terça-feira, 24 de janeiro de 2017
Marcelo Mosse adicionou 2 fotos novas.
2 h · Maputo, Moçambique ·
O Governo moçambicano tem em suas mãos dois pedidos especiais de Recep Erdogan: a prisão e extradição de cidadãos turcos que residem em Maputo e o encerramento da Willow Internacional School (um pedido que Erdogan fez um pouco por todo continente africano, nomeadamente em países onde há escolas cujo mentor é Fettulah Gulen). Ankara tem uma lista de 24 cidadãos turcos vivendo em solo moçambicano e sobre os quais se alega estarem vinculados ao suposto golpe de Estado de que Erdogan diz ter sido alvo no ano passado.
Dentro do grupo estão destacados investidores no sector imobiliário de Maputo. Uma fonte diz que o proprietário de um imóvel em construção perto do Piri Piri já foi detido na Turquia. Na lista constam os nomes dos investidores do Deco Residence, na Polana, ao lado do antigo Guanabara, e do Deco Assos, em construção junto ao Restaurante Costa do Sol (nas imagens).
Ankara alega que essas figuras financiam o PKK (Partido do Povo do Curdistão), um partido minoritário do sul da Turquia, hoje perseguido pelo governo. Também alega que estiveram por detrás da suposta tentativa de golpe. Moçambique não tem acordo de extradição com a Turquia. Maputo vai usar desse vazio diplomático para não agir nos termos solicitados. E vai acrescentar que, daqui em diante, vai analisar o caso.
A mesma resposta dada a Paul Kagamé, do Ruanda, que esteve cá há meses a tentar convencer nosso Governo a extraditar opositores políticos (diferentemente de Erdogan, Kagame já mata em Maputo). Este é um dossier intricado porque muitos desses investidores turcos têm parcerias empresariais no sector imobiliário com políticos locais ao mais alto nível. Um deles é o Ministro da Defesa, Atanásio Mtumuke, que detém uma percentagem de um condomínio de luxo localizado na N4, na Matola, para além de interesses na Willow.
De modo que não vão ser negociações fáceis. A questão central é de saber se da satisfação desses pedidos depende a entrada de capitais turcos na LAM e no Aeroporto de Nacala. O tal quid pro quo de que eu falava ontem. Mas tudo indica que o Governo não vai ceder a qualquer chantagem.
Os turcos perseguidos não cometeram crimes nem cá nem lá e o Governo não encontra cobertura legal para satisfazer as pretensões de Erdogan. Mesmo que um acordo de extradição seja assinado hoje, ele não teria efeitos retroativos.
Moçambique: Delegação de Erdogan poderá pressionar medidas contra escolas turcas
janeiro 23, 2017
VOA Português
Recep Tayyip Erdogan
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Conflito entre Erdogan e Fetullah Gulen no centro da pressão.
A delegação turca que visita Moçambique poderá pedir às autoridades de Maputo para tomarem uma decisão contra as escolas da rede criada pelo clérigo muçulmano Fetullah Gulen, escreve a agência de notícias Anadolu.
Da lista de escolas da rede de Gulen consta a Willow International School, com instalações nas cidades de Maputo e Matola. Os estudantes destas escolas são na maioria filhos da classe média e de elites locais.
O governo turco colocou Fetullah Gulen e suas organizações na lista de terroristas.
O Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que chefia a delegação que visita Moçambique, acusou Gulen de ter sido mentor do fracassado golpe de Estado de Julho de 2015.
Um pedido de extradição de Gulen foi rejeitado pelas autoridades americanas, onde está radicado.
A Embaixadora da Turquia em Maputo, Zeynep Kiziltan, disse àquela agência que as autoridades de Maputo já foram advertidas sobre o risco da rede de Gulen, e acredita que “irão fazer a avaliação necessária e nós continuaremos a nossa luta nesta matéria”.
A rede de Gulen tem centenas de escolas no mundo. Mais 80 já foram encerradas ou transferidas desde a tentativa frustrada de golpe de Estado.
A Turquia lançou, no ano passado, a Fundação Maarif, para criar escolas e centros de educação no exterior.
Kiziltan disse que além de áreas como energia, agricultura, turismo, o seu país pretende cooperar com Moçambique na educação, cultura e saúde.
O Governo de Moçambique não devia autorizar investimentos dos estrangeiros de grande proporção sem dar conhecimento aos respectivos governos, e pelo que vejo esses turcos vieram sem passaporte da Turquia.Os problemas económicos de Moçambique não devem ser resolvidos com o dinheiro sujo, que a gente não conhece a sua proveniência.A solução dos problemas de Moçambique é a transformação da República numa República democrática com autonomia Autárquica que garante Transparência e desenvolvimento rápido da economia e usufruto de igualdade de oportunidades. É pena , a Frelimo olha para a maior parte da população nativa como inimigo e planifica o genocídio da população, se não é verdade então porque foram recrutar Bangladeses para escoar a produção agrícola para a terra deles, ao mesmo tempo que encerraram Agricom? Será que a Frelimo não sabe que isto dizima a população pela morte generalizada? Sabem , eles querem assim.
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