"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

CONSELHOS AO «EMPREGADO DO POVO»!

domingo, 15 de janeiro de 2017


Ouvir com webReader



É sobejamente público, que o Presidente da República, *Filipe Jacinto Nyusi, completa hoje, dia 15 de Janeiro de 2017, dois anos de mandato*. Nyusi sucede Armando Emílio Guebuza, que conduziu os destinos do país durante dez anos, perfazendo deste modo, dois mandatos permitidos por lei.

Nyusi, também apontado como *«o empregado do povo»*, nome que surgiu motivado pelo discurso proferido por este no âmbito da sua tomada de posse, em que, nas suas laudas, chegou a afirmar que *“o povo é o meu único e exclusivo patrão”*, é o quarto presidente desta bela pátria.

Assumido como Presidente de todos os moçambicanos, Nyusi foi, naquela manhã do dia 15 de Janeiro de 2015, recebido em um clima de aplausos e exaltações, com direito a cobertura televisiva e radiofónica de diversos órgãos de comunicação social, desde públicos até privados.

No presente artigo, caríssimos leitores, pretendemos, de forma sintética, *apontar alguns conselhos ao nosso estimado «empregado»*, que naquela manhã de 15 de Janeiro de 2015 disse que o seu Governo primaria pela inclusão, visto que *boas ideias não conheciam cores partidárias.*

Diferentemente das demais abordagens até aqui feitas por distintos articulistas de opinião, *não faremos nenhuma que se pretenda radiografia (análise/comentários e classificação) à volta dos 2 anos de mandato presidencial*. Citaremos conselhos para os campos: político, económico e social.

*1. AO NÍVEL SOCIAL:*

«A origem dos problemas, em geral, pode estar num único indivíduo forte, o agitador, o subalterno-arrogante, o envenenador da boa vontade. Neutralize a sua influência isolando-os ou banindo-o antes que te vulgarize. Ataque a origem dos problemas e as ovelhas dispersar-se-ão» (lei 42, das 48 leis de poder).

Sua Excia., acreditamos que o Dossier sobre a origem dos raptos, do crime organizado, e da corrupção, no seu todo, já é do conhecimento dos que detêm poder decisório: os pastores: as chefias públicas. É chegada a hora de se atacar os pastores, antes que manchem o seu mandato, dando-lhe por improdutivo.

*Não se justificam os assassinatos e sequestros à luz do dia*. É largamente pública, ainda que não oficial, a existência dos esquadrões de morte, de pessoas preparadas para matar quem não se compadece com o patrulhamento ideológico implantado neste país: *jornalistas, académicos e políticos não são poupados.*

Sua Excia., faça valer o vosso poder. É chegada a hora de, se possível, *haver mexidas significativas no seio da nossa polícia e da Procuradoria-Geral da República* e também em sectores afins. Temos que atacar os pastores (chefes) para que suas ovelhas (súbditos) possam se dispersar e trabalharem a sério.

Sua Excia., se multiplica, pelo país, o número de jovens formados desde os níveis médio até superior sem emprego. *É perigoso que tenhamos tantos jovens formados e sem emprego. Criamos, dentro deles, frustrações*. Estes, não tarda, banalizarão o vosso mandato, se sentirão excluídos e marginalizados.

*É altura de pensarmos em investir cada vez mais na educação técnico-proifissional*. O nosso país tem recursos naturais abundantes, mas nos falta o recurso humano. É preciso abrir e equipar escolas técnicas. Precisamos de homens que saibam transformar a matéria e gerir emprego para eles próprios.

*2. AO NÍVEL POLÍTICO:*

A exclusão política é o calcanhar-de-aquiles da instabilidade. «É muito mais eficaz fazer os outros concordarem connosco através das nossas atitudes, sem dizer uma palavra» (lei 9, das 48 leis de poder).

