16/08/2019
A auto-proclamada Junta Militar da Renamo encabeçada pelo general Mariano Nhongo reúne-se amanhã (sábado) e domingo, na Serra de Gorongosa, em Conferência para, entre outros pontos, eleger o novo homem forte da "perdiz", que vai, de forma directa, dialogar com o Presidente da República, Filipe Nyusí, no processo que devera culminar com o desarmamento do braço armado daquele partido.
A informação foi revelada por Mariano Nhongo, na tarde desta sexta-feira (16), em exclusivo "Carta", que garantiu, igualmente, que o novo timoneiro vai ser escolhido no segundo dia dos trabalhos, ou seja, no domingo.
Mariano Nhongo, ao estilo que lhe é característico, sentenciou: "nós vamos eleger o nosso Presidente. O Presidente que vai nos levar as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e a Polícia da República de Moçambique. Vamos eleger durante a conferência que termina no domingo. Vamos eleger sem falta".
Sobre Ossufo Momade e Renamo por ele liderada, Mariano Nhongo pronunciou nos seguintes termos: "Ossufo não é o nosso presidente. Ele não é o nosso comandante e está a destruir o nosso partido. A Renamo é única. Quando você é rejeitado por uma mulher vai continuar a dormir mais com ela? Quando mulher diz que não te quer é porque não te quer mesmo. Ele não está na Renamo, nós tiramos".
"Carta" questionou ao antigo homem da guarda do falecido líder histórico, Afonso Dhlakama, sobre quem são os candidatos ao mais alto posto do partido ao que, prontamente, respondeu que serão tornados públicos "amanhã no decurso da cerimónia de abertura da Conferência".
A conferência tem lugar na sequência da contestação que vem sendo levada a cabo pela auto-proclamada Junta Militar da Renamo à liderança de Ossufo Momade, actual presidente da Renamo.
Há semanas, a Renamo liderada por Ossufo Momade disse que havia iniciado conversações com a chamada Junta Militar tendo em vista a resolução do diferendo. Falando para um canal privado de televisão do país, isto na sexta-feira da semana passada, Muhamad Yassin disse que haviam boas perpectivas no que ao solucionamento do impasse diz respeito.
A auto-proclamada Junta Militar da Renamo diz que não reconhece Ossufo Momade, que assumiu a liderança do partido na sequência do desaparecimento físico de Afonso Dhlakama, como o legítimo presidente e que, enquanto ele continuar a conduzir os destinos do partido, não irá proceder a entrega das armas.
O encontro dos "não-alinhados" com a liderança de Ossufo Momade tem lugar 10 dias depois da Assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação de Maputo, rubricado pelo Presidente da República e o actual Presidente da Renamo. (Ilódío Bata)
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