"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Urge trazer a "vergonha" para o vocabulário governamental


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Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
E como con­sequência teremos gente demitindo-se, e outra sendo exonerada, expulsa, detida, acusada, julgada, condenada.
Num país normal, isso aconte­ce todos os dias, e as coisas andam.
Não se pode aceitar que funcionários governamentais recebam os seus salários atempadamente, mesmo quando o que era suposto fazerem não é feito. Manter pca's de empresas pú­blicas recebendo anualmente so­mas colossais, quando tais empre­sas são deficitárias, falidas, jamais faz sentido e só pode acontecer em situações de troca de favores, nepotismo, corrupção, crime orga­nizado   e    negligência    criminosa.
Ter ministros quase vitalí­cios, mas que jamais produzi­ram resultados palpáveis, só pode ser por acomodação política.
A incompetência galopante que se nota a olho nu está ficando perigosamente crónica, o que põe em risco toda uma sociedade e país.
Moçambique está-se tornando um país de técnicos incompetentes, por­que a partidarização do aparelho de Estado elimina a concorrência.
As crises cíclicas que se vivem de­vem ser vistas como produto de um modelo político que se distanciou propositadamente da meritocracia.
Uma lavagem cerebral executada através de uma insidiosa campanha de propaganda política apoiada por um sistema de repressão requinta­do produziu gente obediente e dó­cil. São estes funcionários que se limitam a obedecer a ordens, mes­mo quando se impõe dizer "não".
A mediocridade generalizada e a falta de soluções, mesmo para ques­tões simples, denotam falhas críticas no sistema nacional de educação.
Ao mesmo tempo que se vive a turbulência devido à associação de crise político-militar e finan­ceira, o país enfrenta uma crise de valores morais, éticos e culturais.
A tentativa de impor um regime marxista-leninista em que a religião era perseguida não trouxe a tal moral re­volucionária que alguns propalavam.
Corroída moralmente, a so­ciedade ficou desnorteada, e passou-se a emular até o diabo, desde de que tivesse dinheiro.
Quando se fala de falência de em­presas, também se devia dizer que toda uma sociedade está moralmente falida.
Não só o país está em crise, mas existem figuras que teimam em esca­motear os factos, colocando-se sem­pre na posição de "dirigentes" imacu­lados, que jamais cometeram erros, mesmo estando documentado que, enquanto dirigentes de importantes pelouros governamentais, falharam.
Caricato, mas triste, que existam moçambicanos tão "superdotados" que a simples menção de ouvirem a falar de erros durante os seus anos como governantes se apavoram.
Mas lamentável é que canais tele­visivos nacionais continuem a dar es­paço nobre a essas pessoas, como se não houvesse mais gente que pense neste país. Para tudo o que seja data comemorativa, são sempre os mes­mos que são chamados a intervir, como se fossem os donos da verdade.
Este país está regredindo em to­dos os domínios porque há gente que se supõe especial, mais mo­çambicana do que os outros, só pelo facto de ter estado em Dar es Salaam durante alguns anos.
É urgente desmistificar he­roísmos que jamais o foram.
Admitamos com humildade que muito do pretendíamos era um erro e que jamais foi verdade.
O país precisa de encarar os seus problemas e não a invenção de pro­blemas onde estes não existem.
Os falsos constitucionalistas e de­mais gente envolvida na rede de "aca­démicos, analistas e comentaristas" ao serviço do branqueamento da mentira deve merecer a atenção dos moçam­bicanos. Denunciar "pronunciamen­tos" lesa-pátria e apelos à violência politicamente motivada cabe a todos.
Tenhamos vergonha de es­tragar este belo Moçambique.
inaceitável continuar na cau­da de todos os "rankings" mun­diais.(Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 11.01.2017

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