Sua Excia., os partidos políticos são actores racionais dentro de um campo político onde ocorrem relações de poder, pelo que, muitas vezes, descuram da legalidade para fazer valer seus interesses. A este nível não há excepções, em nosso solo pátrio *os três partidos com assento parlamento, vem descurando da lei.*

A tensão político-militar que remonta aos meados de 2012, acalmada pela trégua de 60 dias contados desde 04 de Janeiro, está ligada a dificuldade que os nossos partidos políticos têm de fazer político dentro dos carris da legalidade: *usam-se as forças estatais para vetar os trabalhos dos partidos da oposição.*


Paralelamente, notamos que o exercício *o empreendido da RENAMO tem por objectivo maximizar aquele que constitui o seu principal interesse* no campo político nacional: *PODER & LEGITIMIDADE*. O empreendimento político da Renamo constitui a sua garantia político-existencial até às próximas eleições.

Sua Excia., é a altura de levar o diálogo político a sério. Mas a tensão político-militar não cessará enquanto a mesma tiver adeptos: *os teus aduladores, bajuladores, beija-mãos que lho prestam más e enganosas assessorias*. Não cessará enquanto as populações do centro e norte não saborearem da inclusão politica.

Sugerimos para que caminhemos para além de dialogar com a RENAMO, que é fundamental, vá dialogar com o seu eleitorado que muito simpatiza convosco pela vossa humildade. *Estamos a persuadir a necessidade de expansão de instituições de ensino, electrificação e abastecimento de água potável.*

*É garantir o empoderamento económico da juventude por via do fundo de desenvolvimento distrita*l; promoção dos jovens músicos promovendo espectáculos naquelas localidades. Os Jogos Desportivos Escolares como os Festivais Nacionais da Cultura deveriam ser nas províncias cuja exclusão é patente.

*3. AO NÍVEL ECONÓMICO:*

Use a honestidade e a generosidade selectivas para desarmar a sua vítima! «Um gesto sincero e honesto encobrira dezenas de outros desonestos. Até as pessoas mais desconfiadas baixam a guarda diante de gestos honestos e generosos” (lei 12. Das 48 leis de poder».

Sua Excia., *um dos grandes entraves da nossa economia é a intervenção massiva das elites políticos-empresarias no sector privado*, sobretudo, sua participação na actividade económica das multinacionais no país, no sector de exploração dos recursos naturais como o carvão mineral, gás e das áreas pesadas.

*A participação desse punhado de elites contribui, de certa forma, na isenção de certas multinacionais e demais empresas privadas no cumprimento das suas obrigações fiscais*. Tais elites têm influenciado para que os impostos não sejam pagos, em parte ou na sua totalidade, lesando o Orçamento do Estado.

Daí que, em muitos casos, para suprimos algumas despesas precisamos da contribuição da ajuda externa, e sendo que. Sua Excia, em relações internacionais não existem relações de amizade e piedade: *“ninguém dá dinheiro de borla. Nossos filhos vão pagar o valor injectado hoje no nosso orçamento”.*

Sua Excia, *alguns «camponeses e operários» do partido Frelimo que em 1964*, foram a razão do desencadear da luta de libertação política e em 1969 a razão do desencadear da luta de libertação económica, *hoje, estão se transformando em arrojados burgueses pela sua ambição desmedida.*

Sua Excia., somos leigos em matérias de economia, mas acreditamos que *quanto maior for a intervenção das elites políticas no sector privado, maior será a isenção e fuga fiscais das mesmas e do cumprimento das suas responsabilidades sociais*. Sua Excia tem demostrado uma imagem de uma pessoa íntegra.

E, por causado disso, *apelamos que espalhe essa honestidade aos demais Camaradas, para que não se lese a nossa economia durante este quinquénio e quiçá nos próximos*. Persuadimos para «que se deixe o sector privado ser sector privado» e não uma mistura político-privado se não perde a sua essência.

*Bem-haja Moçambique, nossa pátria de heróis!*

Sem comentários:

Enviar um comentário