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| Escrito por Adérito Caldeira em 22 Março 2016 |
O Plano Quinquenal, Plano Económico e Social, Projecto das Estratégias de Desenvolvimento Económico do Corredor de Nacala são algumas das ambiciosas promessas dos Governos do partido Frelimo mas que em termos práticos nem se referem a medidas reais para mitigar a erosão que é um flagelo antigo em Nacala-Porto. Entretanto por mais que se tente ignorar a erosão está presente e agrava-se a cada nova intempérie. Talvez por isso o edil de Nacala-Porto tenha preparado um “plano de actividades prioritárias para o combate à erosão e construção da resiliência climática no município” e que está orçado em 1.087.608.119,00 meticais, um valor estranhamente não inscrito no Orçamento de Estado aprovado para 2016. O custo mitigar a erosão não está previsto no Orçamento deste ano como não esteve nos dos anos anteriores embora o problema seja do conhecimento das autoridades há mais de três décadas, sem que nada tenha sido realizado para os mitigar. “No período da época das chuvas de 1981/82, em que o regime de precipitação foi especialmente desfavorável – 3 dias de chuva contínua pouco intensa – sucederam os primeiros desastres que deixaram o núcleo urbano quase paralisado” refere o plano de actividades prioritárias para o combate à erosão e construção da resiliência climática que detalha os maiores estragos registados na altura e menciona a realização dos primeiros estudos de mitigação, entre 1983 e 1984, particularmente para proteger as grandes infra-estruturas já ali existentes.
Aumento rápido de investimentos na Zona Económica Especial poderá aumentar erosão
Além disso “o aumento rápido de investimentos em consequência de Nacala ser uma Zona Económica Especial, as vezes em áreas vulneráveis a impactos futuros resultantes das mudanças climáticas poderá aumentar a vulnerabilidade e a sustentabilidade a médio e longo prazo deste investimento estimado em cerca de 3,163,639,730.19 USD se medidas concretas de adaptação e construção de resiliência ao clima não serem implementadas”, prevê este documento que estamos a citar e que foi elaborado em Fevereiro de 2016. Ora o Conselho de Ministros reunido a 13 de Novembro de 2012 aprovou a “Estratégia Nacional de Adaptação e mitigação de mudanças climáticas”. Embora seja um documento que aborda de forma geral os desafios a serem enfrentados o mesmo constata que “Muitos e avultados investimentos habitacionais e de infra-estruturas, estão a acontecer em muitas cidades moçambicanas (Maputo, Matola, Nacala, Tete e Beira por exemplo), com implicações de longo prazo pelo que é importante assegurar que tais investimentos não sejam em vão, através da criação de mecanismos e oportunidades para torná-los mais resilientes às mudanças climáticas em todas as suas fases de implementação: planificação, execução e operação.” Um deles foi o “projecto para reabilitação urgente do porto de Nacala”, custou aproximadamente 32.600.000 dólares norte-americanos, num financiamento reembolsável da JICA, um valor que por ironia chega e sobra para primeiro resolver os problemas de erosão e só depois então investir em mais infra-estruturas, essas que devem estar preparadas para o impacto das mudanças climáticas que se prevê tornem-se cada vez mais fortes. |
"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
terça-feira, 22 de março de 2016
Se não houver medidas urgentes de combate à erosão o município de Nacala-Porto um dia “pode acordar no porto”
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