EMATUM
Os detentores de obrigações emitidas pela empresa estatal atuneira de Moçambique, EMATUM, disseram ontem que a oferta de troca de títulos da dívida proposta pelo Governo moçambicano lhes parecia “justa”, o que aumenta a probabilidade de vir a ocorrer uma troca amigável, diz a Reuters.
Moçambique está a propor a troca das obrigações emitidas pela EMATUM, no valor de 697 milhões de dólares, com maturidade em 2020 e cupão de 6,305 por cento, por uma nova emissão de dívida soberana com vencimento em Janeiro de 2023, ao preço de 80 por cento e com um cupão de 10,5 por cento , de acordo com o documento dos termos de troca ao qual a Reuters terá tido acesso.
No entanto, os credores que concordem com a troca antes do dia 23 deste mês, os seus títulos beneficiarão de uma taxa de troca de 105 por cento, levando o cupão efectivamente para bem acima de 11 por cento.
Negócio justo
“É um bom negócio para os investidores e é um bom negócio para Moçambique – parece-me muito justo”, disse à Reuters Luc D’Hooge, Chefe de obrigações de mercados emergentes na Vontobel Asset Management, que pretende aceitar a oferta do Estado moçambicano.
Aqueles investidores que aceitarem a troca de títulos depois do dia 23 mas antes da data limite do dia 29 obterão uma taxa de troca de 100 por cento.
Apelidados de “títulos tuna (atum, em inglês)”, os títulos de amortização originais, no valor de 850 milhões de dólares, foram emitidos 2013 e apresentados como financiamento para “pesca do atum e infra-estruturas conexas”, embora se tenha tornado evidente, muito rapidamente, que grande parte do dinheiro teria sido canalizada para a vigilância e segurança marítimas, diz a Reuters.
Na época, governos por toda a África correram para os mercados de capitais para retirar vantagens dos custos globais baixíssimos dos empréstimos e da avidez por rendimento dos investidores. Mas desde então, a emissão tem secado à medida que os investidores se tornaram cautelosos, exigindo prémios de risco mais elevados.
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