"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 9 de maio de 2016

Está-se muito mal

Por Machado da Graça

Se a minha experiência de vida tem algum valor eu diria que o nosso país está à beira de uma insurreição violenta.
Por muitas cambalhotas e flic-flacs que o actual executivo faça para fingir que está tudo normal, os escândalos financeiros, que se sucedem uns aos outros, a guerra no centro do país, agora já com o surgimento de valas comuns, o corte do apoio internacional devido às tropelias infames de governantes anteriores e actuais, uma dívida externa já impagável e a iminência do não pagamento de salários, da desvalorização violenta do Metical, do desemprego, da falência de empresas e da miséria não levam, normalmente, senão a uma revolta de grandes proporções, muitas vezes incontrolável.
E, cada dia que passa, o tempo para evitar isso é mais curto. O actual Governo está a perder, em velocidade acelerada, credibilidade dentro e fora do país. Ao se recusar a denunciar e punir os abusos dos seus antecessores passou a surgir como uma continuação deles e dos seus desmandos.

 Soluções para o estado a que chegámos não haverá muitas. Atrevo-me a propor uma:
Dissolução da Assembleia da República e marcação, para breve, de novas eleições gerais, sob controlo internacional.
Criação de um governo de gestão, até à realização das eleições, com igualdade no número de lugares entre os três partidos com representação parlamentar.
Revisão da Constituição no sentido da descentralização governativa, da diminuição radical dos poderes do Presidente da República e da efectiva independência do sector da Justiça.
Se fosse possível, abolição, com todas as honras devidas pelos seus passados, dos partidos Frelimo e Renamo, e criação de novos partidos representativos das diferentes opções ideoló gicas Caso não sejam tomadas estas medidas, ou outras de semelhante formato, acredito que iremos assistir a uma revolta de grandes proporções. E, caso isso aconteça, podemos cair numa fase de desordem generalizada (o mais provável) ou a repressão violenta vence e entramos numa forma de ditadura militar de tipo fascista. Nenhuma das hipóteses agradável, como facilmente se percebe.
Mas será que o bom senso vai prevalecer? Infelizmente duvido.
Preparemo-nos para o pior...

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