19/08/2019
De um Presidente da República espera-se uma comunicação mais polida, mais assertiva. Filipe Nyusi amiúde atrapalha-se. Parece mais um elefante numa loja de porcelana. Fala para depois pensar e esquece-se que palavra dita, é como uma arma disparada. A bala jamais será recolhida.
Há dias, Filipe Nyusi disse publicamente que quem aterroriza Cabo Delgado são jovens moçambicanos descontentes com o cerco à fuga ao fisco na exploração florestal e aos concursos de empreitadas e obras públicas. E, de boca cheia, disse que são cidadãos que vivem na própria província e na cidade da Beira que recrutam e instrumentalizam a população para destruir as suas casas a troco de dinheiro.
Não lhe vamos desmentir, Presidente, porque não sabemos qual é a sua fonte. Porém, temos o direito de ficarmos desconfiados destas afirmações. É que Bernardino Rafael, o sobrinho de Alberto Chipande e comandante-geral da PRM, já trouxe cinco versões sobre os mesmos factos. E a do Presidente é a sexta. Afinal não estão em sintonia? Não é o Presidente o comandante em chefe das Forças de Defesa e Segurança?
Ora é o Andre Hanerkon que financia os insurgentes. Ora são os garimpeiros que enviam o dinheiro por via do M-pesa. Ora são os tanzanianos. Ora são os cidadãos congoleses. Quer dizer, há um mar de desculpas, mas nunca se chega à solução. O povo não quer saber de trapalhadas, de desculpas que roçam a um mau pagador. O povo quer soluções. O Presidente, sobre este assunto, até pode calar, não dizer nada ao povo, mas que traga soluções.
O povo não escolheu um Presidente para andar de desculpa em desculpa; de preguiça em preguiça; de desinformação em desinformação. O povo escolheu Filipe Nyusi porque prometeu soluções de diversos problemas que lhe apoquentam. E é evidente que Filipe Nyusi não é recomendável. É fraco. Governar lhe ultrapassa. Para ele governar parece mais um bicho-de-sete-cabeças. Todavia, quer voltar a ser eleito.
São tanzanianos, congoleses ou beirenses que financiam os insurgentes em Cabo Delgado ou era o Andre Hanekon? Em que é que ficamos? O Presidente está a titubear enquanto o povo morre, é decapitado. Ao povo não interessa o nome de quem lhe decapita, interessa a solução do problema. São dois anos e meio de sofrimento e o Governo nunca trouxe algo palpável, credível. Se isto pesasse para a reeleição de Filipe Nyusi, de certeza que ficaria por terra!
(Justiça Nacional, siga-nos no Facebook)
Sem comentários:
Enviar um comentário