Onda de assassinatos e contradições destapam a velha podridão
A Polícia da República de Moçambique na cidade de Maputo nega que Ramiro Chilaúle, o cidadão baleado na passada sexta-feira, 6 de Janeiro, na zona do Chiango na cidade de Maputo, fosse agente da Polícia. Primeiro, foi Paulo Nazaré, porta-voz da Polícia na cidade de Maputo, a negar. Depois foi o comandante da Polícia na cidade de Maputo, Bernardino Rafael. Falando ontem a jornalistas, Bernardino Rafael disse que Ramiro Chilaúle não fazia parte da corporação.
"Ele não é agente da Polícia. Para nós, que temos a base de dados, não temos nenhum Ramiro na cidade de Maputo", declarou Bernardino Rafael. Mas esta é uma informação diferente da que é dada pela família e pela Associação Moçambicana de Polícias.
Os familiares de Ramiro Chilaúle dizem que este fazia parte da corporação, pelo menos há 10 anos. A versão da família é confirmada pela Associação Moçambicana de Polícias: "Nós confirmamos que ele pertencia à Polícia, porque conhecemo-lo. O que não podemos confirmar é o tipo de curso que ele fez, porque na Polícia há vários tipos de formações.
Outrossim, há agentes que vêm do SISE e do Ministério da Defesa. O que nós sabemos é que ele exercia algumas actividades dentro da Polícia. Ele tinha acesso ao Comando da cidade, entrava nas esquadras, andava com agentes da Polícia de Investigação Criminal".
A celeuma toda criou-se quando, na semana passada, houve assassinatos, supondo-se que esteja envolvido o bando habitual da Polícia que coopera com o crime organizado. Quatro indivíduos foram mortos em circunstâncias não devidamente esclarecidas, e a Polícia apresentou--os como bandidos. Na mesma semana, um agente da PIC foi assassinado a tiro na Av. 24 de Julho, por desconhecidos, levantando o antigo debate sobre quem são os Polícias e quem são os bandidos.
CANALMOZ – 10.01.2017
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