30/06/2017
EUREKA por Laurindos Macuácua
Cartas ao Presidente da República (58)
Bom dia, Presidente.
Propositadamente não lhe escrevi à sexta-feira passada. Sabia de que no sábado imediato, a Procuradoria-Geral da República (PGR) iria divulgar o sumário executivo do relatório da Kroll.
É sobre as dívidas ocultas que o Governo da Frelimo, no tempo de Armando Guebuza, contraiu sem o aval da Assembleia da República e outras instituições competentes.
Li naquela semana o relatório.
Provocou-me náuseas. Como que para aplacar a minha frustração, viajei à Cape Town. Por isso que lhe não chegou às mãos a minha correspondência habitual. Não me penitencio pela falha. Queria que a poeira assentasse. Queria, aliás como o faço agora, falar com o coração na boca. Permite ir para lá das palavras ouvidas e encontrar autenticidade de quem fala. Falar num repente, pode levar ao que não queremos. Agora posso dizer, de pulmões ufanos, o seu Governo, Presidente, é também uma vergonha.
Em Moçambique, a palavra “escândalo” está gasta. Porém, convém salientar que o Estado moçambicano nunca tinha falhado desta forma. E esta inédita falha surgiu no consulado de Armando Guebuza e estendeu-se até ao consulado de Filipe Nyusi.
Sim, porque ao longo das 64 páginas, o relatório destaca o facto de não ter havido nenhuma acção do Governo de Filipe Nyusi, no sentido de colaborar com a Kroll.
Em jeito de conclusão, o Governo de Filipe Nyusi escamoteou a verdade para a descoberta do maior escândalo financeiro de Moçambique desde a sua existência como Estado.
E agora talvez seja oportuno perguntar ao Presidente: afinal, quando o senhor dizia, em comícios populares, em viagens ao estrangeiro, que o seu Governo tudo faria para colaborar com a Kroll no esclarecimento da fraude, estava a mentir? Pode até não responder. A resposta à esta pergunta está no relatório!
O seu Governo, Presidente, vedou todo o acesso a fontes de informação que eram imprescindíveis para a realização da auditoria e esclarecimento dos factos à volta do endividamento oculto. Porquê? É cúmplice? É responsável, também, pela desgraça do povo?
Fosse Moçambique um país sério, a mentira do seu Governo, Presidente, custar-lhe-ia a eleição.
Mas este povo até parece que faz gosto em sofrer. Em ser pisoteado.
O Governo lança cacos à estrada e o povo continua a moê-los com indiferença. Com satisfação. É o povo moçambicano: herói na pobreza. Mentem-lhe e amanhã escolhe o mesmo mentiroso, o tratante.
Esperar qualquer acção da PGR é perder tempo. O forrobodó da Frelimo – que custou a fabulosa quantia de mais de dois biliões de dólares norte-americanos – será o povo a pagar. Anda de “My Love”, mas financia regabofes da elite.
É que, se fosse para a PGR tomar qualquer atitude, tal já teria acontecido. Há mais de um mês que tem o relatório da Kroll em suas mãos. E mais: este processo já está em instrução preparatória há mais de um ano. Até aqui nada.
Sinceramente, não vejo o Armando Guebuza, Manuel Chang e algumas pessoas que hoje estão no Governo, a comerem xima e feijão, mal preparados, todos os dias na BO.
DN – 30.06.2017
Sim, porque ao longo das 64 páginas, o relatório destaca o facto de não ter havido nenhuma acção do Governo de Filipe Nyusi, no sentido de colaborar com a Kroll.
Em jeito de conclusão, o Governo de Filipe Nyusi escamoteou a verdade para a descoberta do maior escândalo financeiro de Moçambique desde a sua existência como Estado.
E agora talvez seja oportuno perguntar ao Presidente: afinal, quando o senhor dizia, em comícios populares, em viagens ao estrangeiro, que o seu Governo tudo faria para colaborar com a Kroll no esclarecimento da fraude, estava a mentir? Pode até não responder. A resposta à esta pergunta está no relatório!
O seu Governo, Presidente, vedou todo o acesso a fontes de informação que eram imprescindíveis para a realização da auditoria e esclarecimento dos factos à volta do endividamento oculto. Porquê? É cúmplice? É responsável, também, pela desgraça do povo?
Fosse Moçambique um país sério, a mentira do seu Governo, Presidente, custar-lhe-ia a eleição.
Mas este povo até parece que faz gosto em sofrer. Em ser pisoteado.
O Governo lança cacos à estrada e o povo continua a moê-los com indiferença. Com satisfação. É o povo moçambicano: herói na pobreza. Mentem-lhe e amanhã escolhe o mesmo mentiroso, o tratante.
Esperar qualquer acção da PGR é perder tempo. O forrobodó da Frelimo – que custou a fabulosa quantia de mais de dois biliões de dólares norte-americanos – será o povo a pagar. Anda de “My Love”, mas financia regabofes da elite.
É que, se fosse para a PGR tomar qualquer atitude, tal já teria acontecido. Há mais de um mês que tem o relatório da Kroll em suas mãos. E mais: este processo já está em instrução preparatória há mais de um ano. Até aqui nada.
Sinceramente, não vejo o Armando Guebuza, Manuel Chang e algumas pessoas que hoje estão no Governo, a comerem xima e feijão, mal preparados, todos os dias na BO.
DN – 30.06.2017
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