09/06/2017
EUREKA por Laurindos Macuácua
Cartas ao Presidente da República (56)
Bom dia, Presidente. Chegam-me, amiúde, palavras oriundas do seu séquito de que eu, com essas minhas cartas, procuro desestabilizar a governação do Presidente.
Não sei se de algo vai adiantar se eu disser que não é verdade. Aliás, o que faço aqui todas às sextas-feiras, é uma despudorada pressão, nos limites da minha insignificância, para que o Presidente Nyusi guie esta nação com sabedoria.
Sinceramente, é trágico observar que o esforço pelo bem seja subvertido pela negação e pela miopia!
Alguns consensos neste País são oportunistas. Muito oportunistas. Nascem das contingências e da má figura que alguns lambe-botas fariam se não se atirassem para os braços de uma unanimidade.
Pois bem, virando a página, há muito que dizemos que existe um clientelismo exacerbado no seio do partido Frelimo. Se alguém ainda duvidava, esta confirmação veio embrulhada nas declarações de alguns membros do partido dos camaradas, no seu recente conclave, realizado recentemente na Matola, arrabaldes da cidade de Maputo.
Alguns membros do Comité Central da Frelimo denunciaram a “infiltração” de agentes estranhos no seio do seu partido; que apenas se interessam com os benefícios.
Talvez não seja utilitário perguntar como isso foi possível. De resto, seria uma pergunta retórica. Existe alguém neste País que não sabe que isto tudo reflecte a maturação de um processo de clientelismo há muito incubado na Frelimo?
Os que hoje reclamam, provavelmente são os que não são contemplados neste intricado e sinuoso caminho de clientelismo há muito percorrido pela súcia dos camaradas.
Também não poderia haver para todos.
Disse um dia e não perco nada se repetir: os umbrais do poder são estreitos, alguns ficam de fora!
De algum tempo a esta parte, temos percebido que é no sector mineiro que reside grande parte das expectativas de criação de riqueza, em Moçambique, no futuro. Todavia, ao que se pode constatar, este perece que vai intensificar as desigualdades já existentes entre alguns privilegiados e o resto da população moçambicana- que é a maioria.
Todos os anteriores governos da Frelimo (incluído o seu, Presidente), para saírem bem na selfie, têm alimentado o povo com discursos de prosperidade e desenvolvimento associados à indústria extractiva; mas ao fim do dia o que se assiste é o envolvimento das elites políticas ligadas ao partido no poder, nestas redes de negócios em meio de uma notória relação de promiscuidade. O file mignon não é para todos!
Quem não sabe que as elites é que tiram dividendos das sua participação na indústria extractiva? Não é do desconhecimento de ninguém que existem redes político-empresariais que abocanham tudo, sendo que as mais conhecidas são as compostas por Armando Guebuza, Miguel Nhaca Guebuza, José Eduardo Dai, Manuel Braga; e a que integra Joaquim Chissano, Pascoal Mocumbi, Sérgio Vieira, Fernando Sumbana Jr., Manuel Tomé, José Tomo Psico.
Portanto, os que reclamaram na reunião do Comité Central, são os menos favorecidos. E não há infiltrações, as políticas clientelistas do vosso partido, Presidente, é que criaram este problema.
Qualquer homem sensato e esperto interessado em estabelecer-se economicamente, sabe que tem que se associar à Frelimo. É por isso que temos malta Silvestre Bila, e aquela confusão assistida recentemente na CTA. Todo mundo quer ser lobista!
As novidades indicam que a ponte Maputo/ Katembe só será concluída em Dezembro, porém os terrenos já não existem há mais de dois anos. Dividiram-se o Presidente Nyusi, Alberto Chipande, Aires Ali, Filipe Paunde, Lagos Lidimo, entre outros. Vocês também, para não ficarem atrás, formaram o vosso grupo. E até, para que ninguém vos faça frente, têm DUAT. E o povo?
Os tempos estão a mudar. De certeza que irão ter saudades das vitórias retumbantes!
DN – 09.06.2017
De algum tempo a esta parte, temos percebido que é no sector mineiro que reside grande parte das expectativas de criação de riqueza, em Moçambique, no futuro. Todavia, ao que se pode constatar, este perece que vai intensificar as desigualdades já existentes entre alguns privilegiados e o resto da população moçambicana- que é a maioria.
Todos os anteriores governos da Frelimo (incluído o seu, Presidente), para saírem bem na selfie, têm alimentado o povo com discursos de prosperidade e desenvolvimento associados à indústria extractiva; mas ao fim do dia o que se assiste é o envolvimento das elites políticas ligadas ao partido no poder, nestas redes de negócios em meio de uma notória relação de promiscuidade. O file mignon não é para todos!
Quem não sabe que as elites é que tiram dividendos das sua participação na indústria extractiva? Não é do desconhecimento de ninguém que existem redes político-empresariais que abocanham tudo, sendo que as mais conhecidas são as compostas por Armando Guebuza, Miguel Nhaca Guebuza, José Eduardo Dai, Manuel Braga; e a que integra Joaquim Chissano, Pascoal Mocumbi, Sérgio Vieira, Fernando Sumbana Jr., Manuel Tomé, José Tomo Psico.
Portanto, os que reclamaram na reunião do Comité Central, são os menos favorecidos. E não há infiltrações, as políticas clientelistas do vosso partido, Presidente, é que criaram este problema.
Qualquer homem sensato e esperto interessado em estabelecer-se economicamente, sabe que tem que se associar à Frelimo. É por isso que temos malta Silvestre Bila, e aquela confusão assistida recentemente na CTA. Todo mundo quer ser lobista!
As novidades indicam que a ponte Maputo/ Katembe só será concluída em Dezembro, porém os terrenos já não existem há mais de dois anos. Dividiram-se o Presidente Nyusi, Alberto Chipande, Aires Ali, Filipe Paunde, Lagos Lidimo, entre outros. Vocês também, para não ficarem atrás, formaram o vosso grupo. E até, para que ninguém vos faça frente, têm DUAT. E o povo?
Os tempos estão a mudar. De certeza que irão ter saudades das vitórias retumbantes!
DN – 09.06.2017
Sem comentários:
Enviar um comentário