Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
E como consequência teremos gente demitindo-se, e outra sendo exonerada, expulsa, detida, acusada, julgada, condenada.
Num país normal, isso acontece todos os dias, e as coisas andam.
Não se pode aceitar que funcionários governamentais recebam os seus salários atempadamente, mesmo quando o que era suposto fazerem não é feito. Manter pca's de empresas públicas recebendo anualmente somas colossais, quando tais empresas são deficitárias, falidas, jamais faz sentido e só pode acontecer em situações de troca de favores, nepotismo, corrupção, crime organizado e negligência criminosa.
Ter ministros quase vitalícios, mas que jamais produziram resultados palpáveis, só pode ser por acomodação política.
A incompetência galopante que se nota a olho nu está ficando perigosamente crónica, o que põe em risco toda uma sociedade e país.
Moçambique está-se tornando um país de técnicos incompetentes, porque a partidarização do aparelho de Estado elimina a concorrência.
As crises cíclicas que se vivem devem ser vistas como produto de um modelo político que se distanciou propositadamente da meritocracia.
Uma lavagem cerebral executada através de uma insidiosa campanha de propaganda política apoiada por um sistema de repressão requintado produziu gente obediente e dócil. São estes funcionários que se limitam a obedecer a ordens, mesmo quando se impõe dizer "não".
A mediocridade generalizada e a falta de soluções, mesmo para questões simples, denotam falhas críticas no sistema nacional de educação.
Ao mesmo tempo que se vive a turbulência devido à associação de crise político-militar e financeira, o país enfrenta uma crise de valores morais, éticos e culturais.
A tentativa de impor um regime marxista-leninista em que a religião era perseguida não trouxe a tal moral revolucionária que alguns propalavam.
Corroída moralmente, a sociedade ficou desnorteada, e passou-se a emular até o diabo, desde de que tivesse dinheiro.
Quando se fala de falência de empresas, também se devia dizer que toda uma sociedade está moralmente falida.
Não só o país está em crise, mas existem figuras que teimam em escamotear os factos, colocando-se sempre na posição de "dirigentes" imaculados, que jamais cometeram erros, mesmo estando documentado que, enquanto dirigentes de importantes pelouros governamentais, falharam.
Caricato, mas triste, que existam moçambicanos tão "superdotados" que a simples menção de ouvirem a falar de erros durante os seus anos como governantes se apavoram.
Mas lamentável é que canais televisivos nacionais continuem a dar espaço nobre a essas pessoas, como se não houvesse mais gente que pense neste país. Para tudo o que seja data comemorativa, são sempre os mesmos que são chamados a intervir, como se fossem os donos da verdade.
Este país está regredindo em todos os domínios porque há gente que se supõe especial, mais moçambicana do que os outros, só pelo facto de ter estado em Dar es Salaam durante alguns anos.
É urgente desmistificar heroísmos que jamais o foram.
Admitamos com humildade que muito do pretendíamos era um erro e que jamais foi verdade.
O país precisa de encarar os seus problemas e não a invenção de problemas onde estes não existem.
Os falsos constitucionalistas e demais gente envolvida na rede de "académicos, analistas e comentaristas" ao serviço do branqueamento da mentira deve merecer a atenção dos moçambicanos. Denunciar "pronunciamentos" lesa-pátria e apelos à violência politicamente motivada cabe a todos.
Tenhamos vergonha de estragar este belo Moçambique.
inaceitável continuar na cauda de todos os "rankings" mundiais.(Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 11.01.2017
As crises cíclicas que se vivem devem ser vistas como produto de um modelo político que se distanciou propositadamente da meritocracia.
Uma lavagem cerebral executada através de uma insidiosa campanha de propaganda política apoiada por um sistema de repressão requintado produziu gente obediente e dócil. São estes funcionários que se limitam a obedecer a ordens, mesmo quando se impõe dizer "não".
A mediocridade generalizada e a falta de soluções, mesmo para questões simples, denotam falhas críticas no sistema nacional de educação.
Ao mesmo tempo que se vive a turbulência devido à associação de crise político-militar e financeira, o país enfrenta uma crise de valores morais, éticos e culturais.
A tentativa de impor um regime marxista-leninista em que a religião era perseguida não trouxe a tal moral revolucionária que alguns propalavam.
Corroída moralmente, a sociedade ficou desnorteada, e passou-se a emular até o diabo, desde de que tivesse dinheiro.
Quando se fala de falência de empresas, também se devia dizer que toda uma sociedade está moralmente falida.
Não só o país está em crise, mas existem figuras que teimam em escamotear os factos, colocando-se sempre na posição de "dirigentes" imaculados, que jamais cometeram erros, mesmo estando documentado que, enquanto dirigentes de importantes pelouros governamentais, falharam.
Caricato, mas triste, que existam moçambicanos tão "superdotados" que a simples menção de ouvirem a falar de erros durante os seus anos como governantes se apavoram.
Mas lamentável é que canais televisivos nacionais continuem a dar espaço nobre a essas pessoas, como se não houvesse mais gente que pense neste país. Para tudo o que seja data comemorativa, são sempre os mesmos que são chamados a intervir, como se fossem os donos da verdade.
Este país está regredindo em todos os domínios porque há gente que se supõe especial, mais moçambicana do que os outros, só pelo facto de ter estado em Dar es Salaam durante alguns anos.
É urgente desmistificar heroísmos que jamais o foram.
Admitamos com humildade que muito do pretendíamos era um erro e que jamais foi verdade.
O país precisa de encarar os seus problemas e não a invenção de problemas onde estes não existem.
Os falsos constitucionalistas e demais gente envolvida na rede de "académicos, analistas e comentaristas" ao serviço do branqueamento da mentira deve merecer a atenção dos moçambicanos. Denunciar "pronunciamentos" lesa-pátria e apelos à violência politicamente motivada cabe a todos.
Tenhamos vergonha de estragar este belo Moçambique.
inaceitável continuar na cauda de todos os "rankings" mundiais.(Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 11.01.2017
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