Lisboa – O antigo Embaixador de Angola junto às Nações Unidas e outros organismos sediados em Genebra, Adriano Alfredo Teixeira Parreira deu entrada nesta quarta-feira (21) uma queixa-crime junto ao Ministério Fiscal de Espanha (a congénere da Procuradoria Geral de Portugal) contra a família do antigo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
Fonte: Club-k.net
"Solicito a abertura de um inquérito judicial"
De acordo com documentos que o Club-K, teve acesso foram simultaneamente apresentadas queixas-crime de idêntico teor às Procuradorias gerais dos seguintes países: Estados Unidos, França, Reino Unido e Itália.
No documento apresentado por Parreira, a justiça Espanhola, o mesmo apresenta os seus argumentos realçando que “José Eduardo dos Santos, sua família e outros cumplices, se apoderou ilicitamente das riquezas de Angola, subjugou o povo angolano à fome e a uma miséria de indiscritível dimensão, violou os direitos políticos, económicos e sociais mais fundamentais do povo e dos seus opositores políticos, ordenou a execução física e o encarceramento de milhares de inocentes, enquanto se engajava com particular avidez a delapidar as finanças de Angola, depositando avultadíssimas somas de dinheiro em contas bancárias em diversos países, nomeadamente no espaço europeu, quase sempre sob identidade simulada, em detrimento do povo angolano.”

“À luz do que acima foi muito respeitosamente exposto, muito solicito ao Ministério Fiscal do reino de Espanha a abertura de um inquérito judicial a fim de se avaliar a atividade criminosa em território de Itália por JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS e seus familiares constantes na lista, nomeadamente as propriedades adquiridas com dinheiro criminosamente subtraído ao erário público da República de Angola, e das somas de dinheiro e outros título depositados em Bancos espanhóis a fim da Justiça italiana possa atuar em conformidade”, lê-se na participação de Parreira.

Para finalizar, o antigo embaixador remata que “Nós acreditamos firmemente que os crimes económicos, financeiros, e contra a humanidade, de dimensão tal que, em bom rigor, devem ser tipificados como crimes de genocídio doloso e sistemático contra o povo angolano cometidos pelo ditador José Eduardo dos Santos, com a inequívoca contribuição e benefício dos seus familiares, serão confrontados com o repúdio do Governo e com a inabalável firmeza do muito digno Ministério Fiscal do Reino de Espanha