terça-feira, 19 de junho de 2018
7 h ·
Crise na oposição!
Com a morte de Dhlakama ficou claro que, pelo menos a breve trecho, a oposição política em Moçambique nunca mais será a mesma. Está fragilizada e, desse modo, abriu as portas para a hegemonia frelismita se instalar. Há muitos indivíduos que hoje abandonam a próprias fileiras da oposição para se aliarem ao partido no poder. Mau agoiro para o país.
Não porque o ache fraco, mas duvido que Ossufo Momade tenha a competência de Dhlakama para pressionar os camaradas. O malogrado era, sem dúvidas, um animal político.
Por outro lado, a crise no MDM parece estar longe do fim. Primeiro foi o edil de Nampula, Mahamudo Amurane, a mandar passear o partido. Lavou-se roupa suja na imprensa até que Amurane acabou sendo abatido como um cão. Até hoje não se conhecem os rostos dos criminosos. Venâncio Mondlane, há dias, disse que não é cabeça de lista pelo MDM para concorrer por Maputo e que a breve trecho anunciará o partido pelo qual se vai candidatar. António Frangoulis já anunciou o seu divórcio do MDM.
O silêncio da liderança do MDM é sepulcral. Enoja. Daviz Simango deve qualquer explicação aos membros e simpatizantes do partido. Ele não pode pensar que o MDM é propriedade privada. Geriu mal a situação de Amurane por isso que o MDM acabou por ser esfarelado na passada intercalar. Não seria de estranhar que o mesmo viesse acontecer em Outubro. Neste caminhar até duvido que consiga se eleger no município da Beira. Faz do partido um feudo dos Simango. Ele é presidente o irmão é chefe da bancada parlamentar. E não são claros que critérios foram usados para a indicação de Lutero Simango para aquele cargo.
O MDM é um partido novo. Quando nasceu até conseguiu arrastar muitos jovens das zonas urbanas. Hoje não se pode dizer a mesma coisa. Quantas vezes o edil de Quelimane, Manuel de Araújo, criticou abertamente o seu próprio partido? Ou seja, que mensagem julga a liderança do MDM estar a transmitir aos seus apoiantes? São problemas sucessivos e nunca Daviz Simango aparece para dizer o que for.
E são esses senhores que querem que lhes confiemos o país…
E não vamos culpar a Frelimo pelas sucessivas vitórias eleitorais. A oposição não trabalha. Não é organizada. Não tem capacidade para se assumir como alternativa. É arriscado apostar em pessoas que mal conseguem resolver os seus próprios problemas. Aliás, é um dos principais indicadores para se saber que ela é sã. Qualquer investidor sério analisa isto para meter o seu dinheiro. Nunca o coloca na boca do lobo. Quer um país estável, seguro, transparente.
Um abraço
Nini Satar
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