04/06/2018
Católicos e muçulmanos reagem ao terror em Palma
“É muito triste” – Luiz Fernando Lisboa, bispo de Cabo Delgado
“A religião aceita a convivência e harmonia entre as pessoas” – Abdul Assane, representante do Conselho Islâmico de Moçambique em Pemba
O bispo de Cabo Delgado, Luiz Fernando Lisboa, e o representante do Conselho Islâmico de Moçambique em Pemba, Abdul Assane, afirmaram ao “Canalmoz” que estão chocados com a decapitação de dez cidadãos na noite de 26 de Maio, no distrito de Palma, província de Cabo Delgado. Luiz Fernando Lisboa, bispo de Cabo Delgado, disse que o que está acontecer é triste para a população de Mocímboa da Praia, de Palma, de Nangade e de Macomia.
“Nós temos a segurança de que não é um problema religioso, porque as religiões, aqui em Cabo Delgado e em Moçambique, entendem-se muito bem. Não temos nenhum problema com os muçulmanos, hinduístas, entre outras denominações. Reunimo-nos muitas vezes para rezarmos e fazer trabalhos juntos”, disse Luiz Fernando Lisboa e acrescentou que os acontecimentos no Norte de Cabo Delgado não são de carácter religioso. “São pessoas que estão a usar nomes de uma religião. Nem os próprios muçulmanos não estão favor disso. Nós, como Igreja Católica, temos rezado a pedir aos nossos cristãos nestas zonas para não ficarem agitados”, disse.
Questionado se, como Igreja Católica, já contactou o Governo para falar sobre este assunto, o bispo respondeu: “Ontem [sábado], tive um encontro com o governador provincial. Conversámos sobre esta situação. Eu vejo que o Governo também está preocupado. A parte das Forças de Defesa e Segurança é coordenada ao nível central. O governador é novo e está preocupado com a situação. Falámos juntos sobre a necessidade urgente de se investir naquela área em cursos para a juventude, formação para curto e médio e prazo, para que a juventude tenha esperança de vida. A Igreja Católica está a fazer a sua parte, no sentido de que está a iniciar, em Mocímboa da Praia, um núcleo da Universidade Católica, e já estão abertas as inscrições”, disse.
“É muito triste” – Luiz Fernando Lisboa, bispo de Cabo Delgado
“A religião aceita a convivência e harmonia entre as pessoas” – Abdul Assane, representante do Conselho Islâmico de Moçambique em Pemba
O bispo de Cabo Delgado, Luiz Fernando Lisboa, e o representante do Conselho Islâmico de Moçambique em Pemba, Abdul Assane, afirmaram ao “Canalmoz” que estão chocados com a decapitação de dez cidadãos na noite de 26 de Maio, no distrito de Palma, província de Cabo Delgado. Luiz Fernando Lisboa, bispo de Cabo Delgado, disse que o que está acontecer é triste para a população de Mocímboa da Praia, de Palma, de Nangade e de Macomia.
“Nós temos a segurança de que não é um problema religioso, porque as religiões, aqui em Cabo Delgado e em Moçambique, entendem-se muito bem. Não temos nenhum problema com os muçulmanos, hinduístas, entre outras denominações. Reunimo-nos muitas vezes para rezarmos e fazer trabalhos juntos”, disse Luiz Fernando Lisboa e acrescentou que os acontecimentos no Norte de Cabo Delgado não são de carácter religioso. “São pessoas que estão a usar nomes de uma religião. Nem os próprios muçulmanos não estão favor disso. Nós, como Igreja Católica, temos rezado a pedir aos nossos cristãos nestas zonas para não ficarem agitados”, disse.
Questionado se, como Igreja Católica, já contactou o Governo para falar sobre este assunto, o bispo respondeu: “Ontem [sábado], tive um encontro com o governador provincial. Conversámos sobre esta situação. Eu vejo que o Governo também está preocupado. A parte das Forças de Defesa e Segurança é coordenada ao nível central. O governador é novo e está preocupado com a situação. Falámos juntos sobre a necessidade urgente de se investir naquela área em cursos para a juventude, formação para curto e médio e prazo, para que a juventude tenha esperança de vida. A Igreja Católica está a fazer a sua parte, no sentido de que está a iniciar, em Mocímboa da Praia, um núcleo da Universidade Católica, e já estão abertas as inscrições”, disse.
Situações contra a religião O representante do Conselho Islâmico de Moçambique em Pemba, Abdul Assane, classifica o assassinato de dez cidadãos em Palma e outros ataques no Norte de Cabo Delgado como “situações antirreligiosas”. “O delegado do Conselho Islâmico em Palma ligou a informar que a situação não estava boa. São proibidos de usar ‘djubó’ [vestimenta muçulmana]. Nós dissemos-lhes para serem pacientes. Nós colaboramos com o Governo naquilo que é possível. Também estamos chocados. Estávamos esperançados em que a situação estivesse normal”, disse. Abdul Assane informou que a Comunidade Muçulmana está calma, esperando pelas autoridades competentes para fazer o seu trabalho. Disse que a Comunidade tem estado a sensibilizar as pessoas para ficarem calmas.
“Nós não reconhecemos aquele grupo. Não estão ligados a nenhuma religião. A religião aceita a convivência e harmonia entre as pessoas”, disse Abdul Assane. (Cláudio Saúte)
CANALMOZ – 04.06.2018
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