quinta-feira, 1 de junho de 2017
Ouvir com webReader
Presidente Nyusi protela visita a Sofala
Mesmo com o aparente fracasso na tentativa de convencer Dhlakama a descer à vila de Gorongosa, Nyusi tenciona se aproximar do esconderijo de Dhlakama, próximo da localidade de Vunduzi
Circula em meios restritos a informação de que o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, estará a protelar uma deslocação à província central moçambicana de Sofala, para onde se deveria deslocar entre os dias 16 e 19 deste Junho.
As mesmas indicações, que não conseguimos confirmar de fonte apropriada na Presidência da República, não obstante esforços nesse sentido, referem que o motivo do adiamento da visita fica a dever-se ao facto de terem fracassado esforços para convencer o líder da Renamo, Afonso Marceta Macacho Dhlakama, a sair do seu esconderijo, algures naquela província, para um encontro com o Chefe de Estado na vila de Gorongosa, no dia 18 de Junho, um gesto que, no entender dos seus promotores, daria maior ênfase ao processo de pacificação do país, sublinhado pelas sucessivas tréguas que vigoram desde Dezembro de 2016.
Os nossos informantes referiram que com o hipotético encontro na vila de Gorongosa com Dhlakama, Nyusi pretenderia passar a ideia de disponibilidade de se reunir com o líder da Renamo “em qualquer parte de Moçambique”, na indisponibilidade do líder da “perdiz” em se deslocar a Maputo.
Em declarações ao Correio da manhã, a chefe da bancada parlamentar da Renamo, Maria Ivone Soares, disse desconhecer a alegada tentativa de o Chefe de Estado se encontrar com Dhlakama na vila de Gorongosa. “Nunca ouvi isso”, reagiu, remetendo-nos ao porta-voz do partido, o deputado António Pedro Muchanga.
“Qual Junho? É mentira isso”, assim reagiu, por seu turno, António Muchanga, ao ser interpelado pelo Correio da manhã.
Tem enervado a muitos sectores da sociedade moçambicana o cavado secretismo que tem rodeado as conversas telefónicas entre Nyusi e Dhlakama na tentativa de pacificar Moçambique, entretanto volta e meia temperadas com lamúrias do líder da Renamo de que o seu interlocutor – ou a parte que representa/lidera – não tem estado a ser fel aos compromissos telefonicamente celebrados.
As recentes denúncias do porta-voz ofcial da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), António Muchanga (http://www.correiodamanhamoz.com/violacao-da-tregua/) são tidas como evidência da frágil sustentabilidade da forma como os esforços desencadeados em finais de 2016 por Nyusi e Dhlakama para devolver a paz a Moçambique.
Filipe Nyusi em VunduziTodavia, mesmo com o aparente fracasso na tentativa de convencer Dhlakama a descer à vila de Gorongosa, Nyusi tenciona se aproximar do esconderijo de Dhlakama, próximo da localidade de Vunduzi.
Oficialmente, o pretexto para Nyusi escalar Vunduzi será a inauguração da rede de abastecimento de electricidade na região, uma iniciativa muito dinamizada pela governadora de Sofala, Maria Helena Taipo.
De modo oficial, a deslocação do Presidente Filipe Nyusi enquadra-se no âmbito das chamadas “presidências abertas”, iniciativas que já levaram o Chefe de Estado a escalar diversos pontos de Moçambique.
Na presidência de Nyusi, estas visitas têm sido eminentemente desenvolvimentistas.
É neste contexto que se espera que, ao escalar a província nortenha do Niassa, esteja programado, entre outras iniciativas, o lançamento da primeira pedra para os trabalhos de reabilitação do problemático troço Cuamba-Lichinga, no dia seis deste Junho.
Basicamente, a mesma tónica deverá dominar a visita de trabalho que Filipe Nyusi inicia hoje à cidade de Maputo, de acordo com dados fornecidos ao Correio da manhã pelo Governo da capital moçambicana.
De acordo com o documento alusivo à visita do Presidente Nyusi à cidade de Maputo entregue à Redacção do Correio da manhã, o Chefe de Estado deverá escalar os distritos municipais KaMubukwana, KaMavota, KaNpfumu, Nlhamankulu, KaTembe e KaMaxakeni.
Nestes locais, de acordo com a mesma informação, entre outras actividades,
Nyusi deverá orientar um comício popular no distrito municipal KaTembe, no bairro de Chali, alvo de assédio por muitos endinheirados por ocupar parcelas de terra, atraídos pela facilidade com que a breve trecho se poderá alcançar aquela região, a partir de 2018, com a conclusão da ponte que liga aquela região à parte norte da baía com o nome da capital moçambicana.
CM – 01.06.2017
Sem comentários:
Enviar um comentário