada! Vocês estão aqui de coração, ninguém vos transportou para aqui, como a Frelimo faz nos seus comícios. Eu aqui não vos dou camisetes nem capulanas. Mas digo-vos: aceitem as camisetas e as capulanas que eles [Frelimo] vos dão, porque elas foram compradas com o vosso dinheiro, mas depois sei que vão votar em mim”, dizia. E o povo ria e aplaudia. Num dos comícios, surpreendeu todos ao divulgar ao altifalante os seus dois números de telemóvel. “Falem-me! Entrem em contracto comigo à vontade. Temos que ter uma linha directa.” Diz, quem tentou várias vezes, que os números estavam sempre impedidos. “Era o presidente a ouvir o povo”, diziam.
Nesta última campanha eleitoral, no sul, território sempre adverso à Renamo, Dhlakama teve recepções monumentais por onde passou, como nunca tinha acontecido. Adorado como um Deus, foi passando sucessivamente por Inhambane, Xai-Xai e, finalmente, Maputo.
Na capital, qual São Tomé, resolvi ir ver com os meus próprios olhos o fenómeno. Na manhã do dia que antecedeu o período de reflexão desloquei-me à zona do mercado de Xipamanine. Foi na rua Irmãos Roby, num ponto em que a artéria alarga, que a comitiva resolveu parar. Dhlakama, como um imperador romano no circo, olhou em redor a contemplar a multidão. Lembro-me de estar a levitar sem conseguir assentar os pés no chão. E comigo levitava também o chão com aqueles milhares de pés. Dhlakama reconheceu-me e, com um gesto largo, chamou-me. O mar de gente abriu alas e por momentos senti-me personagem do episódio da abertura de outro Mar, o Vermelho.
O líder do Renamo cumprimentou-me com um demorado e caloroso aperto de mão, exclamando:
– Desaparecido!
E eu:
– O senhor presidente é que andou no mato, eu estive sempre aqui.
E ele:
– Já ganhei!
Lembro-me de olhar em volta e pensar: será desta? Foi a última vez que estive com Afonso Dhlakama.
João Vaz de Almada foi jornalista e trabalha actualmente na área da assessoria de imprensa em Moçambique
OBSERVADOR – 13.05.2018
Afonso Dhlakama era um político sem filtros, sem subterfúgios, sem artimanhas e isso tornava-o diferente dos demais políticos. Era, sem dúvida, um one man show.
No momento em que escrevo estas linhas, no final da manhã de quinta-feira, uma enorme multidão rodeia o féretro de Afonso Dhlakama, o líder da Renamo, que perdeu a vida no passado dia 3 de maio, vítima de uma crise aguda de diabetes quando aguardava por uma evacuação aérea que não chegou a tempo. O chão da aldeia de Mangunde, no distrito de Chibabava, no sudoeste da província de Sofala, no centro de Moçambique, preparava-se para receber o filho ‘mais grande’, como se diz aqui às figuras muito importantes da terra, da região e do país.
O chão de Mangunde será o último que Dhlakama fará tremer com a sua presença. De facto, por onde passava, Dhlakama arrastava milhares e milhares de pessoas, sobretudo nas zonas centro e norte de Moçambique. Este carisma, este arrastar de gente, só foi comparável, ironicamente, ao seu inimigo Samora Machel, o primeiro presidente do país, contra o qual lutou desde 1977 até à sua morte, em 1986, quando o avião presidencial se despenhou nas montanhas de Mbuzini, na África do Sul. Samora, mesmo depois do Acordo de Incomati – uma espécie de pacto de não-agressão com a África do Sul, em que este país se comprometia a cessar o apoio militar à Renamo e em troca a Frelimo deixava de dar guarida aos membros do ANC –, nunca quis conversar com Dhlakama, afirmando que não negociava com macacos.
