A Human Righs Watch (HRW) alertou hoje para o aumento das violações de direitos humanos em Moçambique, devido ao conflito militar entre Governo e Renamo, apontando abusos às duas partes, execuções sumárias e assassínios politicamente motivados.
“As violações de direitos humanos aumentaram em Moçambique em 2016, devido a uma tensão crescente e confrontos armados entre o Governo e o antigo movimento rebelde, actual partido político, Renamo”, afirma o relatório anual da organização internacional, ontem divulgado.
Segundo a HRW, as forças de segurança do Governo “foram credivelmente implicadas em abusos nas operações contra a Renamo”, incluindo execuções sumárias e violência sexual, que levaram milhares de pessoas a abandonar o país.
“Refugiados moçambicanos no Malawi disseram que soldados de uniforme, alguns conduzindo veículos do exército, executaram sumariamente habitantes masculinos na província de Tete em fevereiro de 2016, ou amarraram-nos e levaram-nos para locais desconhecidos”, segundo testemunhos citados pela HRW, que apontaram também incêndios de casas, celeiros e campos de milho de residentes na região, acusados de alimentar os guerrilheiros da Renamo.
No seu discurso do estado da nação, a 19 de Dezembro, o Presidente da República reiterou “não haver evidências das alegadas violações dos direitos humanos” sobre os moçambicanos no Malawi, contrariando denúncias de várias organizações internacionais e do próprio Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
A Renamo, por sua vez, segundo a HRW, “também cometeu abusos”, nomeadamente ataques contra centros de saúde, “saqueando remédios e suprimentos e destruindo equipamentos médicos”. A organização cita um relatório da Liga dos Direitos Humanos de Moçambique, que em Abril também denunciou execuções sumárias por parte das forças do Governo, mas igualmente abusos cometidos por combatentes da Renamo.
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