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sexta-feira, 18 de março de 2016

Credores acham “justa” a troca de títulos da dívida da EMATUM proposta pelo Governo


        

EMATUM
 
Os detentores de obrigações emiti­das pela empresa estatal atuneira de Moçambique, EMATUM, disseram ontem que a oferta de troca de títu­los da dívida proposta pelo Governo moçambicano lhes parecia “justa”, o que aumenta a probabilidade de vir a ocorrer uma troca amigável, diz a Reuters.
Moçambique está a propor a troca das obrigações emitidas pela EMATUM, no valor de 697 milhões de dólares, com maturidade em 2020 e cupão de 6,305 por cento, por uma nova emis­são de dívida soberana com venci­mento em Janeiro de 2023, ao preço de 80 por cento e com um cupão de 10,5 por cento , de acordo com o do­cumento dos termos de troca ao qual a Reuters terá tido acesso.
No entanto, os credores que concor­dem com a troca antes do dia 23 deste mês, os seus títulos beneficiarão de uma taxa de troca de 105 por cento, levando o cupão efectivamente para bem acima de 11 por cento.
Negócio justo
“É um bom negócio para os investido­res e é um bom negócio para Moçam­bique – parece-me muito justo”, dis­se à Reuters Luc D’Hooge, Chefe de obrigações de mercados emergentes na Vontobel Asset Management, que pretende aceitar a oferta do Estado moçambicano.
Aqueles investidores que aceitarem a troca de títulos depois do dia 23 mas antes da data limite do dia 29 obterão uma taxa de troca de 100 por cento.
Apelidados de “títulos tuna (atum, em inglês)”, os títulos de amortização originais, no valor de 850 milhões de dólares, foram emitidos 2013 e apre­sentados como financiamento para “pesca do atum e infra-estruturas co­nexas”, embora se tenha tornado evi­dente, muito rapidamente, que grande parte do dinheiro teria sido canaliza­da para a vigilância e segurança marí­timas, diz a Reuters.
Na época, governos por toda a África correram para os mercados de capi­tais para retirar vantagens dos custos globais baixíssimos dos empréstimos e da avidez por rendimento dos inves­tidores. Mas desde então, a emissão tem secado à medida que os investi­dores se tornaram cautelosos, exigin­do prémios de risco mais elevados.
 

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