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Escrito por Júlio Paulino em 19 Janeiro 2017 |
Os denunciantes, que pediram a preservação das suas identidades, supostamente por temerem eventuais represálias, os docentes de Contabilidade e Cálculo Financeiro, cujos nomes omitimos por motivos óbvios, são os que se envolvem sistematicamente em actos acima referidos. "Na época de exames, testes normais e outro tipo de avaliação,” os dois pedagogos “mobilizam os chefes de turma a fim de cobrarem 500 maticais a cada estudante (...). Caso não o faça é reprovado", relataram os queixosos. A UP-Nampula conta com cerca de nove mil estudantes, entre laborais, pós-laboral e do ensino à distância. Eles alegaram que o problema é de domínio da direcção da UP em Nampula. Esta por inúmeras vezes foi colocada a par do assunto mas nunca moveu uma palha sequer com vista a punir os infractores. “Já manifestamos a nossa inquietação em relação a estas praticas, através de denúncias anónimas, mas sem sucesso”, disse um dos estudantes, acrescentando que o estudante que aborda o problema abertamente é acusado de pretender manchar a instituição. Segundo os queixosos, um dos aspectos que concorrem para a superlotação de turmas tem a ver o facto de haver estudantes que ingressam após o início das aulas e sem serem submetidos a nenhum exame. Trata-se de familiares ou amigos de gente ligada ao partido no poder, a Frelimo. Abudo Ossufo, director pedagógico na delegação da UP em Nampula, negou que tenha conhecimento de tais actos. Porém, admitiu que a superlotação de turmas era real, tendo sido ultrapassada com a entrada em funcionamento de 20 novas salas de aula. De acordo com ele, actualmente, o rácio estudante-professor naquele estabelecimento de ensino superior público é de 29 estudantes por turma. Todavia, os dados fornecidos por Abudo Ossufo contraiam as declarações de José Castiano, assessor de Reitoria para área de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão, na semana finda, segundo as quais o rácio estudante-professor é de 23.1, ou seja, um docente dá aulas a 23.1 alunos por turma. Ossufo considerou, numa conferência de imprensa sobre os exames de admissão àquele estabelecimento de ensino para o ano académico 2017, que a corrupção de que os alunos se queixam é falsa, pois o grosso deles opta divulgar inverdades nas redes sociais. “Não apresentam evidências que nos mostrem pistas para levarmos a cabo uma investigação que possa culminar com a tomada de medidas contras os prevaricadores”. Concorrem para o ingresso na UP-Nampula 6.028 candidatos para apenas 1.877 vagas. Dois novos cursos, nomeadamente, Ciências Alimentares e Engenharia Electrónica, serão leccionados a partir deste ano. |
"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
Estudantes Universidade Pedagógica em Nampula queixam-se de mau ambiente no ensino
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