sábado, 10 de junho de 2017
EXEMPLO: mensagem aos deputados da Assembleia da República
UM
Desde que o Canal de Moçambique despoletou o assunto dos Mercedes-benz dos membros da Comissão Permanente da Assembleia da República, mantive-me calado para tentar perceber o que de facto estava em questão. Podia continuar calado. O assunto pode ser tanto justificado à direita ou à esquerda, ou seja, para o bem ou para o mal.
Só que me recordei que ontem mesmo citei as palavras do Martin Luther King Jr segundo as quais “O lugar mais quente no inferno está reservado àqueles que permanecem neutros em tempos de grande conflito moral”. Portanto, estamos de facto perante um conflito moral. Em sociedade, o exemplo constitui uma das principais fontes da moral.
Por isso não encontro exemplos ao nível institucional, nomeadamente na Renamo, Frelimo ou MDM, que confirmem a coerência dos deputados da Assembleia da República. Pelo que sei ao nível da liderança político-partidária, Afonso Dhlakama anda de Toyota. Daviz Simango anda de Toyota. Filipe Nyusi, anda de Toyota. Ou seja, as lideranças destes três partidos optaram por caros relativamente baratos para transportar seus dirigentes de topo. Ao nível da Comissão Política da Frelimo, os carros alocados ou são sul-coreanos ou japoneses. O EXEMPLO da modéstia, parcimónia e gestão criteriosa dos recursos que por si, já são escassos. Ora, de quem os deputados copiaram? Da liderança de seus partidos é que não foi.
Só que me recordei que ontem mesmo citei as palavras do Martin Luther King Jr segundo as quais “O lugar mais quente no inferno está reservado àqueles que permanecem neutros em tempos de grande conflito moral”. Portanto, estamos de facto perante um conflito moral. Em sociedade, o exemplo constitui uma das principais fontes da moral.
Por isso não encontro exemplos ao nível institucional, nomeadamente na Renamo, Frelimo ou MDM, que confirmem a coerência dos deputados da Assembleia da República. Pelo que sei ao nível da liderança político-partidária, Afonso Dhlakama anda de Toyota. Daviz Simango anda de Toyota. Filipe Nyusi, anda de Toyota. Ou seja, as lideranças destes três partidos optaram por caros relativamente baratos para transportar seus dirigentes de topo. Ao nível da Comissão Política da Frelimo, os carros alocados ou são sul-coreanos ou japoneses. O EXEMPLO da modéstia, parcimónia e gestão criteriosa dos recursos que por si, já são escassos. Ora, de quem os deputados copiaram? Da liderança de seus partidos é que não foi.
DOIS
Tenho ouvido por ai que o deputado não tem condições de trabalho; que normalmente um deputado tinha que ter uma bateria de assessores, escritório mobilado e com trabalhadores como tem acontecido com outros parlamentos. Concordo. Mas se me permitem a pergunta: NUM PAÍS POBRE como o nosso, onde falta quase tudo a todos, COMO É QUE ESPERAM QUE UM DEPUTADO tenha todo material e conforto que precisa para trabalhar melhor? Hospitais com problemas de medicamentos e pessoal, crianças estudando debaixo da arvore por falta de salas, cidadãos bebendo agua suspeita por falta de fontes seguras…e o deputado achar normal que se importem Mercedes-Benz e gaste milhares de meticais para o seu conforto, num país onde falta tudo a todos inclusive na função publica, onde falta resma de papel. Afinal de contas, a quem servem?
Tenho ouvido por ai que o deputado não tem condições de trabalho; que normalmente um deputado tinha que ter uma bateria de assessores, escritório mobilado e com trabalhadores como tem acontecido com outros parlamentos. Concordo. Mas se me permitem a pergunta: NUM PAÍS POBRE como o nosso, onde falta quase tudo a todos, COMO É QUE ESPERAM QUE UM DEPUTADO tenha todo material e conforto que precisa para trabalhar melhor? Hospitais com problemas de medicamentos e pessoal, crianças estudando debaixo da arvore por falta de salas, cidadãos bebendo agua suspeita por falta de fontes seguras…e o deputado achar normal que se importem Mercedes-Benz e gaste milhares de meticais para o seu conforto, num país onde falta tudo a todos inclusive na função publica, onde falta resma de papel. Afinal de contas, a quem servem?
TRÊS
Em Moçambique temos uma linha de montagem de veículos chamada Matchedjedje Motors. Se somos todos nacionalistas, porque é que não encomendaram os 250 carros pick-up de marca Matchedje para os 250 deputados e 11 SUV da mesma marca para membros da Comissão Permanente? Quem vai fazer crescer a industria automóvel nacional senão nós próprios? Onde está a coerência?
Em Moçambique temos uma linha de montagem de veículos chamada Matchedjedje Motors. Se somos todos nacionalistas, porque é que não encomendaram os 250 carros pick-up de marca Matchedje para os 250 deputados e 11 SUV da mesma marca para membros da Comissão Permanente? Quem vai fazer crescer a industria automóvel nacional senão nós próprios? Onde está a coerência?
PS: agora dirijo-me especialmente ao senhor Rogério Nkomo, director-nacional do orçamento.
Olha ilustre, o senhor é um idiota. Normalmente deveria ser exonerado das suas funções ao ter afirmado que o orçamento para aquisição dos autocarros era irrisório e que também era legal e justo. Não é a primeira vez que oiço declarações diarreicas como tais. Mas esta foi demais e merece uma grande estátua. O senhor tem coração de uma grande víbora. Terei muito gosto em responder em processo judicial, caso queira fazê-lo. O que afirmou, escandalizou não apenas a si e sua família, mas também as instituições públicas, seus dirigentes e a sociedade inteira. No Japão, para recuperar sua honra, recomendaria um haraquíri. Mate-se.
Olha ilustre, o senhor é um idiota. Normalmente deveria ser exonerado das suas funções ao ter afirmado que o orçamento para aquisição dos autocarros era irrisório e que também era legal e justo. Não é a primeira vez que oiço declarações diarreicas como tais. Mas esta foi demais e merece uma grande estátua. O senhor tem coração de uma grande víbora. Terei muito gosto em responder em processo judicial, caso queira fazê-lo. O que afirmou, escandalizou não apenas a si e sua família, mas também as instituições públicas, seus dirigentes e a sociedade inteira. No Japão, para recuperar sua honra, recomendaria um haraquíri. Mate-se.
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