26/06/2018
Reconstituição da História moçambicana é uma necessidade pelo facto de haver alguns libertadores da pátria que estão esquecidos. Os seus feitos não constam da história do pais que assinala os 43 anos da independência.
Moçambique assinala nesta segunda-feira, 25 de junho, os 43 anos da independência nacional. Para celebrar a data o Presidente da República, Filipe Nyusi, orientou a cerimónia oficial da deposição de uma coroa de flores na Praça dos Heróis, em homenagem aos heróis moçambicanos, estes que direta ou indiretamente lutaram para a independência do país, proclamada no dia 25 de junho de 1975.
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Segundo o Chefe de Estado, todos os moçambicanos só tm valor se existirem como nação e se os moçambicanos estiverem livres na sua própria terra, sublinhou Filipe Nyusi.
Neutralização dos grupos armados
O Presidente moçambicano, destacou por outro lado que o Governo será incansável na neutralização dos grupos armados que têm protagonizado ataques no norte do país, assinalando a atuação implacável das Forças de Defesa e Segurança na zona.
"Não descansaremos enquanto os seus perpetradores não forem neutralizados e responsabilizados, para isso as nossas Forças de Defesa e Segurança estão no terreno, firmes e implacáveis", afirmou Filipe Nyusi, numa declaração à nação na Praça dos Heróis em Maputo, por ocasião do Dia da Independência Nacional.
Também em Quelimane, antigos combatentes da Luta de Libertação da Pátria, reuniram-se na tarde desta segunda-feira (25.06) com académicos e estudantes para refletirem sobre a passagem dessa efeméride.
Alargar o leque de conhecimento
Os participantes no debate disseram que a reconstituição da História moçambicana é uma necessidade pelo facto de haver alguns libertadores da pátria que estão esquecidos porque os seus feitos não constam da história do pais.
Um deles, o filósofo David Mudzenguerere, disse em entrevista a DW África que a história de Moçambique tem que ser reconstituída visando alargar o leque de conhecimento das gerações vindouras sobre este tema tão importante.
"43 anos que percorremos não é pouco tempo... para a história que temos talvez faltem ainda alguns pormenores que deverão ser acrescentados. Já temos várias obras que os antigos combatentes escreveram, podemos não encontrar grandes diferenças entre os diversos textos escritos sobre a nossa história. Mas ainda deverá estar a faltar algo mais ".
Para o filófoso assinalar mais um aniversário da independência de Moçambique é um momento que nos "convida a rever esse nosso passado histórico e se algum momento não se enquadram certos aspetos e factos relevantes que deveriam constar da nossa história. Todos nós como moçambicanos, lutadores e libertadores é tempo de repensarmos a nossa historia e reconstitui-la. Este deve ser um desafio do nosso tempo tanto da juventude como dos mais velhos para acomodarmos todos os esforços daqueles que estiveram na frente da independência que celebramos. O momento convida-nos a repensar e ver se não há mais factos para fazermos uma história mais inclusiva na construção dessa terra".
Mudzenguerere explicou entretanto que há muita informação sobre a história de Moçambique que está dispersa, e que a sua reconstituição não pode ser vista como uma ameaça.
"Estamos num contexto de interação, intergeracional e não custa nada que os textos já produzidos de forma independente, memórias, autobiografias e outros possam ser detalhados para que sejam mais elucidativos e mais consistente. Não vejo nenhum conflito intergeracional sentarmos e juntarmos as ideias para vermos o que podemos fazer", concluiu.
Ataques no norte de Moçambique
Mas o politico, File Salato, chefe da bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), na Assembleia Municipal de Quelimane, considera que a História de Moçambique não é o que se diz.
"A história de Moçambique é uma falácia. Moçambique não é um todo é apenas uma parte politizada na região sul do pais".
O politico criticou por outro lado, a independência de Moçambique que "este ano está a ser comemorada com os ataques e assassinatos" nomeadamente em Mocímboa da Praia na província nortenha de Cabo Delgado.
"Digo que o pais não está independente porque há bem pouco tempo aconteceram ataques e assassinatos em Mocímboa da Praia, algo que não é admissível num pais independente há 43 anos. O Governo atual está de braços cruzados como se nada estivesse a acontecer e as pessoas que estão a morrer são nossos familiares. O Governo deve tomar urgentemente uma posição".
Identificar os verdadeiros heróis
O ex-combatente da Luta de Libertação de Moçambique que também participou no debate Toair Manana Saide, disse por seu lado que "os jovens devem saber como posicionar-se face à história moçambicana. É um processo no qual todos devemos participar e temos que identificar alguns heróis e o que fizeram para este país. Se na verdade são heróis isso não é nenhum problema mas sim um desafio e exemplo para a juventude que quer ver este pais na senda do progresso e do desenvolvimento".
DW – 25.06.2018
NOTA: Para já, sugiro que a história do Chai e do Massacre de Mueda sejam recontados na sua verdade e não nas mentiras escritas e propaladas pela Frelimo.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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