"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Trégua deita abaixo tacho das escoltas


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Escolta_militar1Desde muito que as escoltas militares foram interpretadas, pelos automobilistas, habituais frequentadores das principais estradas do centro de Moçambique, uma mais valia para os agentes escalados.
Notícias de saques e de cobranças ilícitas aos automobilistas, condição para se fazerem às colunas, sob escolta militar obrigatória, foram sendo relatados por passageiros e automobilistas, além de o processo forçar morosidade nas viagens.
De tal modo que o anúncio, há uma semana, de tréguas nas hostilidades militares entre as forças armadas do governo e da Renamo, surgiu como uma espécie de balão de oxigénio, que levou os automobilistas a respirar de alívio.
Daí que mesmo de decretada a trégua, as escoltas militares continuaram a ser obrigatórias.
Fez-se ecoar a voz de protesto.
Inácio Dina, porta-voz do Comando Geral da Polícia, reagiu com a manutenção das escoltas, por fazer parte do trabalho das autoridades, sublinhando que “continuaremos a fazer o que vinha sendo feito”.
Afonso Dhlakama, líder da Renamo, junta-se aos protestos dos automobilistas para classificar de “provocação” a manutenção das escoltas militares, uma vez que já não há ataques.
Filipe Nyusi terá ordenado a cessação das escoltas militares obrigatórias, de tal modo que agora, Dina aplaude a iniciativa da trégua por acrescer aquilo que é a segurança das pessoas.
No início do ano passado, com a intensificação das emboscadas da Renamo, nas principais estradas do centro, as Forças de Defesa e Segurança montaram escoltas militares obrigatórias na N1 – entre Save e Muxúnguè e entre Nhamapadza e Caia, província de Sofala, e na N7; entre Vanduzi (Manica) e Changara, em Tete.
Ontem, aos jornalistas, Afonso Dhlakama fez um balanço da semana de trégua manchada de algumas nódoas, nomeadamente quando denuncia forças governamentais de saquearem e queimarem um mercado, atacarem um membro da Renamo e roubarem-no, isto tudo no distrito da Gorongosa.
Curiosamente, Dhlakama não menciona o homicídio ocorrido semana passada na cidade de Nampula, contra um membro sénior provincial da Renamo.
Sobre o assunto, a polícia afirma estar ainda a investigar e alerta ser precipitado associar a morte do político aos confrontos ligados à crise política e militar.
Os americanos não perdem tempo e felicitam o governo e a Renamo “pela sua recente decisão de alargar o actual prazo de cessação temporária das hostilidades” e esperam que a extensão se torne permanente.
A corajosa liderança demonstrada pelo presidente Filipe Nyusi e pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ao darem este passo representa um avanço significativo para uma paz duradoura. “É nossa esperança que, com base nesta conquista, o governo moçambicano e a Renamo possam demonstrar coragem igual na resolução das diferenças políticas que já perduram e estabelecer uma paz permanente e a base democrática necessária para o desenvolvimento socioeconómico de todos os moçambicanos”, enaltece, em comunicado enviado ao ET, a embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Maputo.
A classe empresarial também se associa aos aplausos. Mais logo, Rogério Manuel fala aos jornalistas sobre o novo acordo entre Nyusi e Dhlakama.
A CTA, lembre-se, defende Filipe Nyusi à cabeça, em pessoa, das negociações de paz com Afonso Dhlakama.
EXPRESSO – 04.01.2017

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