Dhlakama era um sobrevivente. Desde 1979, quando substituiu André Matsangaíssa, morto em combate, na chefia da guerrilha – tinha então 22 anos – escapou diversas vezes à morte. A mais célebre foi uma fuga de mota nos anos 80, quando o seu quartel-general, a celébre Casa Banana, foi ocupado pelas forças governamentais, após um intenso bombardeamento. Dhlakama escapuliu-se, sob intenso tiroteio, num motocrosse pelo meio do mato. Não tinha ainda 30 anos.
Com um rosto quase desconhecido do grande público até ao início das conversações de paz, em 1990, rapidamente se tornou uma figura mediática, fazendo, com as suas tiradas, as delícias dos jornalistas e de todos que o acompanhavam.
Conheci Dhlakama nas vésperas das primeiras eleições multipartidárias, em Outubro de 1994, quando o fui esperar com um grupo de jornalistas ao aeroporto de Mavalane, em Maputo. O líder da Renamo, mal pousou o pé em terra, rodeado de gente, dançou com as mamanas que o esperavam para o saudar. Das suas salientes maçãs do rosto, tipicamente ndau, sobressaía um largo, aberto, franco e afável sorriso, nada condizente com a propaganda oficial que o classificava ainda como bandido armado. Com todos interagia, num ‘tu cá, tu lá’ pouco comum para uma pessoa da sua condição, num Moçambique em que o cidadão comum é obrigado a mudar de passeio ao passar diante da residência oficial do Presidente da República.
Lembro-me que o percurso até à sua casa, no luxuoso bairro de Sommerchield, demorou cerca de uma hora e meia. Um mar de gente quis ver de perto o líder da guerrilha, o homem que havia batido o pé à Frelimo durante 16 anos, obrigando o partido no poder a ir a outra guerra, desta vez dos votos.
Recordo-me das suas sempre animadas conferências de imprensa no complexo Kaya Kwanga, então uma novidade da cidade. Numa delas, com a cabeça de um lado para outro, indagou: “Onde está a Rádio Moçambique? É o maior órgão de comunicação social do país! Vamos esperar por eles.” E esperou-se quase 20 minutos pelos repórteres que finalmente apareceram e desfizeram-se em desculpas. Dhlakama, no seu estilo informal, atirou: “Quem é o presidente do partido que espera por jornalistas? O Chissano não espera. Mas eu espero. Quero que vocês façam bem o vosso trabalho.”
Dhlakama gostava de dar espectáculo, de ser o centro das atenções. Onde ele estava não havia lugar à monotonia, à apatia ou ao aborrecimento. Era um político sem filtros, sem subterfúgios, sem artimanhas e isso tornava-o diferente dos demais políticos. Era, sem dúvida, um one man show.
Na véspera das eleições de 1994, ameaçou boicotá-las, argumentando que estava montada uma mega-fraude. Meio mundo caiu em sua casa e, após algumas horas, lá o convenceram a voltar ao jogo. Acabaria por votar só no segundo dia. À tarde convocou uma conferência de imprensa para mostrar que era fácil votar duas vezes: – “Vejam [ostentando o indicador direito] como a tinta não é indelével! Se eu não fosse o Dhlakama, se não fosse conhecido por todos, podia votar outra vez.”
Dhlakama detém ainda um recorde mundial difícil de bater: concorreu cinco vezes consecutivas à Presidência da República, acabando sempre derrotado. Em 1999, esteve à beira da vitória, perdendo à última hora para Joaquim Chissano, numas eleições muito contestadas. Ameaçou voltar às matas, cortou relações com o seu principal colaborador, Raul Domingos, o rosto da Renamo nas conversações de paz de Roma, acusando-o de estar a fazer o jogo da Frelimo, e exigiu o governo das províncias onde havia saído vencedor, ou seja, metade do país.
Depois disso, as ‘brincadeiras da Frelimo’, nas suas palavras, nunca mais cessaram, sobretudo durante o consolado de Armando Guebuza, quando obteve as mais fracas prestações eleitorais. Em 2009 foi mesmo esmagado, não atingindo os 20%.
