"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 14 de março de 2016

Atemorizar, denegrir, e depois o quê?

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Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Em Moçambique acontece de tudo e mais alguma coisa.
Gente preocupada com o desenrolar dos acontecimentos e com o posicionamento de outras pessoas tem vindo a utilizar as redes sociais para fins inconfessáveis. No Facebook, há os que se revezam insultando e atentando contra o bom nome dos outros. Querem fazer que uns são meros moleques e que eles são os defensores da pátria, quando se sabe que a única coisa que defendem são as mordomias e suas contas bancárias.
A última que chegou é a de que existe uma lista de moçambicanos que se teriam reunido com um especialista em inteligência estrangeiro com o objectivo de organizar o que chamam “guerra psicológica”.
Ora, estranhamente, nessa lista constam vivos e mortos. Vicente Ululu, antigo secretário-geral da Renamo, já falecido, é colocado como participante nessa alegada reunião que teria ocorrido no dia 20 de Fevereiro na Beira.
A mediocridade dos mensageiros é tal que até utilizam mortos para atingirem os seus objectivos.
É preocupante que compatriotas desesperados e desnorteados optem pela via da sementeira do ódio.
É preocupante que gente com responsabilidades políticas, governamentais e sociais escolha a via suja do assassinato de carácter para brilhar na vida socio-económica e política.
Seja a título privado, individual ou respeitando instruções de quem quer que seja, uma coisa tem de ficar clara para todos: não inventem inimigos onde eles não existem.
Não há inimigos figadais em Moçambique. Existem percepções diferentes das e sobre as coisas.
Agora que o pluralismo político é oficial, alguns ainda entenderam que a coabitação é a única alternativa válida para todos. Pensar diferente não é ser inimigo.
Quando se começa a criar fantasiosamente reuniões que jamais tiveram lugar, só pode ser por desespero doentio e grave.

Alguns dirão que é algo sem importância, mas lembremo-nos de que foi depois de ataques verbais na comunicação social e nas redes sociais que algumas pessoas acabaram assassinadas.
O PR, a PGR, a PRM, o Governo de Moçambique precisam fazer muito mais para assegurar que se parece com a barbárie que aos poucos vai tomando conta da situação no país.
Compreende-se que, para determinadas pessoas, tudo se reduz a uma questão de enriquecimento sem olhar a meios, e que nesse processo procurem tirar do caminho quem supõem que atrapalha a sua caminhada para o fausto, o luxo e contas bancárias gordas.
Os recursos naturais de Moçambique estão ficando amaldiçoados pela ganância descomunal de algumas pessoas.
Sem que os moçambicanos se empenhem realisticamente na construção de uma pátria em que todos os seus filhos existam com os seus direitos políticos e económicos respeitados e garantidos, é uma utopia falar de nação.
Quem cobardemente incentiva o ataque contra compatriotas através de alegações absurdas, é um perigo para a segurança das pessoas visadas.
Os mentores de listas falsas são pessoas concretas que procuram mostrar serviço a alguém.
Defender a solução dos diferendos no país é responsabilidade de todos os moçambicanos, e não é a troca de insultos ou o jogo baixo que vão ajudar a encontrar soluções.
É preciso desmascarar e denunciar os promotores da violência e os que encobrem a verdade dos factos.
Aparentemente existe uma equipa interessada e engajada na desinformação assim na elaboração de relatórios falsos.
Quando este tipo de informação chega aos órgãos que tomam decisões, induzem a erros graves que minam a concórdia.
É preciso repetir que não há inimigos, mas, sim, moçambicanos em Moçambique. Uns são de raça diferente, outros de tribo diferente, outros de partido político diferente, outros de orientação religiosa diferente, mas todos igualmente moçambicanos.
É preciso ir à génese dos problemas que temos e assumir que são nossos e buscar formas novas de solução dos mesmos.
Não vale a pena repetir que os outros é que são o problema. (Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 14.03.2016

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