"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 6 de maio de 2016

Renamo considera que presidente português pode exercer influência pela paz em Moçambique

 

A Renamo, principal partido de oposição moçambicana, considera que o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, tem condições para exercer uma influência a favor de uma mediação internacional do conflito político e militar no país.
Afonso Dhlakama, líder da Renamo, quer mediação internacional
Maputo - A Renamo, principal partido de oposição moçambicana, considerou, quinta-feira, em Maputo, que o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, tem condições para exercer uma influência a favor de uma mediação internacional do conflito político e militar no país.
"Ele está muito bem informado sobre o que está a acontecer em Moçambique e penso que, estando muito informado, está em condições de influenciar as partes para que haja uma solução mediada internacionalmente, como é a nossa pretensão, o mais rápido possível", disse, em declarações aos jornalistas, a chefe da bancada parlamentar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ivone Soares, citada pela agência Lusa.
Falando após um encontro de cerca de 45 minutos com Marcelo Rebelo de Sousa, cujo conteúdo recusou-se a revelar, Ivone Soares apelou aos amigos do povo moçambicano para não se acanharem na ajuda ao país perante os problemas que Moçambique atravessa.
"Nós queremos e apelamos a todos os amigos dos moçambicanos para não se acanharem neste momento em que temos problemas de toda a ordem, desde prolemas políticos, sociais e económicos", declarou a chefe da bancada parlamentar do principal partido de oposição.
Questionada se a Renamo se sentia visada por Marcelo Rebelo de Sousa, que afirmou na quarta-feira que as disputas em democracia não devem ser dirimidas através da violência, Ivone Soares considerou que as declarações do chefe de Estado português eram dirigidas ao Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), acusando o partido no poder de se ter armado para aniquilar o principal partido de oposição.
"Eu acho que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa fez uma grande crítica ao regime da Frelimo, que tem estado a comprar a armamento para atacar a Renamo", disse Soares, assinalando o direito de a Renamo agir em autodefesa contra supostos ataques das forças de defesa e segurança moçambicanas.
A situação política e militar degradou-se acentuadamente nas últimas semanas em Moçambique, envolvendo confrontos entre Governo e Renamo, ataques atribuídos aos homens armados da oposição nas estradas, e acusações mútuas de raptos, assassínios e intimidação.
A Renamo não reconheceu o resultado das eleições de 2014, ganhas oficialmente pela Frelimo, e ameaça governar pela força nas seis províncias em que reclama vitória nas urnas.
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, encontra-se alegadamente na região da Gorongosa, no centro de Moçambique, após a sua comitiva ter sofrido dois ataques na província de Manica e a sua guarda pessoal desarmada, numa ação da polícia na sua residência na Beira, em Sofala.
Apesar dos apelos para o diálogo do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, a Renamo argumenta que os acordos de paz celebrados no passado não estão a ser cumpridos pela Frelimo e exige mediação da União Europeia, África do Sul e Igreja Católica para retomar as negociações.

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