A 17 de Outubro de 2012, foi à Gorongosa festejar, entre os seus, mais um aniversário da morte de André Mantsangaíssa. E por lá ficou, ameaçando iniciar manifestações anti-goverrnamentais por todo o país. Em Abril de 2013, ordenou um ataque a uma esquadra da polícia em Muxungwè, Sofala, ponto de partida para o recomeço da guerra. Ano e meio duraria o conflito político-militar, como lhe chamou o governo, período durante o qual Dhlakama voltou a conquistar simpatias, embora tivesse paralisado a circulação de pessoas e mercadorias na zona centro do país.
Em Setembro de 2014, saiu do mato num impecável fato do prestigiado alfaiate português Rosa & Teixeira para assinar o Acordo de Secessão de Hostilidades com Guebuza já a campanha para o pleito eleitoral de 15 de Outubro ia na terceira semana. Quando lhe perguntaram se o atraso não seria decisivo para a sua não eleição desvalorizou a questão e com um sorriso enorme disse: “Não, meu irmão – era assim que tratava os jornalistas –, isso não é nada. Todos me conhecem já”.
Por essa altura, a Frelimo, preocupada com o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), um partido que se tinha formado em 2008 a partir de uma dissidência da Renamo e que tinha conquistado um ano antes importantes municípios do país, menosprezou a força de Dhlakama. A ideia era dividir a oposição e Dhlakama, partindo com substancial atraso e sem a mínima preparação, seria a lebre ideal. Mas a lebre correu muito mais do que o previsto, enchendo tudo por onde passava.
Dhlakama falava e o povo revia-se nas suas palavras. No seu discurso transmitia solidariedade, inclusão, com ameaças à mistura que caíam sempre bem num povo cansado da pobreza e da miséria. “Não estou a ameaçar ninguém, mas se a Frelimo vier outra vez com brincadeiras – referia-se à viciação dos resultados eleitorais – vai levar porrada! Vocês estão aqui de coração, ninguém vos transportou para aqui, como a Frelimo faz nos seus comícios. Eu aqui não vos dou camisetes nem capulanas. Mas digo-vos: aceitem as camisetas e as capulanas que eles [Frelimo] vos dão, porque elas foram compradas com o vosso dinheiro, mas depois sei que vão votar em mim”, dizia. E o povo ria e aplaudia. Num dos comícios, surpreendeu todos ao divulgar ao altifalante os seus dois números de telemóvel. “Falem-me! Entrem em contracto comigo à vontade. Temos que ter uma linha directa.” Diz, quem tentou várias vezes, que os números estavam sempre impedidos. “Era o presidente a ouvir o povo”, diziam.
Nesta última campanha eleitoral, no sul, território sempre adverso à Renamo, Dhlakama teve recepções monumentais por onde passou, como nunca tinha acontecido. Adorado como um Deus, foi passando sucessivamente por Inhambane, Xai-Xai e, finalmente, Maputo.
Na capital, qual São Tomé, resolvi ir ver com os meus próprios olhos o fenómeno. Na manhã do dia que antecedeu o período de reflexão desloquei-me à zona do mercado de Xipamanine. Foi na rua Irmãos Roby, num ponto em que a artéria alarga, que a comitiva resolveu parar. Dhlakama, como um imperador romano no circo, olhou em redor a contemplar a multidão. Lembro-me de estar a levitar sem conseguir assentar os pés no chão. E comigo levitava também o chão com aqueles milhares de pés. Dhlakama reconheceu-me e, com um gesto largo, chamou-me. O mar de gente abriu alas e por momentos senti-me personagem do episódio da abertura de outro Mar, o Vermelho.
O líder do Renamo cumprimentou-me com um demorado e caloroso aperto de mão, exclamando:
– Desaparecido!
E eu:
– O senhor presidente é que andou no mato, eu estive sempre aqui.
E ele:
– Já ganhei!
– Desaparecido!
E eu:
– O senhor presidente é que andou no mato, eu estive sempre aqui.
E ele:
– Já ganhei!
Lembro-me de olhar em volta e pensar: será desta? Foi a última vez que estive com Afonso Dhlakama.
João Vaz de Almada foi jornalista e trabalha actualmente na área da assessoria de imprensa em Moçambique
OBSERVADOR – 13.05.2018
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