quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
Unay Cambuma
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" CARTA ABERTA
Assunto: Participação de um coletivo dos Ex trabalhadores Moçambicanos da Mozal vivendo com doenças cronicas profissionais adquiridas na Mozal.
Mozal é uma empresa do ramo da metalurgia e mineração virada para a fundição de alumínio. A Mozal é uma empresa multinacional operado pelo acionista maioritário antes BHP Billiton e agora SOUTH 32 (com 47% das ações),com participação dos grupos Mitsubishi corporation (25 %), governo sul-Africano (24%) e o Governo de Moçambique com 4% das ações.
Os cidadãos abaixo assinados são moçambicanos residentes e domiciliados em Maputo cidade e Maputo província Ex trabalhadores da Mozal portadores de doenças crónicas adquiridas na Mozal que vem sendo despedido sem nenhuma compensação e assistência médica a posterior desde que a empresa passou para a Direção atual nos últimos três meses. Viemos por este meio dar a conhecer a v. Excia a existência de doenças profissionais relativas á Mozal que afetam e sempre afectaram os trabalhadores desde os tempos do accionista maioritário recém saido BHPBILLITON até aos dias do hoje do recém e actual accionista maioritário SUL 32 ou simplesmente SOUTH 32. A Mozal por sua vez não as reconhece como sendo doenças relactivas as suas actividades operacionais em vários sectores de produção da empresa. Contudo o número dos doentes vem crescendo dia após dia tanto dos doentes declarados ou não declarados a situação é a mesma e é preocupante, deixando em desespero os trabalhadores visto que a Mozal com a actual Direção já não assume e nega o seu envolvimento com essas patologias e em alguns casos chega a tomar medidas radicais tristes, infelizes e vergonhosas aos doentes já declarados do tipo despedimento sem nenhuma compensação e muito menos assistência médica a posterior e a assistência médica tem sido um dos grandes problemas porque a maior parte dessas doenças cronicas profissionais frequentes na Mozal, não tem cura e os médicos recomendam sempre o tratamento conservador (não melhora mais também não piora) através de analgésicos, fisioterapias, e outro tipo de medicamentos dependendo do tipo de patologia para minimizar o sofrimento e esse tratamento envolve custos elevados e como somos despejados feitos descartáveis entregue a nossa sorte fica difícil dar continuidade do tratamento de forma satisfatória segundo a recomendação médica. E o mais preocupante ainda é que a Mozal consegue influenciar as instituições nacionais ligadas a esse processo (Saúde até Justiça incluindo o próprio Sindicato) para que os casos sejam resolvidos ao critério que lhe convém e todos continua a olhar este fenómeno de forma singular, alegando que cada caso é um caso mas que no terreno e no concreto a realidade mostra que o cenário é sério e é colectivo e deve ser visto de forma científica, inteligente e colectiva e que talvez possa se estudar um mecanismo de modo a evitar que outros irmãos que neste momento estão bem possam não caírem na mesma desgraça porque apesar dessas medidas drásticas e intimidadoras no sentido de obrigar os trabalhadores a trabalhar doentes para evitar represárias, as doenças não deixam de continuar a castigar os trabalhadores, isto é, continuam a crescer e as mais frequentes são hérnias discais, asmas ocupacionais, etc.
Encaminhamos este documento assinado só e só por Ex trabalhadores expulsos portadores de doenças cronicas profissionais adquiridas na Mozal como testemunhas da actual situação triste que se vive naquela empresa e de salientar que são muitos colegas doentes declarados que a Mozal através da actual liderança prefere os gerir sem mandar a junta médica, mandando um em cada um ano e de forma isolada despede como se de descartável se tratasse alegando que cada caso é um caso mas que na realidade muita das vezes os sintomas, dores e os posteriores diagnósticos laboratoriais dos vários trabalhadores envolvidos são sempre os mesmos.
De salientar que no passado recente a Mozal do accionista maioritário que já se afastou BHPBILLITON sempre se responsabilizou e assumiu todo tipo de tratamento e incluindo cirurgias nos casos mais graves e após todas tentativas se livrava do trabalhador pelo menos com assistência médica o que já não se verifica agora mas na prática, a tecnologia não mudou os mesmos riscos que estávamos sujeitos na BHPBILLITON são os mesmos que estamos sujeitos na SOUTH 32 e até o patrão não mudou simplesmente só trocou de nome o que não se percebe é porque é a só hoje a Mozal não reconhece a existência de nenhuma doença profissional ligada a si. Não se responsabiliza em nada mais mesmo depois dessa actual medida o número dos sintomáticos e depois consequentes doentes continua a crescer."
Ontem às 18:10 · Enviada através do Messenger
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