28/06/2018
Nélia Angelina Mulémbwè, de 37 anos de idade, filha de Eduardo Mulémbwè, deputado da Frelimo e membro da Comissão Política deste partido, foi condenada, em 20 de Junho, a seis meses de prisão efectiva pelo Tribunal Distrital do Texas, nos Estados Unidos da América, segundo uma nota do Departamento de Justiça dos EUA.
Nélia Angelina Mulémbwè foi condenada por fraude e por mau uso de vistos. O que aconteceu é que, em 2015, Nélia Mulémbwè solicitou visto para uma cidadã moçambicana para a acompanhar a ela e aos seus filhos aos Estados Unidos, supostamente para uma visita de um mês, quando, na verdade, era para servir de empregada doméstica e cuidar dos seus filhos.
A mulher foi mantida em cativeiro desde 2015 e trabalhava sem direito a descanso, até que, em 2017, e graças a uma denúncia, houve a intervenção da Justiça. Uma fonte da Embaixada dos Estados Unidos em Moçambique confirmou a informação ao CANALMOZ, na tarde de terça-feira.
“Uma cidadã moçambicana de 37 anos residente na região de Dallas foi condenada a prisão por infracções de imigração federais, no Distrito Leste do Texas, anunciou o procurador-geral dos EUA, Joseph Brown. Nélia Angelina Mulémbwè foi declarada culpada em 20 de Fevereiro de 2018 por fraude e mau uso de vistos, permissões e outros documentos e foi condenada a seis meses na prisão pela juíza distrital Marcia Crone em 20 de Junho de 2018”, lê-se numa nota, de 21 de Junho, do Departamento de Justiça dos EUA.
Segundo a mesma nota, a vítima trabalhava para Nélia Mulémbwè como empregada doméstica e babá em Moçambique. “Em 2015, Mulémbwè solicitou visto da vítima para a acompanhar ela e os seus filhos aos Estados Unidos”, diz a nota. Mas, para conseguir o visto, Néia Mulémbwè disse que a vítima era a estudante e ia para os Estados Unidos para uma visita de um mês.
Segundo a nota que estamos a citar, quando lá chegou, em Outubro de 2015, “a vítima permaneceu no apartamento de Mulémbwè, onde ela dormia no chão do quarto das crianças e trabalhava constantemente sem direito a descanso até que foi resgatada por agentes federais em junho de 2017”.
A família da vítima em Moçambique recebia o equivalente a aproximadamente 70 dólares por mês, mas a vítima não recebia nenhuma compensação pelos seus serviços. A Procuradoria do Texas considera o tráfico de mão-de-obra uma forma de escravatura moderna.
A juíza Márcia Crone condenou ainda Nélia Mulémbwè ao pagamento de uma indemnização à vítima, no valor de 108.699,25 dólares norte-americanos.
O pai de Nélia Mulémbwè, Eduardo Mulémbwè é actualmente deputado da Assembleia da República pelo partido Frelimo e membro da Comissão Política deste partido. Já foi presidente da Assembleia da República e procurador-geral da República. (André Mulungo)
CANALMOZ – 28.06.2018
NOTA: Será que o pai não sabia desta situação? Será que os comentários já feitos sobre este caso, se fariam se soubesse de quem se tratava? Claro que em Moçambique nada lhe aconteceria. Uma vergonha!
Fernando Gil
Nélia Angelina Mulémbwè foi condenada por fraude e por mau uso de vistos. O que aconteceu é que, em 2015, Nélia Mulémbwè solicitou visto para uma cidadã moçambicana para a acompanhar a ela e aos seus filhos aos Estados Unidos, supostamente para uma visita de um mês, quando, na verdade, era para servir de empregada doméstica e cuidar dos seus filhos.
A mulher foi mantida em cativeiro desde 2015 e trabalhava sem direito a descanso, até que, em 2017, e graças a uma denúncia, houve a intervenção da Justiça. Uma fonte da Embaixada dos Estados Unidos em Moçambique confirmou a informação ao CANALMOZ, na tarde de terça-feira.
“Uma cidadã moçambicana de 37 anos residente na região de Dallas foi condenada a prisão por infracções de imigração federais, no Distrito Leste do Texas, anunciou o procurador-geral dos EUA, Joseph Brown. Nélia Angelina Mulémbwè foi declarada culpada em 20 de Fevereiro de 2018 por fraude e mau uso de vistos, permissões e outros documentos e foi condenada a seis meses na prisão pela juíza distrital Marcia Crone em 20 de Junho de 2018”, lê-se numa nota, de 21 de Junho, do Departamento de Justiça dos EUA.
Segundo a mesma nota, a vítima trabalhava para Nélia Mulémbwè como empregada doméstica e babá em Moçambique. “Em 2015, Mulémbwè solicitou visto da vítima para a acompanhar ela e os seus filhos aos Estados Unidos”, diz a nota. Mas, para conseguir o visto, Néia Mulémbwè disse que a vítima era a estudante e ia para os Estados Unidos para uma visita de um mês.
Segundo a nota que estamos a citar, quando lá chegou, em Outubro de 2015, “a vítima permaneceu no apartamento de Mulémbwè, onde ela dormia no chão do quarto das crianças e trabalhava constantemente sem direito a descanso até que foi resgatada por agentes federais em junho de 2017”.
A família da vítima em Moçambique recebia o equivalente a aproximadamente 70 dólares por mês, mas a vítima não recebia nenhuma compensação pelos seus serviços. A Procuradoria do Texas considera o tráfico de mão-de-obra uma forma de escravatura moderna.
A juíza Márcia Crone condenou ainda Nélia Mulémbwè ao pagamento de uma indemnização à vítima, no valor de 108.699,25 dólares norte-americanos.
O pai de Nélia Mulémbwè, Eduardo Mulémbwè é actualmente deputado da Assembleia da República pelo partido Frelimo e membro da Comissão Política deste partido. Já foi presidente da Assembleia da República e procurador-geral da República. (André Mulungo)
CANALMOZ – 28.06.2018
NOTA: Será que o pai não sabia desta situação? Será que os comentários já feitos sobre este caso, se fariam se soubesse de quem se tratava? Claro que em Moçambique nada lhe aconteceria. Uma vergonha!
Fernando Gil
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